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As adaptações das instituições de saúde
 
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09/08/2011

As adaptações das instituições de saúde

Artigo exclusivo de Eduardo Regonha, diretor executivo da Planis

Nos dias 02 e 03 de agosto, tive a oportunidade de participar do Fórum Internacional SPDM, da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, sobre Saúde em 2021, que discutiu e avaliou os principais desafios e situações que a medicina irá enfrentar no futuro próximo.

Dividido em seis módulos, a iniciativa contou com a apresentação de personalidades do mercado nacional e de diversos palestrantes internacionais. Os assuntos foram abordados com o objetivo de avaliar e propor estratégias para o cenário nos próximos 10 anos: “Brasil no mundo em 2021”, “O sistema de saúde brasileiro em 2021”, “Profissionais da saúde em 2021”, “Informação, comunicação e saúde”, “Ética na saúde” e “Mercado e complexo industrial da saúde em 2021”.

Dentre as diversas palestras, um dos tópicos unânimes entre todos foi o envelhecimento da população e a necessidade do sistema de saúde brasileiro (seja público ou privado) se adaptar para este novo perfil da população, o Ex-Ministro Rubens Ricupero citou em sua apresentação os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacando o envelhecimento populacional no país. Em 2001, 14,5 milhões de brasileiros (ou 9,1% do total) tinham acima de 60 anos. Em 2009, já eram 21,6 milhões (11,3%). Em 2025, estima-se que serão mais de 30 milhões (15%). Foi destacada ainda a redução gradativa da taxa de fecundidade e natalidade da população, provocando uma forte alteração na pirâmide populacional do país, com aumento no número de idosos e redução no número de jovens. Assim, estes fatores promovem um forte impacto nos custos gerados para a manutenção da saúde desta ascendente população de idosos, que podemos inferir e que provocará um aumento na incidência de doenças crônicas, internações hospitalares, exames e tratamentos e, consequentemente, gerando mais gastos para o sistema de saúde.

Além do fato destacado acima, foi abordado outro assunto, pelo Prof. Mauricio Lima Barreto da UFBA, que o Brasil começa a passar por uma situação complexa na qual as doenças de primeiro mundo, como diabetes e obesidade, serão ainda mais crônicas nas próximas décadas, todavia ainda convivendo com forte incidência de doenças de países em desenvolvimento como dengue e hanseníase.

Outros assuntos apresentados no evento, que considero de grande impacto no sistema de saúde, foi a apresentação do presidente da Associação Médica Mundial, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, que discorreu sobre a formação dos profissionais médicos que vem crescendo em quantidade, todavia, em muitas universidades deixa a desejar em relação à qualidade, e destacou a inadequada distribuição geográfica destes profissionais no território nacional. Esse fator, somente pode ser amenizado, com a transferência de parte das riquezas para os locais mais necessitados.

Um aspecto, que julguei muito favorável para o sistema de saúde, foram as apresentações sobre o uso da tecnologia, desde sistemas de gestão informatizados, prontuário eletrônico e até as novas de tecnologias para diagnósticos e tratamentos, nanotecnologia, pesquisas de células tronco, etc, que causam um aumento inicial nos custos, porém gradativamente tendem a ficar menos onerosos e contribuir para redução dos custos.

Às palestras que assisti me levam a reflexões que mostram um cenário delicado para os próximos anos, caso não haja adaptações necessárias para o segmento de saúde.

Em relação à saúde suplementar, com a alteração da pirâmide populacional citada acima, haverá forte impacto nos custos. Entretanto, acredito que não haverá margens para aumentos nos valores dos planos de saúde para esta população idosa, que deixa de fazer parte da população ativa, pois se aposenta e muitas vezes há redução na remuneração. Creio que será necessária uma política que concilie a atuação das áreas públicas com as privadas, pois se a área privada se preocupa com este impacto, da mesma forma, a área pública não terá condições de assumir esta população que exige maiores custos. É muito provável que uma das saídas será a ampliação das parcerias público-privadas e a adaptação das operadoras de planos de saúde, com políticas voltadas à população idosa.

Por isso, tanto os hospitais devem passar por adequações para atender esta população, como também as empresas de “Home Care” provavelmente terão um papel importante no tratamento das doenças crônicas, e as políticas de prevenção e promoção da saúde do idoso deverão ser cada vez mais estimuladas e incentivadas.

Acredito ainda que a tecnologia (com o tempo) deve ter uma relevante participação para amenizar os custos e proporcionar uma melhor qualidade de vida para esta população que tem uma expectativa de vida cada vez maior, porém de nada adianta se esta sobrevida não vier acompanhada com qualidade e dignidade.

*Eduardo Regonha - Diretor Executivo da Planis - eduardo@planis.com.br

 


Autor: Eduardo Regonha
Fonte: Vanessa Pirolo - Assessora de Imprensa

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