Sintomas de dores lombares e nas pernas podem ser sinal de uma doença grave: a Hérnia Discal Lombar. Geralmente acomete pessoas na faixa etária dos 30 aos 50 anos, tendo a predisposição genética como fator principal. Além disso, o sedentarismo, o sobrepeso, atividades que exijam o uso da força em excesso e o tabagismo também podem influenciar um desgaste mais precoce.

De acordo com o Dr. Pedro Antoneli, especialista em cirurgia da coluna vertebral e médico da Clínica Santo Antônio, em Porto Alegre, “a dor lombar é um sintoma que acomete de 60% a 80% da população mundial pelo menos em um episódio durante a vida, e dentro destes índices cerca de 10% terão dor ciática”. A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca que a dor lombar é a segunda queixa mais comum entre os pacientes nas consultas médicas, ficando atrás apenas da dor de cabeça.

A palavra ‘hérnia’ significa deslocamento de algo para fora de seu lugar habitual. Na hérnia de disco, o que ocorre é um deslocamento do núcleo, a parte interna do disco intervertebral, através de uma ruptura do anel fibroso, a parte externa do disco. Em alguns casos, este fragmento de núcleo que escapa de dentro do disco comprime uma das raízes que formam o nervo ciático, provocando dor forte em uma das pernas, o sintoma conhecido como dor ciática. Na maioria dos casos a hérnia de disco pode ser tratada com medicações para reduzir a dor e a inflamação do nervo, repouso relativo e fisioterapia.

Em casos que o tratamento conservador não é o suficiente, a alternativa é procedimento cirúrgico. Dr. Antoneli afirma que, embora a ideia básica da cirurgia seja descomprimir a raiz nervosa, que se constitui no procedimento cirúrgico conhecido como discectomia lombar, já existem outros procedimentos para casos como este. “Há desde os tratamentos percutâneos, com mínimos cortes e sem hospitalização, até as cirurgias maiores, com fixação da coluna e colocação de implantes metálicos, chamadas artrodeses. Mais recentemente surgiram as técnicas de artroplastia, em que o disco é reconstruído com próteses para manter a movimentação da coluna; e a fixação dinâmica, onde são implantados dispositivos para aliviar as cargas sobre o disco”, explica ele.