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23/01/2011

Comer muito ou comer pouco

Pesquisadores identificam receptor auxiliar da leptina como um alvo no controle do apetite

Estudo de pesquisadores da Clínica Mayo, Jacksonville, Flórida, e da Escola de Medicina da Universidade de Washington traz uma nova compreensão ao conjunto de evidências de que a obesidade humana se deve, em parte, a fatores genéticos. Ao estudar receptores de hormônios em camundongos de laboratório, neurocientistas identificaram um novo agente molecular com participação no controle do apetite e do metabolismo.

Na edição online, de 11 de janeiro, do informativo PLoS Biology, os autores relatam que camundongos, criados para não expressar o receptor da lipoproteína LRP1 no hipotálamo do cérebro, começaram a comer de forma descontrolada, tornando-se obesos, além de letárgicos. Os cientistas descobriram que a LRP1, uma importante transportadora de lipídios e proteínas para as células do cérebro, atua como uma "co-receptora", junto com o receptor da leptina - o que significa que os receptores da leptina e da LRP1 precisam trabalhar juntos para transmitir os sinais da leptina.

A leptina decide se a gordura deve ser armazenada ou usada, resultando em letargia ou em energia. Quando trabalha adequadamente, esse hormônio, que é produzido quando as células do corpo extraem gordura da comida, viaja para o cérebro, para controlar o apetite.

"Se uma pessoa nasce com uma expressão muita baixa do gene no transporte da leptina, que inclui seus receptores, ou se o circuito não está funcionando bem, a leptina também não vai funcionar tão bem quanto deveria", diz o principal pesquisador do estudo, o neurocientista Guojun Bu, Ph.D., da Clínica Mayo. "O apetite vai aumentar e mais gordura será armazenada no corpo", ele explica.

Em vista desses resultados, Dr. Bu diz que pode ser possível desenvolver um tratamento que aumente a expressão do gene em um ou nos dois receptores de proteína, o que irá, então, aumentar as mensagens enviadas para o cérebro para diminuir o apetite.

Estes achados, descobertos por acaso, surgiram durante uma pesquisa do Dr Bu, cujo foco principal era a doença de Alzheimer.  Ele estuda como o colesterol, essencial para facilitar o funcionamento dos neurônios, é transportado dos astrócitos esteliformes para a superfície de neurônios pela apolipoproteína E (APOE). Há dois receptores mais importantes da APOE nos neurônios do cérebro e a LRP1 é um deles.

Herdar uma determinada versão da APOE - a APOE4 - é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento da doença de Alzheimer e o Dr. Bu descobriu que a APOE4 é menos eficaz no transporte de colesterol. Para entender o papel que a LRP1 exerce nos neurônios, ele criou, em laboratório, um modelo de camundongo sem expressão alguma da LRP1 nos neurônios do cérebro anterior; o restante do organismo dos animais com os receptores expressos normalmente.

Ele descobriu que os neurônios em falta de LRP1 tinham ainda menor capacidade de absorver o colesterol e que eles perderam contato sináptico com outros neurônios, danificando sua habilidade de manter a memória.  Mas Guojun Bu se surpreendeu ao descobrir que os camundongos passaram a, de repente, ganhar peso. "Isso é o oposto do que o que tem sido observado em camundongos que não têm o receptor em suas células de gordura no corpo", ele diz. "Aqueles animais se tornaram muito magros porque não podiam absorver lipoproteínas suficientemente", ele explica.

Nos primeiros seis meses de vida, estes camundongos não eram diferentes dos camundongos de controle, mas ganharam peso rapidamente, um fenômeno que se relaciona com a diminuição da expressão de LPR1 no sistema nervoso central. Com 12 meses de idade, os camundongos criados geneticamente tinham duas vezes mais gordura corporal do que os camundongos de controle, além de deficiência de energia e eram resistentes à insulina. "Juntos, esses resultados indicam que a LRP1, que é fundamental para o metabolismo de lipídios, também regula o consumo de alimentos e o balanceamento energético no sistema nervoso central de adultos", diz Guojun Bu. O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e pela Associação de Alzheimer.

Autor: Maria José arrojo
Fonte: SPMJ Comunicações

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