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Comida japonesa e a dieta
 
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21/11/2011

Comida japonesa e a dieta

Os combinados são uma delícia, mas precisam ser consumidos com moderação

Imagine a dificuldade dos primeiros imigrantes japoneses que chegaram ao Brasil no Kasatu Maru, em 1908. Idioma, hábitos alimentares, modo de vida e diferenças climáticas. Na mesa, a comida brasileira era rica em gordura de porco e farinhas de milho e mandioca, verdadeiros mistérios para os japoneses. Mais próximo do cardápio japonês encontraram somente o arroz que, para surpresa dos imigrantes, era combinado com feijão (No Japão, usado como ingrediente para doces). Tão comum na culinária cotidiana do Japão, o peixe era exceção na mesa brasileira. No interior de São Paulo, só era possível consumir peixes pescados em rios e córregos. Podemos imaginar, então, o que representava para esses primeiros imigrantes trocar o chá verde, um hábito milenar, pelo cafezinho. E o choque que era se deparar com uma manta de carne seca...

Mais de um século depois, mudanças ocorreram dos dois lados, brasileiros e japoneses influenciaram e foram influenciados pelo convívio mútuo. E, hoje, quando um brasileiro diz que gosta de comida japonesa, pode apostar: ele provavelmente está se referindo ao sushi e ao sashimi. Por aqui, o peixe cru virou sinônimo dessa culinária, que guarda um repertório muito mais rico e diversificado.

Uma das perguntas mais recorrentes que ouvimos dos pacientes relaciona-se a frequência de consumo da comida japonesa. Não existe uma recomendação para o consumo específico de comida japonesa. Costumamos recomendar o consumo de um peixe fonte de ômega-3, pelo menos uma vez por semana. É importante ressaltar que o salmão, apesar de muito saudável, confere elevado valor calórico às dietas e, por isso, deve ser consumido com moderação.

A comida japonesa pode ser bem completa em termos nutricionais. O arroz, que é o alimento mais presente na alimentação japonesa, supre nossas necessidades de carboidrato, um nutriente essencial para qualquer dieta. As carnes de peixes ou frutos do mar, além de serem proteínas de excelente valor nutricional, são fontes importantes de cálcio, sódio, potássio, fósforo, vitaminas do complexo B, e, em menor quantidade, de ferro e de zinco. Alguns peixes, como salmão, sardinha e arenque, ainda contêm a chamada gordura do bem ou o ômega-3, que exerce um efeito protetor cardiovascular. Legumes também são alimentos bastantes presentes na culinária japonesa, completando as necessidades nutricionais em termos de vitaminas e minerais.

Apesar de saudável e completa, a culinária japonesa também oferece preparações que devem ser evitadas, como as frituras tão tradicionais. Outra dica importante para evitar excessos em restaurantes japoneses é escolher pratos combinados, ao invés das opções de rodízio. Quase ninguém é capaz de trocar o "coma-o-quanto-quiser" pelas porções de seis rolinhos, mesmo sabendo que, no rodízio, os sushis são preparados de forma tão mecânica que desapontariam qualquer sushiman que se preze. E quando a refeição termina, você devorou algo perto de 350 gramas de carboidratos, 80 gramas de proteína, 50 gramas de gordura e mais de 2.000 calorias. Um total energético muitas vezes superior à recomendação de um dia inteiro.

Alguns peixes, dentre eles o salmão, são hospedeiros intermediários de um verme parasita semelhante a Taenia solium, encontrada nas carnes de porco. Esse parasita causa uma infecção denominada difilobotríase, com sintomas que vão desde distensão e cólicas abdominais a diarreias e anemia grave. Para consumir um peixe cru com segurança é necessário que ele passe por um processo de congelamento sob temperatura de -20ºC por 7 dias ou -35ºC por 15 horas, de acordo com as recomendações da ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Além do risco de contaminação por esse parasita, as carnes cruas são alimentos de alto grau de contaminação por bactérias, quase todas associadas às condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos e de seus manipuladores.

Assim, a melhor forma para evitar intoxicação alimentar ou parasitose é escolher estabelecimentos que sigam as normas da ANVISA, tanto em relação ao processo de congelamento, quanto de higiene-sanitária.

O tempero japonês mais tradicional é o molho à base de soja, que contém açúcar e sódio, nutrientes que devem ser consumidos com moderação por pessoas com pressão alta ou diabetes. Como a preparação japonesa não leva quase nenhum outro tempero, o uso de molho de soja não eleva de forma significativa a quantidade de sódio das preparações, porém quando esse tempero é utilizado em saladas ou em preparações como carnes bovinas ou frango, o sal de adição deve ser controlado.

O açúcar no molho de soja e em vários molhos tradicionais da culinária japonesa é o grande responsável pelo aumento das calorias no prato, assim pessoas que desejam emagrecer ou simplesmente manter o peso devem consumir moderadamente as iguarias japonesas. Pacientes diabéticos devem ter cuidado redobrado, pois além da presença de açúcar em vários molhos, o arroz é muito presente nessa culinária, ou seja, são duas fontes importantes de carboidratos, responsáveis por elevar o açúcar no sangue, quando consumidos exageradamente.

Vários estudos tentam demonstrar os benefícios do chá verde. A principal linha das pesquisas é em relação aos efeitos antioxidantes da bebida, devido à presença de flavonóides, também presentes no chocolate amargo, no vinho tinto, nas frutas vermelhas e na cebola. Alguns efeitos benéficos do consumo do chá verde têm sido observados em estudos epidemiológicos e populacionais, mas somente quando a ingestão da bebida é regular, em grandes doses e por tempo prolongado. Seus efeitos mais importantes têm sido evidenciados na prevenção de quadros de demência, na proteção cardiovascular e na longevidade. Os efeitos termogênicos do chá verde são leves, influenciando muito pouco a queima calórica e/ou o auxílio na manutenção ou perda de peso.

Dra. Amanda Epifânio Pereira é nutricionista, graduada pelo Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, com especialização em Nutrição de Doenças Crônicas pelo Hospital Israelita Albert Eistein. Além de integrar o corpo clínico do CITEN, mantém uma intensa atividade profissional e acadêmica, participando com regularidade de congressos científicos.Acaba de concluir o Curso de Atualização em Transtornos Alimentares na Unifesp. Colunista do site Clube da Longevidade Vida Moderna e do Blog Comer sem Culpa do UOL.  CRN - 3:17153

http://www.citen.com.br
http://twitter.com/Citensp
http://comersemculpa.blog.uol.com.br/


Autor: Dra. Amanda Epifânio Pereira
Fonte: Site Minha Vida

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