Uma recente pesquisa coordenada pelo oncologista Auro Del Giglio, do Núcleo de Oncologia do Hospital Samaritano de São Paulo, revelou que o guaraná pode ajudar a diminuir a fadiga de mulheres com câncer de mama que passam pela quimioterapia.

A pesquisa envolveu 80 pacientes com câncer de mama, que foram divididas em dois grupos: um recebeu 50 miligramas de extrato seco de guaraná duas vezes ao dia, e o outro, placebo. As mulheres foram acompanhadas durante 21 dias. Ao final, 66% das pacientes do primeiro grupo relataram melhora, contra 13% do segundo.

Segundo o especialista, a fadiga em pacientes com câncer é um sintoma comum, presente entre 50 a 90% das pessoas em algum momento da evolução da doença e impede atividades usuais. A fadiga acomete os pacientes com câncer devido a uma alteração generalizada de natureza inflamatória.

“O guaraná em doses baixas tem efeito anti-fadiga já comprovado, pelo nosso grupo de pesquisa em 2011, em pacientes com câncer de mama que foram submetidos à quimioterapia. Acreditamos que o guaraná diminua a expressão de mediadores inflamatórios”, explica Giglio.

Outro estudo, de acordo com o oncologista, está sendo desenvolvido para verificar os benefícios do guaraná também para reduzir a incidência de ondas em calor (fogachos) em mulheres pós-menopausadas com câncer de mama.

“Estamos desenvolvendo um extrato purificado e padronizado do guaraná, que denominamos PC-18, e continuamos estudando em pacientes com fadiga, ondas de calor e também para pacientes que perdem muito peso e ficam inapetentes em decorrência do câncer avançado”, afirma o especialista.

Giglio ressalta que apenas o médico deve prescrever o guaraná, após avaliar e examinar o paciente.

Dr. Auro Del Giglio é membro do corpo clínico do Hospital Samaritano de São Paulo, Oncologista Clínico e Hematologista, Professor Titular de Oncologia e Hematologia na Faculdade de Medicina do ABC, fez residência médica e fellowship na Universidade de Miami e no MD Anderson Cancer Center ambos nos EUA, tendo títulos das especialidades pelo American Board of Internal Medicine, e pela sociedade brasileira de Cancerologia e Hematologia. Doutor e livre docente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.