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Brasil entra na Campanha Mundial contra o Parkinson
 
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12/04/2010

Brasil entra na Campanha Mundial contra o Parkinson

Saiba mais sobre a patologia, sintomas, dificuldades e tratamentos

Em uma ação simultânea com outros países, o Brasil entra na luta mundial contra a doença de Parkinson. Para tanto, a Academia Brasileira de Neurologia alia-se a chama a atenção da população acerca dos sintomas, tratamento e promoção da qualidade de vida de portadores da doença e seus cuidadores.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1% da população com mais de 65 anos possui a doença. As estatísticas disponíveis revelam que a prevalência da doença de Parkinson na população é de 150 a 200 casos por 100.000 habitantes. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), no mundo, existem pelo menos quatro milhões de pessoas com doença de Parkinson. A estimativa é que esse número dobre até 2040, com o aumento da população idosa. Não existem números exatos sobre o Parkinson no Brasil, entretanto, o Ministério da Saúde estima que existam pelo menos 200 mil pessoas com a doença.

Qualquer pessoa pode desenvolver a doença de Parkinson, independentemente de sexo, raça, classe social e idade. Contudo, a maior parte dos casos é detectada em indivíduos ao redor dos 60 anos (de 65 e 80 anos). A partir de seu surgimento, a patologia progride durante toda a vida, porém, com adequado tratamento, o prejuízo funcional determinado pelos diversos sintomas pode ser controlado e minimizado, além da sua evolução atenuada.

Parkinson: Doença, Sintomas, Dificuldades e Tratamentos

A doença de Parkinson é uma patologia degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada por elevada diminuição de neurônios que contém o neurotransmissor (substância química que auxilia a transmissão de informações entre células nervosas) dopamina. Esse neurotransmissor colabora com a realização automática de movimentos voluntários do corpo. Devido à dopamina, não é necessário pensar no movimento de cada músculo envolvido em uma ação. A sua ausência, sobretudo na região encefálica denominada substância negra, promove a perda do controle motor, gerando os sintomas característicos da doença.

Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam uma morte progressiva das células nervosas que produzem dopamina. Algumas pessoas, entretanto, perdem um volume excessivo dessas células, e consequentemente, diminuem muito mais seus níveis de dopamina num ritmo muito acelerado e assim acabam por manifestar os sintomas da doença. Tema de recorrentes estudos, ainda não há dados conclusivos sobre o exato fator responsável pela progressiva e exagerada perda de células nervosas. Admite-se, contudo, que mais de um fator deve estar envolvido no desencadeamento da doença. Esses fatores podem ser genéticos ou ambientais.

Embora conhecidos alguns genes relacionados com a ocorrência da doença de Parkinson, ela habitualmente não é uma doença hereditária. Apenas ocasionalmente surgem distintos casos da doença numa mesma família e, em geral, tratam-se de casos com início precoce (abaixo dos 40 anos de idade). Dessa maneira, deve-se entender que não há como definir um risco real para filhos de pacientes também desenvolverem a patologia. A presença de um doente na família não aumenta muito o risco da doença em nenhum indivíduo.
Os genes que favorecem o desenvolvimento da doença possivelmente devem agir de forma indireta, juntamente com outros fatores. Entre eles, destacam-se fatores ambientais, como contaminação com agentes tóxicos (agrotóxicos, resíduos químicos, por exemplo).

Sintomas

O quadro clínico basicamente é composto de quatro sinais principais: tremores; acinesia ou bradicinesia (lentidão e pobreza dos movimentos voluntários); rigidez (enrijecimento dos músculos, principalmente no nível das articulações); instabilidade postural (dificuldades relacionadas ao equilíbrio, com quedas frequentes). Para o diagnóstico, não é necessário, entretanto, que todos os elementos estejam presentes, bastando dois dos três primeiros itens citados.

Esse conjunto de sinais e sintomas neurológicos é chamado de síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo. Doenças diferentes e causas muito diversas podem produzir essa síndrome parkinsoniana. Entretanto, a principal causa dessa síndrome é a própria doença de Parkinson, em aproximadamente 70% dos casos. Os demais casos tratam-se de enfermidades ou condições clínicas nas quais os sintomas são semelhantes, porém outras características estão presentes e a história clínica e evolução vão ajudar no diagnóstico diferencial. Portanto, quando um médico faz menção ao parkinsonismo ou síndrome parkinsoniana, não se está, necessariamente, se referindo à doença de Parkinson. Uma causa importante de parkinsonismo secundário é aquele induzido por medicamentos (por exemplo, algumas das drogas usadas para vertigens e tonturas, para doenças psiquátricas e alguns remédios para hipertensão). A importância de se identificar esses casos é que os sintomas são potencialmente reversíveis com a interrupção dos medicamentos que os causaram.

