A medicina avança em um campo que une prevenção e planejamento. Aliando a genética preventiva à reprodução humana é possível realizar a seleção de embriões saudáveis entes da implantação na mulher, o que evita que o bebê desenvolva alterações cromossômicas e anomalias genéticas.
O médico especialista em reprodução humana e professor da UFRGS João Sabino da Cunha Filho conta que uma técnica descoberta recentemente permite a investigação dos embriões com resultados mais eficazes e com valor de investimento muito mais acessível que há alguns anos. A NSG - Next Generation Sequencing, método de sequenciamento de DNA - identifica anomalias como Síndrome de Down com até 99% de segurança. “A genética preventiva está intimamente ligada à reprodução humana, uma vez que possibilita a gestação em mulheres mais maduras com a segurança de evitar doenças cromossômicas no bebê”, completa Sabino, do Centro de Reprodução Humana Insemine, que possui uma divisão especializada em análise de embriões.
Outra evolução importante na área é que hoje é possível descobrir, a partir da retirada de sangue da mãe, quais doenças o bebê terá mais propensão de desenvolver ao longo da vida. “É como se fosse um manual de instruções, pois as informações obtidas permitem iniciar a prevenção antes mesmo que a doença se manifeste”, conta o especialista.
Investigar o embrião antes da implantação, especialmente em mulheres com idade entre 36 e 39 anos é fundamental para evitar abortos e outras complicações. “A incidência de abortos de causas cromossômicas nessa faixa etária é de mais de 60%”, completa. Sabino indica o perfil de quem opta pela avaliação do embrião. “Existem os casais com problema de infertilidade, os casais com histórico de doença genética na família e as mulheres que deixam para engravidar mais tarde, em função da carreira, e querem evitar doenças em que a idade da mãe influencia”, explica.