
O Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, de Nova York, realizou um estudo para apurar a satisfação e a qualidade de vida de mulheres após a cirurgia de reconstrução mamária. Dentre os resultados, os pesquisadores concluíram que mulheres que fizeram cirurgia e receberam implante de silicone estão mais satisfeitas com a aparência dos seios das que receberam as próteses salinas.
Para levantar esses dados, os pesquisadores ouviram 176 mulheres com implantes de silicone e 306 com próteses salinas. As principais queixas apresentadas pelas pacientes com o implante salino foram a má cicatrização e o endurecimento da área ao redor da prótese. Além
disso, todas as participantes tiveram apenas uma das mamas reconstruídas e as que receberam a prótese salina também apresentaram assimetria mamária.
De acordo com Ângela Maximiano, cirurgiã plástica do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a prótese salina não é mais utilizada no Brasil como método definitivo, mas apenas como forma de expandir a pele para receber a prótese de silicone. “Normalmente, vamos enchendo a prótese com soro fisiológico até atingirmos o tamanho ideal para simetria das mamas. Porém, assim que atingimos esse volume de pele aumentada, substituímos pela prótese de silicone” explica.
Além disso, a cirurgiã plástica também ressalta que a formação de rugas ou endurecimento da pele depende muito de cada pessoa e de suas características fisiológicas. “Principalmente quando a pessoa é magra, sua pele é mais fina e a borda formada pela prótese fica mais evidente, esse fenômeno é chamado de ripling” completa.
Nos Estados Unidos, grupos feministas e de consumidores proibiram a utilização de próteses de silicone por causa do risco de vazamento e do aparecimento de outros problemas de saúde que poderiam ser desencadeados pelo implante. Porém, para André Gonçalves de Freitas Colaneri, especialista em cirurgia plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), esse método já está obsoleto e no Brasil não e mais utilizado. “O silicone é um gel coeso que não se espalha em caso de vazamentos e as melhores próteses no mercado possuem uma vida útil de 20 anos” completa.
Independentemente da prótese utilizada, Ângela explica que o principal fator que influencia na recuperação do paciente é ter a disposição uma equipe de profissionais multidisciplinar para atender todas as necessidades apresentadas.