A doença de Parkinson costuma instalar-se de forma lenta e progressiva, em geral em torno dos 60 anos de idade, embora 10% dos casos ocorram antes dos 40 anos (parkinsonismo de início precoce) e até em menores de 21 anos (parkinsonismo juvenil). Ela afeta ambos os sexos e todas as raças. Os sintomas aparecem inicialmente em apenas um lado do corpo e o paciente se queixa que "um lado não consegue acompanhar o outro". O tremor é caracteristicamente presente durante o repouso, melhorando quando o paciente move o membro afetado. Todavia, não está presente em todos os pacientes com doença de Parkinson, assim como nem todos os indivíduos que apresentam tremor são portadores de tal enfermidade. O paciente percebe que os movimentos com o membro afetado estão mais difíceis, mais vagarosos, atrapalhando nas tarefas habituais, como escrever (a letra torna-se pequena), manusear talheres, abotoar roupas. Sente também o lado afetado mais pesado e mais enrijecido. Esses sintomas aumentam de intensidade, afetando o outro membro do mesmo lado e, após alguns anos, atingem o outro lado do corpo. O paciente também pode apresentar dificuldade para andar (anda com passos pequenos) e alterações na fala.

A doença de Parkinson, contudo, não afeta apenas a motricidade. Afora a diminuição de dopamina, a patologia atinge outras áreas cerebrais, além de outros neurotransmissores. Por essa razão, indivíduos portadores da patologia podem manifestar redução ou perda do olfato, distúrbios de sono, constipação, alterações emocionais, ansiedade, depressão, sintomas psicóticos e prejuízos cognitivos.

Diagnóstico da doença de Parkinson


O diagnóstico da doença de Parkinson é basicamente clínico, fundamentado na correta valorização dos sinais e sintomas anteriormente descritos. O profissional mais habilitado para tal interpretação é o médico neurologista, que é capaz de diferenciá-los do que ocorre em outras doenças neurológicas que também afetam os movimentos. Os exames complementares, como tomografia cerebral, ressonância magnética, entre outros, servem apenas para avaliação de outros diagnósticos diferenciais. O exame de tomografia por emissão de pósitrons (PET-Scan) pode ser utilizado, com um programa especial, para o diagnóstico de doença de Parkinson, mas é, na maioria das vezes, desnecessário, diante do quadro clínico e evolutivo característicos.

Tratamento

A doença de Parkinson é tratável. Seus sinais e sintomas respondem de forma satisfatória aos medicamentos existentes. Esses medicamentos, entretanto, são sintomáticos, eles repõem parcialmente a dopamina que está faltando e assim melhoram os sintomas da doença. Devem, portanto, ser usados por toda a vida ou até que surjam tratamentos mais eficazes. Ainda não há no mercado drogas que possam evitar, de forma inequívoca, o avanço da degeneração de células nervosas que causam a doença ou curá-la.

Há diversos tipos de medicamentos antiparkinsonianos disponíveis, que devem ser ministrados em combinações adequadas a cada paciente e fase de evolução da doença, garantindo assim uma melhor qualidade de vida e independência ao enfermo. O governo brasileiro, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), distribui gratuitamente todos os medicamentos disponíveis no mercado brasileiro para o tratamento da Doença de Parkinson. Existem, também, técnicas cirúrgicas para atenuar alguns sintomas da doença que devem ser indicadas caso a caso, quando os medicamentos falharem em controlar tais sintomas. Tratamento adjuvante com fisioterapia e fonoaudiologia são muito recomendados.

O objetivo do tratamento, incluindo medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia, suporte psicológico e nutricional é reduzir que o prejuízo funcional decorrente da doença, permitindo que o indivíduo tenha uma vida independente, com qualidade, por muitos anos.

ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA

A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) é a maior e mais importante associação dos neurologistas do Brasil. É uma sociedade civil, sem fins lucrativos, de duração indeterminada, congregadora dos que exercem e/ou cultivam a neurologia e ciências afins no Brasil. Foi fundada na cidade do Rio de Janeiro em 5 de maio de 1962 e registrada no Primeiro Ofício de Registro de Títulos e Documentos da cidade de São Paulo. Representa a neurologia brasileira na "World Federation of Neurology" e dirige a sessão de Neurologia da Associação Médica Brasileira, no Conselho das Especialidades. Tem como fundamento a promoção do desenvolvimento científico da neurologia brasileira.

Através de suas comissões, discute assuntos amplos, como a Residência Médica em Neurologia e Programas de Ensino da Neurologia em nível de Graduação e Pós-Graduação, além de ser um foro de discussão científica e de assuntos relacionados às atividades profissionais do neurologista.


Autor: Imprensa
Fonte: Trixe Comunicação Empresarial

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