A Confederação Brasileira de Futebol, a pedido da Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC, decidiu que uma faixa da Sociedade Brasileira de Cardiologia recomendando Cuide de seu Coração será exibida antes do início dos jogos pelos próprios jogadores, em todos os estádios em que se disputam jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol.

A iniciativa faz parte da campanha pelo Dia Mundial do Coração, que se comemora amanhã, 29 de setembro. Este dia faz parte de uma ação mais global da Organização Mundial da Saúde e da World Heart Federation, e abraçada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, denominada 25 X 25. Esta campanha visa reduzir em 25% a mortalidade prematura por doenças cardiovasculares até o ano de 2025, através do combate dos fatores de risco para as doenças do coração.

O presidente da Comissão Nacional de Médicos da CBF, Jorge Pagura, explica que a população brasileira sabe quais são os fatores de risco para desenvolver doenças do coração (cigarro, sedentarismo, obesidade, colesterol alto, hipertensão, dentre outros), mas há uma grande diferença entre saber, diz ele, e tomar atitudes que combatam esses fatores.

A necessidade da campanha se explica, diz Pagura, porque as doenças do coração já matam mais do que o câncer “e isso não só no Brasil, mas nos demais países, tanto desenvolvidos, como em desenvolvimento.

Para ele, é ainda mais cruel verificar que o coração mata 350 mil brasileiros por ano, e que muitas destas mortes seriam evitáveis se houvesse uma adequada prevenção, como o simples cuidado de se tomar um comprimido para controlar a pressão arterial ou o colesterol, parar de fumar, ou fazer caminhadas diárias.

As colocações de Jorge Pagura são endossadas pela presidente passada da Sociedade Interamericana de Cardiologia, Márcia Barbosa. A cardiologista lembra que se o brasileiro controlar o consumo do sal, alimentar-se de forma saudável para não se tornar obeso, tratar a hipertensão, colesterol alto e diabetes e, principalmente, se parar de fumar, o número de mortes por doenças do coração, como o infarto e a insuficiência cardíaca, além do derrame cerebral, cairá sensivelmente.

Márcia Barbosa explica que onde a população se preocupa mais com a saúde cardiovascular, como no Sudeste e no Sul do Brasil, começa a ser registrada pelas estatísticas uma redução paulatina da mortalidade pelo coração. O problema, diz ela, é que levantamento recente do ‘Atlas do Coração’ da SBC indica que no Norte e no Nordeste do País o número de mortes por infarto ainda está aumentando e atingindo cada vez mais o sexo feminino. Isto sem dúvida traduz falta de combate aos fatores de risco para as doenças do coração. “É por isso que precisamos de campanhas de conscientização”, conclui ela. Só quando as pessoas entenderem que podem fazer muito pela saúde de seu coração, através de medidas muitas vezes simples, seremos capazes de diminuir o número de mortes prematura que poderiam ser evitadas!”.

O presidente do Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardiovascular da SBC, Nabil Ghorayeb, ainda completa: “o sedentarismo é a principal causa de 28% dos infartos e hoje em todo mundo é considerado uma forte causa de doença cardiovascular”.