Com tantas funcionalidades e atrativos, a internet já possui um lugar de destaque na rotina diária dos brasileiros. Em dezembro de 2013, o Brasil alcançou a marca de 5º país com maior número de habitantes conectados, cerca de 67 milhões*. Seja para trabalho ou diversão, até que ponto é saudável navegar por horas no mundo virtual? A psicóloga do Centro Clínico Gaúcho, Ana Cristina de Souza, que atua no programa voltado à prevenção de doenças através de hábitos saudáveis – o Saúde em Dia –, explica quando o uso pode se tornar um problema: “A dependência à internet significa brigas com o parceiro, perda da produtividade e sedentarismo. É quando o indivíduo começa a sofrer prejuízos na sua vida pessoal, social ou profissional por causa do uso excessivo do meio digital”.
O problema, conhecido como Distúrbio da Dependência à Internet (em inglês, Internet Addiction Disorder – IAD), provoca danos comuns a outros vícios: “O usuário percebe que está fazendo uso abusivo da web, porém, não consegue controlar. Ele tende a deixar de conviver socialmente e descuidar da higiene e alimentação. Várias pessoas também se tornam obesas, e dores no pescoço e nas costas são frequentes”, ressalta Ana.
Os jovens são os mais afetados pela dependência, já que cerca de 70% das pessoas entre 15 e 24 anos acessa a rede, enquanto apenas 18,4% da população acima dos 50 anos usa a internet**. O transtorno, no entanto, é capaz de atingir internautas de diferentes classes sociais, gênero e faixa etária. Para prevenir o problema, a dica da psicóloga do Centro Clínico Gaúcho é prestar atenção às mudanças de hábito: “Os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos e, se for o caso, devem limitar o uso do computador e dos dispositivos móveis, estimulando a realização de atividades físicas, culturais, artísticas e de lazer. Para os adultos, a prevenção é levar uma vida equilibrada, saudável e produtiva”, afirma Ana.
Caso o transtorno já esteja instalado, a sugestão é procurar um profissional ou grupo de apoio. “Em geral, o tratamento é baseado em terapia, intervenção familiar e medicação, quando necessário. Vale ressaltar que o objetivo não é que a pessoa deixe de usar a internet, mas sim, aprenda a usá-la”, finaliza a profissional.
* Dados da consultoria ComScore
**Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em maio de 2013 pelo IBGE.