Não há mais como impedir. A tecnologia está presente nas mãos e na cabeça das crianças e dos adolescentes o tempo todo. O tema preocupa médicos e já há, inclusive, uma tendência internacional de criação de uma nova nomenclatura para especialidade para o profissional que atua na área, chamada "Midiatra". O assunto desperta atenção da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.

- Nunca será possível tirar a tecnologia deles. Já sabemos os grandes benefícios que a modernidade trouxe a todos nós. Precisamos, sim, aprender a mostrar que nós, adultos, sabemos administrar o nosso tempo separando espaço para família, amigos, trabalho, para dormir e para tarefas de casa. Se temos esse plano de uso dentro de casa, servimos de exemplo ao dar os limites - explica a pediatra e hebiatra Suzana Graciela Bruno Estefenon.

A tecnologia avançou tão rapidamente que muitas vezes os adultos não se adequaram com a rotina e disciplina. Normas da Academia Norteamericana de Pediatria mostram que essas regras devem ser colocadas antes dos 10 anos.

- Não adianta querer impor essas regras depois de 10 anos. Muitas crianças e adolescentes relatam que encontram pornografia, estejam eles buscando ou não. Então, é preciso reduzir o tempo de exposição para diminuir o risco quando eles são imaturos e não preparados - disse.

Uma dica para os pais é que a tecnologia não seja colocada dentro do quarto da criança antes dos 10 anos. O computador precisa estar em uma área comum antes dessa idade, facilitando o controle por parte dos pais.

A sexualidade está associada ainda em muitos casos à violência e uso de drogas. Além disso, a exposição de crianças e adolescentes é um dos temas mais preocupantes já que muitas vezes, são expostas imagens daquilo que pode ser chamado de narcisismo digital, quando o adolescente torna pública a sua imagem, mas muitas vezes cai nas mãos de pessoas erradas.