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Desligados do mundo
 
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21/10/2009

Desligados do mundo

Dificuldades de comunicação dos autistas e mitos sobre a doença são os maiores obstáculos para a socialização

O autista parece desconectado do mundo. Não consegue se relacionar com ninguém nem é capaz de manter uma simples conversa. Não bastasse isso, a doença ainda é cercada por mitos que erguem outras barreiras ao redor do paciente, impondo um isolamento maior. Um dos mais prejudiciais é achar que a condição é consequência da falta de amor dos pais. Essa hipótese, elaborada pelo austríaco Leo Kanner, surgiu logo no início dos estudos sobre a enfermidade. Apesar de ter sido descartada anos depois, o mito se mantém vivo ainda hoje e incomoda os familiares. Além de estarem erradas, essas falsas concepções atrapalham os portadores, reduzindo suas chances de integração à sociedade. Para um tratamento eficiente, o primeiro passo é derrubar os mitos.

Outra falsa ideia que rodeia o autismo é a da genialidade, que ganhou força graças a Hollywood. No filme Rain Man (1988), o vencedor do Oscar Dustin Hoffman interpretava um paciente com sérios distúrbios de comunicação. Em contrapartida, exibia uma inteligência espantosa, antecipando lances em jogos de cartas e ganhando dinheiro em cassinos. Apesar de altas habilidades estarem presentes em casos raros, o filme popularizou a ideia de que autistas são pessoas incrivelmente inteligentes. Mas na maior parte dos casos não são. Uma grande parcela dos portadores apresenta retardo mental. Por isso, têm grande dificuldade de aprendizado e podem apresentar comportamentos como machucar-se de propósito ou bater com a cabeça contra a parede. Além disso, a dificuldade de relacionamento diminui em muito as chances de que se tornem gênios.

Outro equívoco é crer que habitam um mundo particular, onde vivem felizes.

– Apesar de estarem, na maioria das vezes, sozinhos e pensativos, os autistas não criam um universo paralelo. Há uma enorme dificuldade de interação social e comunicação que limita sua participação na sociedade, tornando-o um indivíduo isolado, com maneiras e rotinas peculiares – explica o psiquiatra Emílio Salle.

A origem do autismo, na verdade, nunca foi descoberta. Acredita-se que seja uma deficiência neurológica intimamente ligada à condição genética. Na semana passada, a revista científica britânica Nature publicou um trabalho da universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que identificou diversos genes ligados ao autismo, avançando no mapeamento da doença.

– Os pacientes podem nascer com forte predisposição ou adquiri-la durante os 18 primeiros meses de vida. A ciência já encontrou várias alterações genéticas ligadas ao autismo, mas nenhuma delas é determinante, já que em numerosos casos não há registro de alteração genética nem neurológica – explica o psicanalista Alfredo Jerusalinsky, que discute o tema neste final de semana, durante a jornada Estruturas Freudianas da Associação Psicanalítica de Porto Alegre.
 


Autor: Daniel Cardoso
Fonte: ZH Caderno Vida

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