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Hemorroidas não são motivo para brincadeira
 
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10/09/2013

Hemorroidas não são motivo para brincadeira

Devido à dieta ocidental contemporânea, quadro clínico é muito comum

Elas são muitas vezes alvo de piadas obscenas ou objeto de conselhos maternais, tais como: “não senta no cimento frio, você vai ter hemorroidas". Mas para quem sofre com hemorroidas, não há nada engraçado sobre ter a condição ou o constrangimento que ele pode causar.

“Hemorroidas - derivado da palavra grega haimorrhois, que significa "sujeito a descarregar sangue" - são aglomerados de tecido contendo pequenas veias e artérias que tornaram-se inchados e inflamados. Elas podem ser internas, localizada no interior do reto, ou externas, desenvolvendo-se sob a pele ao redor do ânus e, muitas vezes, grandes o suficiente para se pendurarem para baixo”, explica o cirurgião Silvio Gabor (CRM-SP 47.042).

As hemorroidas internas geralmente não são dolorosas, mas estão muitas vezes associadas a outras condições. A condição mais comum é a fissura. “Uma fissura é uma pequena ferida no revestimento do canal anal que pode ser aberta pela passagem de fezes durante a evacuação, o que torna a condição dolorosa, sujeita a sangramentos e coceira”, explica o médico.

Segundo o médico, "quando as próprias hemorroidas são doloridas, elas contêm coágulos de sangue”.

Hemorroidas podem resultar de esforço durante as evacuações ou do aumento da pressão sobre os vasos sanguíneos, durante a gravidez, por exemplo. Muitas vezes existe um componente genético. “Um caso grave de hemorroida pode ter efeitos profundos sobre a vida de uma pessoa. Quem não se lembra do constrangimento pelo qual o jogador de futebol argentino Leon Ponzio passou no ano passado? Há um vídeo disponível sobre o episódio”, diz Gabor. 

“Além do constrangimento público, o paciente com hemorroida está quase sempre incomodado. Primeiro, ele tem a sensação que há algo errado o tempo todo. Em segundo lugar, a hemorroida coça, e em terceiro lugar, o paciente pode estar sangrando sem saber, o que pode ser muito angustiante. E, além de sangue, pode haver também o vazamento de fezes e muco", explica o cirurgião.

Casos de hemorroidas não são raros, pelo menos metade das pessoas com mais de 50 anos são afetadas pelo crescimento dessas veias e artérias. Em cerca de 8% da população com hemorroidas, elas são reincidentes, apesar do tratamento. "Hemorroidas são muito comuns. E principalmente devido à dieta ocidental contemporânea, repleta de alimentos processados, onde a fibra solúvel é removida e substituída por sal e açúcar", observa Silvio Gabor.

É preciso adotar uma dieta rica em fibras para prevenir as hemorroidas em desenvolvimento, em primeiro lugar - e, especialmente, para impedi-las de serem recorrentes. “As mulheres devem ingerir 25 gramas de fibra solúvel por dia, enquanto os homens precisam de 35 gramas. Os norte-americanos, em média, ingerem apenas cerca de 10 a 12 gramas por dia. Por isso, é muito importante aumentar a quantidade de fibras na dieta", diz o médico.

Na África, as hemorroidas são praticamente desconhecidas entre as pessoas que comem alimentos ricos em fibras tradicionais, embora isso esteja começando a mudar à medida que mais africanos adotam uma dieta ocidental.

Certos fatores e o estilo de vida podem contribuir para o desenvolvimento de hemorroidas ou agravá-las. "Tudo o que aumenta a pressão intra-abdominal: obesidade, gravidez, halterofilismo, andar muito de bicicleta e até mesmo jogar golfe pode desencadear a doença”, explica o médico.

E os homens e as mulheres são igualmente afetados. "A percepção comum é que as mulheres são mais afetadas pelas hemorroidas devido à gravidez, mas na verdade isso não é verdade. O que acontece é que elas geralmente desenvolvem a doença mais cedo como resultado da gravidez. Elas desenvolvem hemorroidas três ou quatro anos antes do que normalmente desenvolveriam", diz o cirurgião.

Para algumas pessoas, as hemorroidas provocam apenas um leve desconforto e podem ser tratadas com pomadas, supositórios ou almofadas que contêm ingredientes como hamamélis ou hidrocortisona, que podem aliviar a dor e coceira. “Mas se as hemorroidas persistentemente sangram ou são dolorosas, elas precisam ser removidas”, explica o cirurgião.

Além de medicamentos como pomadas e supositórios, “a hemorroida também pode ser tratada com uma ligadura elástica (um corte do abastecimento de sangue da hemorroida com uma faixa de borracha), escleroterapia (injeção de uma solução química), e fotocoagulação, (que utiliza o laser ou a luz infravermelha), todas com o objetivo de provocar a diminuição da passagem de sangue, levando ao endurecimento e ao encolhimento das hemorroidas”, diz Silvio Gabor.

“As hemorroidas maiores podem não ser tratáveis com os procedimentos menos invasivos, como a ligadura, a escleroterapia ou a fotocoagulação e podem exigir uma cirurgia, conhecida como hemorroidectomia, que consiste na remoção dos vasos e dos tecidos comprometidos”, explica o cirurgião.
Um dos temores dos portadores de hemorroidas sempre foi a cirurgia. “Isto porque as tradicionais cirurgias de hemorroidas contam com o corte de tecidos e a remoção das veias desde o ponto onde elas nascem ou com a remoção das hemorroidas internas e do prolapso por meio da utilização de um grampeador. No geral, estas técnicas são invasivas e provocam muita dor no pós-operatório, além do risco de sangramentos, trombose das veias internas e externas e até rompimento de músculos”, explica o cirurgião.

No caso do grampeador – técnica considerada não invasiva – o risco de reincidência do problema e de um novo prolapso (exteriorização do reto através do ânus) continuam latentes e o pós-operatório ainda permanece com algum grau de dor e desconforto.

No entanto, o que poucos pacientes sabem é que uma nova técnica cirúrgica, chamada Desarterialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler (THD) alterou completamente o prognóstico do período pós-cirúrgico da hemorroidectomia. “A nova técnica THD, que é realizada sem cortes, não tem risco de sangramento e de trombose nem chances de rompimento de músculos, o que permite ao paciente voltar para casa no mesmo dia, em alguns casos, com poucos riscos de complicações. No pós-operatório das técnicas tradicionais, que são bem mais agressivas, muitas vezes, os pacientes reclamam de dor por até 14 dias. Agora, com o emprego da nova técnica, eles podem voltar às suas atividades normais em poucos dias, com quase nenhuma dor ou risco de reincidência”, afirma Silvio Gabor.

O Doppler é um equipamento de ultrassom que mede o fluxo sanguíneo pelo som. Durante a cirurgia, o paciente é submetido a uma raquianestesia com sedação e o doppler é posicionado no seu canal anal para identificar esse fluxo e o exato local do vaso sanguíneo. “Com uma agulha que passa pelo seu interior (sem oferecer risco de lesão dos tecidos), o cirurgião costura o vaso em um ponto específico, cessando a causa da doença. Realizamos a ligadura das artérias principais, reduzindo o fluxo de sangue. Após a ligadura, o fluxo arterial na região cai, o que leva à redução das hemorroidas e de seu prolapso", diz o cirurgião.


Autor: Márcia Wirth
Fonte: MW

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