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Bupropiona: conheça os prós e contras desse tratamento para parar de fumar
 
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18/12/2015

Bupropiona: conheça os prós e contras desse tratamento para parar de fumar

Medicamento inicialmente era usado como antidepressivo

O que é a bupropiona

A bupropiona é um medicamento que inicialmente era usado como antidepressivo, mas que se mostrou altamente eficaz para tratamentos para parar de fumar, por amenizar os sintomas da abstinência do tabaco. Isso foi percebido em ensaios clínicos, quando os pacientes fumantes começaram a queixar-se de não sentir mais tanta vontade de fumar. Ela vem sendo utilizada para essa finalidade há 20 anos.

Para quem a bupropiona é indicada

Normalmente a bupropiona é dada a pacientes com dependência elevada ao cigarro e que não esteja conseguindo parar de fumar devido aos sintomas da abstinência ao fumo. É comum que o médico meça o nível de dependência e o indique para quem fume 20 ou mais cigarro ou tenha pontuado acima de cinco em teste específico, chamado de Teste de Fagerström. Pode ser útil para fumantes que também tenham algum transtorno psiquiátrico significativo. Mas isso normalmente é avaliado por um médico, tanto que é necessário a prescrição médica para o uso desse medicamento.

Como funciona a bupropiona

A nicotina estimula a liberação da dopamina nas zonas de bem-estar do cérebro. Quando acaba o efeito da nicotina, há redução da dopamina e isto faz com que a pessoa queira fumar novamente, resultando em uma dependência. A bupropiona atua competindo com a nicotina pelos receptores de dopamina, fazendo com que fumar mais um cigarro para ter liberação de bem-estar seja cada vez menos necessário.

Como usar bupropiona

O paciente deve iniciar o uso da bupropiona e então poderá estar preparado para parar de fumar entre a primeira e terceira semana. Não há efeitos colaterais em consumir o remédio ao mesmo tempo em que se está fumando, mas é importante lembrar que o objetivo do tratamento é parar de fumar, então não há sentindo em tomar o medicamento e prosseguir com o tabagismo por muito tempo.

Normalmente indica-se seu uso por três meses, mas tudo depende da história e da vivência de cada paciente. Ele não cria dependência e não há necessidade da retirada gradual.

Ela é vendida em comprimidos de 150 mg e pode ser receitada até duas vezes por dia. A quantidade também varia de acordo com diversos fatores, como peso corporal, condições cardiovasculares, sensibilidade ao medicamento. O medicamento atinge seu pico em três horas e tem meia-vida de 21 horas.

Vantagens e desvantagens da bupropiona

A principal vantagem desse tratamento é a redução da síndrome de abstinência, um dos principais fatores que levam a desistência do tratamento para parar de fumar. Por isso, ele aumenta a chance de sucesso do tratamento para cessação do tabagismo.

Porém, ele será realmente eficiente em pessoas com dependência química e não dependência psicológica, por exemplo. Além disso, é preciso que seja avaliado se o paciente tem algum transtorno psiquiátrico, pois o uso do medicamento pode desestabilizar o estado mental de quem é vulnerável.

A bupropriona pode interagir com diversos outros medicamentos, principalmente os vasoconstritores e os broncodilatadores. De forma geral, portadores de cardiopatias e hipertensão devem que tomar cuidado e relatar a seus médicos suas condições.

Resultados esperados

Muitos estudos mostram que parar de fumar com qualquer tratamento médico, seja medicamentoso ou de substituição de nicotina (como adesivo de nicotina ou chiclete de nicotina), aumenta de 20 a 30% as chances de parar de fumar.

Estudos feitos apenas com a bupropiona mostram que seu uso pode duplicar ou mesmo triplicar o índice de cessação, quando comparado com o uso de placebo. Um deles foi publicado no New England Journal of Medicine e foi feito com 600 fumantes, um grupo usando placebo e o outro usando o medicamento.

Efeitos colaterais

O medicamento pode causar insônia, boca seca, cefaleia e, em casos mais graves, convulsões, urticária e manchas na pele (rash cutâneo). Por isso mesmo ele deve ser ingerido com acompanhamento médico.

Contraindicações da bupropiona

Bupropiona não é indicada para pessoas que apresentem convulsões, epilepsia, anorexia nervosa, bulimia, etilismo, problemas graves do sistema nervoso central, gestantes e lactantes, pessoas que usem de inibidores da MAO (monoaminooxidase) e outros medicamentos psicoativos e diabéticos que usem hipoglicemiantes e insulina.

Riscos

Por ser um medicamento para uso psiquiátrico, é muito importante que o médico avalie se o paciente tem algum transtorno desse tipo, pois é possível que a medicação possa desestabilizar o estado mental de quem é vulnerável. Além disso, tomar a medicação em doses muito altas pode sofrer convulsões, por isso sempre siga a dose recomendada pelo médico.

Tratamentos aliados

Terapia de reposição de nicotina Em geral, é importante aliar o tratamento com a bupropiona com tratamentos de reposição de nicotina (como a pastilha de nicotina e o spray nasal de nicotina), para potencializar os resultados. Mas tudo isso depende da avaliação individual de cada pessoa, que só pode ser feita por um médico.

Vareniclina Apesar de muitos estudos compararem os efeitos da vareniclina com a bupropiona, dizendo que o primeiro medicamento é mais eficaz para parar de fumar, alguns estudos têm mostrado a eficiência em aliar os dois medicamentos no tratamento. Um estudo publicado no American Journal of Psychiatry em junho de 2014 dividiu 222 fumantes em dois grupos, um tomando apenas a vareniclina com um placebo e o outro tomando esse remédio associado com a bupropiona. Enquanto o primeiro grupo teve uma taxa de sucesso de 25.9% na cessação fumo, o grupo que associou os tratamentos teve um índice de 39.8%.

Quem pode receitar o tratamento com bupropiona

O ideal é que o fumante procure um médico especializado em cessação de cigarro, como um pneumologista, cardiologista ou psiquiatra.

Fontes:

Psiquiatra Pérsio Ribeiro Gomes de Deus (CRM-SP 31.656), diretor técnico de saúde do Hospital Psiquiátrico da Água Funda e médico credenciado pelo Hospital Albert Einstein

Pneumologista Luiz Carlos Côrrea da Silva (CRM-RS 4414), membro da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e do conselho consultivo da Aliança de Controle do Tabagismo (ACTBr)

Psicóloga Sabrina Presman, especialista em tabagismo da Associação brasileira do Estudo do Álcool e Outras Drogas (ABEAD)


Autor: Redação
Fonte: R7

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