Os olhos são parte importante da composição do rosto. Além disso, é através deles que o mundo ganha forma. No entanto, após algum tempo ou em decorrência de determinadas doenças, é comum que eles fiquem menos bonitos e passem a prejudicar a harmonia do conjunto. Nessa hora entram em cena os procedimentos de embelezamento ocular. Para quem pensa que somente o avanço da idade vai gerar procura por esse tipo de cirurgia, o oftalmologista do Hospital CEMA, Sérgio Crivelin, esclarece que não.
“Houve um aumento entre os adultos jovens não só por cirurgias como a Blefaroplastia — reservada para alguns casos nessa faixa etária — mas também pela procura do Botox, preenchimento, cremes antienvelhecimento, correção de grau, entre outros”. No entanto, o médico ressalta que a média de idade que mais procura por esse tipo de procedimento varia entre 40 e 50 anos.
A Blefaroplastia é uma cirurgia plástica que corrige imperfeições na pálpebra, como bolsas de gordura, rugas e flacidez. Essa técnica pode ajudar não somente no embelezamento do olho, mas também na melhora do aspecto da pele do rosto. “Nos casos avançados, o paciente necessita usar também o músculo frontal (testa) para abrir os olhos, causando rugas e cefaleia na região frontal pela fadiga muscular, geralmente no fim do dia”, explica o especialista do CEMA. Segundo ele, o paciente que passa por essa cirurgia, vê uma melhora significativa também na autoestima.
O envelhecimento pode ser um fator desencadeante do aumento no volume das pálpebras e no surgimento de bolsas de gordura, mas não é o único. “Existem outros fatores que contribuem para isso como inflamações recorrentes das pálpebras, alergias crônicas, doenças renais e herança genética. Porém, com o envelhecimento temos uma frouxidão dos tecidos, deixando o excesso de pele e as bolsas de gorduras mais evidentes”, afirma. O médico explica que nos casos em que a causa é patológica, é necessário tratar a doença de base.
Além da Blefaroplastia, outro procedimento cada vez mais consolidado para embelezamento ocular é a aplicação da toxina botulínica — o popular Botox — na região ocular. Essa técnica já é utilizada como tratamento de Blefaroespasmos (piscar involuntário das pálpebras), em correções de assimetrias de supercílios, prevenção de rugas no terço superior da face, entre outros. “A toxina botulínica é muito segura, principalmente quando aplicada em locais e doses recomendados. Ela não é tóxica ao ser humano, uma vez que está distante da dose letal humana”, esclarece Crivelin. No entanto, em alguns casos, há sim contraindicações. É o caso de pacientes com doenças imunológicas ou oftalmológicas com comprometimento muscular, que usam antibióticos do grupo aminoglicosídeos e gestantes ou em amamentação.
Porém, caso você seja uma das pessoas que tem pavor só de ouvir falar em cirurgia e prefere a boa e velha maquiagem para corrigir as imperfeições, é importante ficar em alerta sobre possíveis problemas oculares que podem ocorrer por causa da má utilização do produto. Nesse caso, o oftalmologista recomenda bom senso na hora da aplicação e critério na escolha. “O uso de maquiagem antialérgica, uso consciente e higienização adequada diária, como a limpeza dos cílios com shampoo neutro infantil, ajudam a evitar irritações oculares”, diz. Já a utilização de protetores solares e cremes não evita, mas pode ajudar na redução dos danos provocados pelo envelhecimento.
