Uma doença pouco conhecida entre as mulheres e com sintomas que na maioria das vezes passam despercebidos. Esta é a síndrome do Túnel do Carpo, que acomete geralmente pessoas do sexo feminino na faixa dos 35 aos 60 anos de idade e se caracteriza por episódios de dormência e formigamentos, principalmente à noite, nas pontas dos dedos indicador, médio e anular. De acordo com o Dr. Gustavo Verzoni, ortopedista e traumatologista da Clínica Santo Antônio e especialista em cirurgia da mão, estes efeitos ocorrem devido a uma compressão no nervo mediano no nível do punho. Ele acrescenta que a doença costuma ser bilateral em mais de 50% dos pacientes acometidos.
Esta doença muitas vezes demora a ser diagnosticada porque, na maioria dos casos, a paciente custa a procurar atendimento especializado, julgando tratar-se de problemas circulatórios ou mesmo “tendinite”. O correto é consultar com o médico, o qual após avaliar os sintomas e o exame físico, solicitará uma série de exames para saber qual é o verdadeiro problema”, comenta Dr. Verzoni, que também é membro titular da Sociedade Brasileira da Cirurgia da Mão (SBCM). O diagnóstico da síndrome do túnel do carpo é baseado nos sintomas característicos e na comprovação da compressão do nervo por um exame chamado eletroneuromiografia; nesse exame os nervos do antebraço, punho e dedos são estimulados por choques de pequena intensidade sendo o resultado medido na tela do aparelho.
Caso a doença venha a ser diagnosticada precocemente, é possível controlá-la através do uso de splints, talas e medicamentos. Os "splints" são pequenas talas de material duro, porém flexível que são colocados desde a mão até o antebraço e fixados com velcro, podendo ser facilmente retirados e colocados. Os remédios ou infiltrações no local podem ser utilizados, porém são sempre paliativos, ou seja, não resolvem o problema definitivamente. Em casos mais avançado, em que o tratamento conservador não surtir efeito ou o exame mostrar compressão severa do nervo, a solução é a intervenção cirúrgica. Dr. Verzoni esclarece que o objetivo da cirurgia é abrir o canal por onde o nervo passa, resolvendo o problema definitivamente na maioria dos casos. Quando o nervo fica comprimido muito tempo pode haver atrofia definitiva ("nervo atrofiado ou seco") com pouca recuperação mesmo após a cirurgia.
Após a cirurgia, Dr. Verzoni salienta que a paciente poderá retornar às suas atividades normais em até 60 dias para situações que exijam mais esforço físico, e em até duas semanas para quem pratica atividades mais moderadas. “As clientes que precisam fazer cirurgia nas duas mãos costumam ficar bastante satisfeitas com o resultado da primeira, já entrando na expectativa para operar a outra e livrar-se de forma definitiva dos sintomas”, destaca o ortopedista e traumatologista da Clínica Santo Antônio (Rua Santo Antônio, 767, bairro Bom Fim), em Porto Alegre.