A chegada das temperaturas baixas do inverno sempre trazem preocupações para os pais, pois é nessa estação do ano em que as doenças respiratórias afetam mais as crianças. O período entre junho e setembro deixa os hospitais lotados. Porém, essa superlotação nas emergências pode ser evitada ou diminuída, de acordo com a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.

- Os pais devem ficar atentos aos sintomas dos filhos. As principais consultas na emergência são de crianças que não precisariam estar nos hospitais. Na maioria das vezes, o atendimento poderia ser realizado em postos de saúde ou em consultórios - ressalta o presidente do Comitê de Pneumologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Leonardo Araújo Pinto.

Quando a criança estiver apenas com febre e/ou tosse, Pinto indica que os pais levem os filhos aos postos de saúde ou consultórios. O caminho do hospital deve ser tomado apenas quando houver falta de ar. Os responsáveis devem observar o tórax e perceber se a criança faz muita força para conseguir respirar.

Bebês abaixo de três meses que apresentarem febre necessitam ir à emergência. Por serem muito novos, eles correm o risco de contrair alguma infecção bacteriana mais séria. Outro sintoma perigoso é quando os recém-nascidos ficam com a boca ou o rosto na cor roxa.

- O pediatra vai avaliar o estado da criança no consultório. Se for algum problema mais sério, o próprio médico vai encaminhar para o hospital. Os pais ficam com medo de que seja algo grave, mas essa prática acaba superlotando as emergências sem necessidade - destaca Leonardo.

Encaminhar as crianças aos consultórios para tratar de gripes e resfriados é, muitas vezes, uma prática que pode agilizar o atendimento do menor, que não precisará ficar esperando, por vezes, até cinco horas por atendimento nas emergências hospitalares. Além disso, essa atitude auxilia os hospitais, deixando espaço para casos mais graves.

Algumas práticas podem ajudar a impedir que os pequenos tenham problemas respiratórios durante o inverno:

- Evitar que bebês abaixo de dois anos frequentem a escolinha durante o inverno;
- Evitar o contato com pessoas que estejam gripadas ou resfriadas, pois uma simples doença nos mais velhos pode se transformar em uma doença grave nos mais novos;
- Orientar todos que tiverem contato com crianças a lavarem as mãos seguidamente, limpar as mãos com álcool gel, proteger a boca quando tossir ou espirrar. Os pais, quando estiverem doentes, devem se proteger com máscaras;
- A mãe deve alimentar o filho apenas com leite materno nos primeiros seis meses de vida. Essa prática é muito importante para o desenvolvimento do bebê e também auxilia a afastar doenças respiratórias;
- Os responsáveis precisam levar seus filhos às consultas de rotina com o pediatra;
- Crianças que tenham asma ou rinite alérgica podem realizar tratamentos preventivos durante o inverno, quando as crises são mais frequentes.

Sobre a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul foi fundada em 25 de junho de 1936 com o nome de Sociedade de Pediatria e Puericultura do Rio Grande do Sul pelo Prof. Raul Moreira e um grupo de médicos precursores da formação pediátrica no Estado. A entidade cresceu e se desenvolveu com o espírito de seus idealizadores, que, preocupados com os avanços da área médica e da própria especialidade, uniram esforços na construção de uma entidade que congregasse os colegas que a cada ano se multiplicavam no atendimento específico da população infantil. Atualmente conta com cerca de 1.750 sócios, e se constitui em orgulho para a classe médica brasileira e, em especial, para a família pediátrica.