O torcicolo muscular congênito ocorre em recém-nascidos ou, antes mesmo, do nascimento do bebê. O bloqueio da circulação sanguínea e a pressão da região cervical devido a traumatismos, antes ou durante o parto, pode estar entre as causas do torcicolo. “A lesão é mais comum no parto normal e no uso de fórceps. Porém, há casos descritos até em cesarianas”, explica o médico ortopedista pediátrico do Hospital Nossa Senhora das Graças, Weverley Valenza.

O torcicolo se caracteriza pela diminuição ou contração excessiva do músculo, que limita os movimentos do pescoço do bebê de baixo para cima ou de um lado para o outro. Normalmente, a mãe consegue observar o nódulo no pescoço do bebê. “É uma contratura do músculo, sem qualquer anomalia óssea ou neurológica”, ressalta. A deformidade da região cervical não é dolorosa e se caracteriza pelo encolhimento do músculo esternocleidomastoideo. “Esse nódulo habitualmente desaparece gradualmente, entre os cinco e oito meses de vida”, esclarece Dr. Valenza.

Em contrapartida, o ortopedista pediátrico alerta que se o problema não for tratado poderá ocasionar a deformidade no crânio, na face e alterações oculares, como por exemplo, o estrabismo. “A mãe deve procurar um ortopedista no momento em que perceber qualquer alteração na postura da região cervical. O diagnóstico é clínico e feito precoce torna o tratamento mais fácil”, enfatiza.

Tratamento

O tratamento se inicia com a fisioterapia. “O bebê realiza exercícios de alongamento, posicionando a orelha oposta ao músculo lesado em direção ao ombro e fazendo a rotação do queixo até o ombro oposto”, explica. De acordo com o médico, colocar os brinquedos no lado oposto ao músculo comprometido também pode auxiliar na terapia. “Quando o tratamento conservador não dá o resultado esperado, a opção é o procedimento cirúrgico, com a liberação dos ventres do músculo esternocleido, feito antes da idade escolar”, enfatiza o Dr. Valenza.