O estresse foi apontado como um dos principais inimigos do coração dos gaúchos, atingindo 70,9% dos entrevistados da pesquisa realizada pela Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul (SOCERGS). A sobrecarga decorrente das atividades laborais pode afetar o organismo e agravar diversas doenças cardiovasculares, como arritmia, AVC e infarto.
A pesquisa Saúde do Coração no RS, desenvolvida pelo Instituto Methodus, chamou atenção para o alto nível de cansaço, estresse e sobrecarga emocional dos gaúchos. O crescimento expressivo destes fatores – 70,9% em 2013 e 52,4% em 2010 - acende um sinal de alerta para mais cuidados com o coração. De acordo com a presidente da SOCERGS, Carisi Anne Polanczyk, a maior parte desses resultados se deve, entre outros fatores, ao cotidiano atual, à tecnologia e aos novos formatos de trabalho, associado à busca pela qualificação com cursos diversos. “As pessoas têm menos tempo para si e o estresse é uma consequência direta”, comenta.
Segundo dados do levantamento, as mulheres sentem-se cansadas mais vezes ao mês (36,3%) do que os homens (22,6%). A faixa etária que se sente mais cansada e estressada está entre os 25 e 34 anos (77,6%). “É uma fase de mudanças, que envolve estudos, trabalho, casamento e filhos, entre outras coisas. Tudo isso mexe com a rotina e com o emocional dos jovens”, ressalta.
Encontrar “válvulas de escape” é uma opção indicada pelos cardiologistas, como, por exemplo, a prática de atividades físicas e alimentação saudável, que evitam fatores de risco, como obesidade, sedentarismo e hipertensão. “O mais indicado é uma atividade estruturada e mista, que combina exercícios aeróbicos e musculação. Não podemos ficar parados”, acrescenta Carisi. Momentos de lazer, como hobbies e ouvir músicas, associados à espiritualidade também contribuem com a saúde emocional e do coração, otimizando a qualidade de vida.
Dados mundiais
Segundo um estudo apresentado por pesquisadores da Harvard Medical School, exercer cargos de gerência em empregos estressantes, que exigem horas de dedicação, pode ampliar em 40% os riscos do aparecimento de doenças cardíacas. Já uma pesquisa publicada no site da revista especializada European Heart Journal mostra que trabalhar entre 10 e 11 horas por dia pode aumentar em 60% os riscos de patologias relacionadas ao coração.
