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05/04/2011

Infecção Hospitalar em Debate

Hospital Moinhos de Vento reúne pesquisadores internacionais sobre o tema

O Encontro de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Moinhos de Vento, que ocorreu nessa segunda-feira, 04 de abril, no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, debateu um assunto de extrema relevância para a saúde da população, a infecção hospitalar. O evento contou com o apoio do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), entre outros, e reuniu pesquisadores de renome internacional.

As diretrizes gerais para o Controle de Infecções Hospitalares, no Brasil, são reguladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde - Unidade de Controle de Infecções em Serviços de Saúde (UCISA). Contudo, a emergência das superbactérias, resistentes a uma série de químicos abrasivos e procedimentos específicos, suscita da sociedade em geral e científica ações inovadoras.

O Superintendente Médico do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Nilton Brandão, comentou que o Simpósio Internacional entrou no calendário oficial da Instituição devido à importância e magnitude. Brandão ressaltou acerca da importância do intercâmbio de pesquisadores internacionais no compartilhamento das melhores práticas em execução ao redor do mundo. “Esse movimento, integrado pelo Moinhos, pretende inspirar e motivar ações pioneiras”, concluiu o superintendente.

Nadia Mora Kuplich, presidente da Associação Gaúcha de Profissionais de Controle de Infecção Hospitalar (AGIH), salientou que o Hospital Moinhos de Vento é o único credenciado pela Joit Comission International no Rio Grande do Sul. A liderança da Instituição, na visão da especialista, motiva o setor para novas práticas de combate da infecção hospitalar, inclusive em termos de legislação. A presidente citou ainda que o primeiro estudo brasileiro, de metodologia multicêntrica, foi liderado pelo Hospital.

A busca por um conhecimento de métodos efetivos de proteção em relação às infecções hospitalares é urgente e necessária, considerando-se a interdependência do material que é utilizado em uma unidade hospitalar, salientou a enfermeira coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Moinhos de Vento, Maria de Lourdes Ravanello. Assim, um intercâmbio cultural sobre a infecção hospitalar é de suma importância e poderá prover uma maior apoio dos profissionais de saúde no seu combate, comentou Ravanello.

O problema é particularmente complexo para países emergentes, como o Brasil, afirmou o pesquisador e médico microbiologista Adriano Duse, do Departamento de Microbiologia e Doenças Infecciosas da Universidade de Witwatersrand, África do Sul. De acordo com o especialista, a higienização e limpeza adequadas dos materiais utilizados buscam a eliminação da carga microbiana, e o principal meio de combate da infecção hospitalar é a higienização das mãos, principalmente com o álcool gel. Porém, um viés humano institui-se na medida em que a cultura e hábitos contextuais podem impedir ou favorecer a aderência dos colaboradores a um programa voltado à eliminação de contaminações bacterianas.

Especialmente em países emergentes, segundo Duse, pode faltar desde uma infraestrutura adequada, como água canalizada em todos os locais de atendimento aos pacientes; como também a prática habitual da lavagem das mãos pode não fazer parte da cultura local. O especialista comentou que, na região onde atende na África do Sul, é comum as pessoas, inclusive os profissionais de saúde, ingerirem o álcool gel devido ao hábito de abuso dessa substância, constituindo-se um hábito de difícil solução.

A doutora Judith Richards, representante da Federação Internacional de Controle de Infecção e pesquisadora da East England Medical School, Inglaterra, prosseguiu nesse mesmo sentido, ressaltando o fator humano imbricado nessas práticas preventivas. Em sua conferência, abordou a relevância das práticas de treinamento e capacitação de pessoal para o enfrentamento da infecção hospitalar. Enfermeiros link, termo utilizado pela especialista, seriam as pessoas multiplicadoras especialmente treinadas para diagnóstico, monitoramento e multiplicação de práticas preventivas à infecção no âmbito hospitalar.

Além disso, Richards apontou para a importância de envolver gestores na implementação do trabalho dos Enfermeiros link, no sentido de reforçar o comprometimento das pessoas multiplicadoras de boas práticas hospitalares. A especialista chamou a atenção, ainda, sobre o gerenciamento de antibióticos como medida preventiva à resistência bacteriana, que inevitavelmente envolveria uma atuação multidisciplinar no contexto hospitalar.

O doutor Engil Lingaas, microbiologista clínico e coordenador do Departamento de Prevenção de Infecção do Hospital da Universidade de Oslo, na Noruega, salientou acerca da importância do uso de adornos (como relógios e anéis) e suas implicações na contaminação das mãos. O especialista citou pesquisas, conduzidas em enfermarias na Noruega, que investigaram a prevalência de contaminação bacteriana em profissionais que usavam anéis e diferenciaram os resultados daqueles que não utilizavam. Nessa pesquisa constatou-se que pessoas que utilizavam anéis, mesmo as alianças lisas, possuíam três vezes mais bactérias do que profissionais que executavam suas atividades sem adornos nas mãos, comentou Lingaas.

O evento foi encerrado com debate a respeito da temática, suscitando a participação do público presente. Nesse sentido, vários questionamentos foram realizados aos palestrantes, bem como o público presente trouxe uma série de exemplos da sua prática nas instituições de saúde no Brasil.


Autor: SIS.Saúde
Fonte: SIS.Saúde

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