O inverno deste ano está confirmando a previsão dos meteorologistas que contavam com a chegada antecipada do frio mais intenso. Este inverno também está trazendo uma maior taxa de casos e mortes ocasionada pelos vírus da Influenza, especialmente o H1N1. Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, até 30 de maio, foram registrados no Rio Grande do Sul 384 casos do Influenza A (H1N1) em 2016, sendo que destes, 71 foram vítimas fatais. Os números chamam a atenção para a seriedade da doença, que possui sintomas semelhantes aos de uma gripe comum, como febre, tosse e, em alguns casos, dores de cabeça e no corpo, diarreia e vômitos.
Para os médicos, a única forma de determinar com exatidão o vírus causador da doença é por meio de exames laboratoriais. “A detecção do vírus Influenza auxilia o médico no diagnóstico e na decisão de instituir tratamento, tendo especial importância em casos de maior gravidade”, avalia a infectologista Marcelle Duarte Alves, médica assessora do Laboratório Weinmann no Rio Grande do Sul.
À disposição dos médicos, alguns tipos de exames são:
- Detecção do vírus Influenza por PCR: detecta o Influenza A (H1N1) e o Influenza sazonal por meio da identificação do material genético do vírus. “Ele apresenta elevada sensibilidade e é o método com o melhor rendimento para o diagnóstico de Influenza e de outros vírus respiratórios”, avalia a infectologista. O exame possui tanta eficiência que o vírus costuma ser detectado um dia antes do aparecimento dos sintomas clínicos ou em até cinco dias após o início dos sintomas, sendo que o período é reduzido para um ou dois dias nos casos de tratamento. Para a realização do teste, que é feito a partir de secreção nasal, não é necessário preparo, como jejum, por exemplo. O resultado é entregue em até três dias úteis.
- Detecção de vírus respiratórios por PCR: detecta 19 tipos de vírus, entre eles o Influenza A, B e C. Também utiliza a metodologia molecular, ou seja, identifica o material genético do vírus. No entanto, por ser um exame mais detalhado, é utilizado quando há suspeita de outros vírus além do Influenza. O exame é feito a partir de coleta de secreção nasal e recomenda-se que seja realizado o mais precocemente possível, ou seja, assim que os sintomas surgirem. O resultado é entregue em até três dias úteis.
- Teste rápido para Influenza A e B: a vantagem é o resultado rápido (no mesmo dia). Porém, não é uma metodologia molecular e tem uma sensibilidade menor. Não diferencia entre H1N1 e outros vírus Influenza. Possui a menor acurácia diagnóstica, e um resultado negativo não exclui o diagnóstico. É realizado a partir dos mesmos materiais dos exames anteriores.