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Por que encolhemos?
 
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10/10/2011

Por que encolhemos?

Confira intrigantes informações a respeito

A pergunta parece coisa de criança que vê os avós cada vez menores. Para não causar dramas familiares já vi pessoas responderem “não é o vovô que está menor é você que está crescendo rápido”. Mas, a verdade é que de fato ficamos mais baixos com o passar dos anos. Vários são os motivos que levam a este fenômeno, parte integrante do processo de envelhecimento natural pelo qual os seres humanos passam com a idade. As modificações do organismo vão desde tecidos, que se tornam menos flexíveis, perda de fluidos e hormônios, a músculos e ossos que vão perdendo força e estrutura. Trata-se da biologia do envelhecimento, chamada de senescência, que é diferente da senilidade – uma doença. Dizem até que um fator externo também pode ser uma das causas do encolhimento: o efeito da gravidade, a que o planeta Terra tudo submete e que puxa para baixo, mas que sem ele estaríamos flutuando, muito longe do chão.

Histórias à parte, como ortopedista, dedico maior atenção ao esqueleto humano, que sofre alterações durante a vida e pode ir perdendo importantes funções com o passar do tempo, como todo o organismo. Aliás, até pela manhã os ossos ficam menores, devido à perda de líquido durante a noite de sono e isto ocorre em todas as idades. Uma pesquisa recente realizada na Alemanha trouxe luz a uma polêmica sobre o que acontece com a coluna vertebral quando a pessoa envelhece: há uma redução dos discos que ficam entre os ossos ou a altura dos discos aumenta com a idade? A diminuição da estatura é causada pelo fato de os ossos ficarem mais comprimidos? Para responder a estas questões, foram analisadas informações de 1.200 adultos, obtidas por raio X e outros exames que revelam mais detalhes, e os cientistas montaram um banco de dados sobre o que acontece com a altura dos discos e a forma da coluna vertebral com a chegada da velhice.

O trabalho apresentou um resultado surpreendente. Os discos da parte baixa das costas, da lombar, aumentaram de altura até as pessoas atingirem 70 anos, em ambos os sexos. Ao mesmo tempo, a principal parte das vértebras ficou menor com a idade. O centro dos ossos aparentava ter baixado seu nível de propriedades. A parte superior de cada osso sofreu alteração em sua densidade, passou a ter massa mais reduzida se comparada com a inferior. A concavidade aumentou em toda a extensão. Então, os dados coletados respondem a algumas perguntas. O encolhimento que vem com a idade tem como causa mudanças nos ossos mesmo e não nos discos entre eles. Vale explicar que a coluna vertebral é formada por várias vértebras que são ligadas por articulações, os discos intervertebrais. Esses discos são constituídos de material fibroso (ânulo fibroso) e gelatinoso (núcleo pulposo) que desempenham a função de amortecedores e são responsáveis pela mobilidade, e foram as partes que a pesquisa diz que até crescem com o passar do tempo. O que diminui de tamanho são as vértebras, que sobrepõem-se umas às outras, integrando o canal vertebral.

A coluna vertebral serve de apoio para outras partes do esqueleto. As células ósseas (osteócitos) são as responsáveis pela formação do colágeno, elemento que dá sustentação ao osso. Os canais que interligam os osteócitos permitem que o cálcio, essencial para a formação óssea, saia do sangue e ajude a formar o osso.

Dicas para a saúde da coluna. Como tudo no corpo humano, os ossos se modificam ao longo da vida. Suas características e alterações são regidas em parte pela herança genética e em parte pela maneira como os tratamos. Uma boa nutrição, com cálcio, vitaminas e fibras, a manutenção dos níveis hormonais e a prática regular de exercícios físicos ajudam a manter a saúde dos ossos. Os exercícios físicos que aconselho são musculação e alongamento – trabalhar, principalmente, o abdome e a parte posterior, incluindo as costas e os quadris. Em pé, sentado ou deitado, manter a postura, com a coluna ereta, também ajuda. A pessoa que não se previne, poderá sofrer com a osteoporose, que em resumo, é uma doença provocada pela redução da densidade mineral de cálcio nos ossos. A medicina não descobriu a poção da juventude eterna, mas a atividade física retarda o envelhecimento por proporcionar a manuteção de algumas capacidades motoras, como força e resistência muscular, e que as práticas motoras, embora não consigam frear o processo de envelhecimento, irão proporcionar uma velhice mais saudável e independente. Feliz Dia dos Avós (26 de julho) para os atuais e futuros vovôs e vovós.

Fabio Ravaglia

O dr. Ravaglia é médico ortopedista graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) com residência médica no Hospital do Servidor Público Estadual, especialização em coluna vertebral Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Foi o primeiro brasileiro aceito pelo programa do Royal College of Surgeons of England, onde se especializou em ortopedia reumatológica (próteses e revisão de próteses articulares, artroscopia de várias articulações, tratamento de dor na coluna e traumatologia). Durante quatro anos atuou como cirurgião ortopédico em hospitais ligados à Universidade de Bristol, na Inglaterra, país reconhecido pelo pioneirismo no desenvolvimento de próteses e de técnicas de ortopedia reumatológica. Na Alemanha, dr. Ravaglia fez especialização nas mais avançadas técnicas para cirurgias de coluna minimamente invasivas, realizadas com um aparelho do tamanho de uma caneta e com anestesia local. A técnica é utilizada para cirurgias de hérnia de disco.


Autor: Fabio Ravaglia
Fonte: Printec Comunicação

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