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Novos tratamentos estão deixando de ingressar no mercado brasileiro
 
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16/10/2014

Novos tratamentos estão deixando de ingressar no mercado brasileiro

Processos regulatórios impedem o desenvolvimento da pesquisa clínica

Nesta semana, pesquisadores do Breast International Group (BIG) - um dos principais grupos de pesquisa em câncer de mama do mundo - estiveram no Brasil para avaliar os motivos que fizeram com que a América Latina não tenha conseguido participar adequadamente de pesquisas clínicas em câncer nos últimos anos.

Na América Latina, são desenvolvidos apenas 4% dos estudos clínicos mundiais em andamento, de acordo com levantamentos realizados pelo Instituto Nacional de Saúde, nos Estados Unidos.

Pesquisa clínica para novos tratamentos

A pesquisa clínica estuda novos medicamentos e procedimentos médicos para verificar a segurança e eficácia no tratamento de uma doença específica. Engloba uma fase de testes laboratoriais, seguida de testes em seres humanos. Posteriormente, para o ingresso no mercado do medicamento ou procedimento médico, é necessária a aprovação de órgãos reguladores locais – no Brasil, o responsável é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No entanto, para que a pesquisa clínica com seres humanos possa ser iniciada, necessita de aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), ligada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Burocracia que mata

De acordo com a pesquisadora Martine Piccart-Gebhart, diretora do BIG, a cooperação com grupos de pesquisa na América Latina diminuiu nos últimos anos. “Temos colaborado com grupos de pesquisa da América Latina há muitos anos, mas essa cooperação diminuiu recentemente, ao contrário dos países asiáticos. Então, começamos a nos questionar sobre o que estaria acontecendo e descobrimos que, de fato, há barreiras significativas para a pesquisa clínica”.

“A pesquisa clínica está morrendo no Brasil”, comentou o médico Carlos Barrios, diretor executivo da American Cooperative Oncology Group Latin (LACOG).

Barrios informou que, no ano de 2013, mais de 100 pesquisas deixaram de ser realizadas no país, que poderiam ter beneficiado mais de 3 mil pacientes diretamente, além dos que poderiam ser beneficiados após o ingresso do tratamento no mercado.

“Essas pesquisas não aconteceram devido à demora regulatória no país”, frisou Barrios.

Segundo o médico, no Brasil, a aprovação do início de uma pesquisa clínica pode levar até 14 meses por parte da CONEP. Em países desenvolvidos, essa média é de 2 meses. “Com isso, quando sai a aprovação, o período para a inscrição no estudo já terminou”.

Como funciona no país

Na atualidade, a pesquisa clínica é multicêntrica, ou seja, realizada em várias partes do mundo através de múltiplos centros de pesquisa. Em sua maioria, os estudos clínicos são coordenados por centros de pesquisas estrangeiros, em países desenvolvidos, que recrutam centros de pesquisas no país para a participação conjunta.

Com a demora regulatória, os centros de pesquisa do país não conseguem participar desses estudos multicêntricos. Com isso, novas medicações e tratamentos não conseguem ser aprovados para o ingresso no mercado local. Pois, para que cheguem à fase de aprovação da Anvisa, é necessária a realização de estudos clínicos exclusivamente com a população brasileira.

Epidemia de câncer

Enquanto a pesquisa clínica não consegue se desenvolver no país por entraves burocráticos, a região está prestes a enfrentar uma epidemia de câncer nas próximas décadas, de acordo com levantamento publicado, em 2013, no periódico científico The Lancet Oncology. Estima-se que, em 2030, 1,7 milhão de novos casos sejam diagnosticados e que ocorram mais de 1 milhão de mortes por câncer anualmente.

Conforme dados do GLOBOCAN da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora a África, Ásia e América Central e do Sul contem com 60% dos novos casos de câncer no mundo, nessas regiões, ocorrem 70% das mortes por câncer no mundo.
 

 


Autor: SIS.Saúde
Fonte: SIS.Saúde
Autor da Foto: SIS.Saúde

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