.
 
 
Infecção Hospitalar, pandemia mundial que necessita de estratégias de controle e prevenção
 
Sa�de RS
 
     
   

Tamanho da fonte:


13/06/2014

Infecção Hospitalar, pandemia mundial que necessita de estratégias de controle e prevenção

SINDIHOSPA promove Jornada que revela ações em nível global

Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar foi o tema da Jornada promovida pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA) na última quarta, que contou com a abertura do presidente do SINDIHOSPA, Mauro Stormovski; e o presidente da Federação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (FEHOSUL), Cláudio Allgayer.

Proferindo a palestra “Clean Care is Safer Care – Who”, a Jornada teve a presença do professor Dr. Didier Pittet, médico epidemiologista e diretor do Programa de Controle de Infecção do Hospital Universitário de Genebra, na Suíça, e colaborador das estratégias de Segurança do Paciente da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cláudio Allgayer (à esquerda) e Mauro Stormovski (à direita)

Segundo Pittet, as infecções hospitalares representam uma pandemia silenciosa. “No mundo, 1,5 bilhões de pessoas contraem infecções hospitalares; 16 milhões morrem em consequência; e, nos países emergentes, a estimativa pode ser mais grave”.

O especialista também pontuou que, em nenhum lugar do mundo, essa questão conseguiu ser resolvida. “Vamos fazer algo para impedir que as pessoas morram”.

A principal estratégia de prevenção e controle é a higienização das mãos. “Em nossas pesquisas de 20 anos atrás, constatamos que menos de 40% dos profissionais de saúde lavavam as mãos em decorrência da falta de tempo entre um atendimento e outro”, frisou Pittet.

Didier Pittet

Ele acrescentou: “Realizamos as medições e identificamos que a lavagem adequada das mãos, com todas as etapas necessárias, pode representar em torno de 30 minutos do turno de trabalho”.

Mediante as pesquisas efetuadas, no Hospital Universitário de Genebra, Pittet e sua equipe começaram a implementar uma mudança de sistema: da lavagem das mãos para o uso do álcool gel, após contatar a eficácia deste método. “O álcool gel precisa estar à distância máxima de um braço para que o profissional de saúde possa usar com rapidez”, informou o médico.

Ao longo de 20 anos, o método da higienização das mãos com álcool gel foi utilizado nesse hospital em conjunto com uma campanha contínua para a mudança da cultura e comportamento dos profissionais, alcançando bons resultados na diminuição das taxas de infecções hospitalares.

Em decorrência, Pittet e sua equipe foram convidados, em 2005, pela OMS para coordenar uma campanha mundial (WHO Clean Care is Safer Care). “Nós da OMS, iniciamos com estudos piloto em algumas localidades do mundo, incluindo países desenvolvidos e emergentes, e os resultados revelaram-se promissores, com queda significativa dos índices de infecções hospitalares”, comentou.

Na atualidade, a OMS irá implantar sua sistemática nos países da América Latina. De acordo com Pittet, os hospitais interessados podem entrar em contato com a OMS para receber orientações a respeito, bem como podem acessar gratuitamente os materiais disponíveis no portal (http://www.who.int/gpsc/en/).

Por sua vez, Dr. James Arbogast, vice-presidente da GOJO na área de Ciências da Higiene e Saúde Pública, conduziu a palestra “Formulação dos Produtos X Eficácia”, abordando sobre as especificações técnicas que o álcool gel deve ter para garantir boa qualidade. “É importante ter o conhecimento que a formulação total do produto possui impacto em sua eficácia”.

James Arbogast

Conforme Arbogast, o álcool gel de qualidade deve ser formulado da seguinte maneira:

- mais de 60% de álcool em sua formulação;
- não deixar resíduos nas mãos, o que pode impedir a eliminação das bactérias;
- não causar danos à pele das mãos e, se possível, garantir sua melhoria (manter a barreira da pele e sua elasticidade);
- ser esteticamente agradável: odor, consistência, aparência.
- testado em sua eficácia tanto in vitro (em laboratório) quanto in vivo (em seres humanos).

Aborgast também informou que a dosagem pode fazer diferença para a eliminação das bactérias. “A quantidade de 3 ml tem maior eficácia que a de 1 ml, no entanto, demora muito a secar. Dessa forma, ficou convencionado que a quantidade de 1 ml é suficiente para garantir um padrão de eficácia”.

A enfermeira Carla Manuela Pereira de Araújo, do Hospital Albert Einstein, apresentou a implantação da estratégia “Positive Deviance”, a qual alcançou redução significativa das taxas de infecções hospitalares em toda a instituição. Adotada desde 2007, a estratégia visa melhorar os processos através das sugestões dos colaboradores (médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos, etc.), os quais, no dia a dia, identificam detalhes e situações que podem fazer diferença para a segurança do paciente.

Carla Manuela Pereira de Araújo

“A higienização das mãos é uma ação incansável. São necessárias estratégias contínuas. Para isso, é preciso, antes de tudo, conhecer o público da instituição e atuar em acordo com suas necessidades, estabelecendo parcerias”, disse Araújo.

Durante a Jornada, a enfermeira Roberta Marco, do Hospital Moinhos de Vento; a enfermeira Juliana Prates, do Hospital Mãe de Deus; e a enfermeira Loriane Rita Konkewicz, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, apresentaram casos de sucesso em estratégias para a prevenção e o controle da infecção hospitalar em suas instituições, demonstrando as ações efetuadas para garantir a adesão dos profissionais de saúde na higienização das mãos.

Roberta Marco
Juliana Prates
Loriane Rita Konkewicz

 Fotos: George Cereça


Autor: SIS.Saúde
Fonte: SINDIHOSPA
Autor da Foto: George Cereça

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581