A idade aumenta e, com ela, podem aumentar a incidência de problemas de saúde e a necessidade da procura por médicos e tratamentos. Devido à fragmentação da Medicina em especialidades, a tendência é cada especialista avaliar sua área e indicar um medicamento específico. Em consequência, a gaveta de medicamentos acaba ficando mais cheia: são remédios para baixar o colesterol, controlar a pressão, o diabetes e as dores reumáticas, os problemas mais comuns nessa época da vida. Entretanto, uma coisa importante a discutir é a questão da interferência entre os medicamentos, já que, no conjunto, a interação dos remédios prescritos pelos médicos pode não dar certo.
De acordo com o ginecologista Prof. Dr. Jorge Nahás Neto, da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp), a mulher que faz a Terapia Hormonal pode - e deve - continuar o tratamento mesmo que necessite tomar outros medicamentos de uso contínuo, como os indicados para hipertensão ou diabetes, por exemplo. Isso porque a TH não interfere na ação desses remédios e eles também não interferem na TH. Nahás Neto afirma isso baseado no Consenso Latino Americano Sobre Terapia Hormonal de Reposição na Pós-menopausa de 2004, no qual a classe médica latino-americana se posicionou a respeito de vários aspectos da TH.
No entanto, quando se trata de medicamentos metabolizados pelo fígado, como antibióticos e antibacterianos, a mulher pode notar uma acentuação dos sintomas do climatério, pois esses remédios interferem na metabolização dos hormônios. "Isso é transitório. Ao terminar o tratamento com o antibiótico, a situação se normaliza", tranquiliza o ginecologista.
Pesquisas constantes
Continuamente são feitos estudos que procuram avaliar as possíveis combinações de medicamentos e as consequências que isso pode trazer. De maneira geral, o que se sabe até hoje é que, a partir do quarto medicamento já começam a surgir efeitos colaterais, alguns muito sérios como dificuldade de raciocínio e alterações do equilíbrio.
Converse sempre com seu médico quando ele prescrever algum novo medicamento, e tenha na bolsa os nomes dos remédios de que faz uso normalmente. Siga corretamente as orientações de uso dos medicamentos, não abandone ou prolongue o tratamento por conta própria e não pratique a automedicação. Se você tem dificuldade em engolir comprimidos, pergunte se há uma versão líquida do mesmo medicamento ou se há alguma maneira de tornar mais fácil a sua ingestão. Essa é a melhor maneira de obter resultados eficazes de qualquer tratamento e garantir-se contra efeitos indesejáveis.