O estrogênio é um elixir para o cérebro, aguçando o desempenho mental de animais e seres humanos e tornando-se uma excelente promessa para o tratamento de distúrbios cerebrais como o mal de Alzheimer e a esquizofrenia. Mas a terapia de estrogênio a longo prazo, como muitas vezes se prescreve para mulheres na menopausa, é bastante controversa atualmente já que pesquisas vêm mostrando um aumento no risco de câncer, doenças cardíacas e derrame.

Pesquisadores da Nortwestern Medicine descobriram como obter os benefícios do estrogênio sem correr esses riscos. Usando um composto especial, eles “viram uma chave” que imita o efeito do estrogênio nas células do córtex cerebral. Os cientistas também descobriram como o estrogênio funciona fisicamente nas células cerebrais para aumentar a performance mental.

Quando os cientistas “viraram a chave”, ato tecnicamente conhecido como ativação de um receptor de estrogênio, eles testemunharam um aumento substancial no número de conexões entre as células cerebrais, ou neurônios. Essas conexões, chamadas de espinhas dendríticas, são pequenas pontos que permitem que as células cerebrais conversem umas com as outras.
“Nós aumentamos o número de locais que por sua vez permitem mais comunicação entre as células”, disse Deepak Srivastava, que conduziu a pesquisa. “Nós estamos construindo mais pontes para que mais informações possam ir de uma célula à outra”.

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que um aumento no número de espinhas dendríticas melhora a performance mental em animais. Em seres humanos, pessoas com o mal de Alzheimer ou esquizofrenia costumam ter uma diminuição dessas espinhas.

Os pesquisadores chegaram então ao resultado de que aumentar o número das espinhas dendríticas pode ser mais uma forma de tratar esses distúrbios mentais. Os cientistas também encontraram fortes evidências de que o estrogênio pode ser produzido nas células do córtex cerebral. Eles identificaram a aromatase, uma proteína necessária para a produção do estrogênio. E, essa proteína está localizada bem próxima às espinhas dendrítica – exatamente onde ela é necessária. Ou seja, há uma grande quantidade de estrogênio no lugar e na hora certa.