As doenças cardiovasculares seguem uma lógica: quanto maior o número de fatores de risco a que uma pessoa está submetida, mais propensa ela é para problemas cardíacos. As medidas para manter o coração saudável formam uma longa lista. Al ém identificar e tratar adequadamente os fatores de risco para doença cardíaca, é necessário manter hábitos saudáveis.

Segundo o cardiologista Charles Dalegrave, presidente do departamento de Cardiologia da Associação Médica de Caxias do Sul (Amecs), a hipertensão é um dos principais fatores de risco. "Ao contrário do que se pensa, a pressão alta não apresenta sintomas", alerta Dalegrave. É um processo gradativo: quanto mais tempo o paciente convive com a hipertensão, maior é o risco de desenvolver doenças cardíacas.

Outro grande vilão para as doenças cardiovasculares são os alimentos gordurosos. Gorduras de origem animal, como a banha de porco, ainda bastante usada na região, apresenta mais colesterol, que é uma gordura que irá se depositar na parede das artérias levando a sua obstrução. "Portanto, as gorduras de origem vegetal devem ser preferidas, usando margarina ao invés de manteiga e óleo vegetal no lugar da banha", afirma o cardiologista.

Problemas que também p reocupam são o stress, o sedentarismo e o diabetes. "O cigarro é um fator de risco importantíssimo", diz Dalegrave, acrescentando que também correm risco maior as pessoas que possuem histórico de doenças cardiológicas na família. "Deve-se atentar, sobretudo, para os parentes em primeiro grau, como pai, mãe e irmãos que sofreram infarto relativamente jovens, ou seja, antes dos 55 anos de idade", diz.

Dieta rica em sódio, que é encontrado principalmente em enlatados e embutidos, deve ser evitada, bem como a sobrecarga física e mental. Há estudos que comprovam que indivíduos que seguem o estilo de vida atu al, privilegiando a competição e trabalho em excesso, tendem a desenvolver mais problemas cardíacos.

BONS HÁBITOS

Para ter um coração saudável, manter bons h&aacu te;bitos é fundamental. Deve-se começar pela alimentação. "Para entender o quanto a alimentação é importante, é só observar a dieta do Mediterrâneo. Nessa região, os habitantes têm grande consumo de azeite de oliva, peixe e vinho. Por causa disso, possuem índices menores de doenças do coração", diz o presidente do departamento de Cardiologia da Amecs.

O vinho, de fato, é considerado um protetor das doenças cardiovasculares, desde que consumidos com moderação - em torno de 250 ml ou uma taça por dia. Em doses baixas, essa bebida possui fatores que interferem no colesterol, a lém de provocar uma espécie de relaxamento das artérias, melhorando assim o desempenho cardíaco.

Alimentos como legumes, verduras e frutas devem fazer parte do cardápio diário, pois são ricos em fibras, que possuem a propriedade de retenção de gorduras no intestino, bem como são fontes de vitaminas e algumas de fatores antioxidantes. Ao contrário, as carnes vermelhas devem ser consumidas com moderação. O ideal é consumir peixe ou frango, preferencialmente assado ou grelhado.

A realização de atividades físicas regulares também é fundamental. O ideal é praticar exercícios de moderada intensidade, principalmente aeróbicos, de três a quatro vezes por semana. Indivíduos com doença cardíaca ou com mais de 45 anos devem consultar o cardiologista para avaliação antes de realizar atividades físicas regulares.