
O distanciamento social decorrente da pandemia do coronavírus aumentou significativamente o uso de smartphones, tablets e computadores. Crianças, adolescentes e adultos passaram o 2020 com aulas remotas, trabalho em regime de home office, reuniões familiares virtuais e mesmo no que toca ao lazer. Esse excesso de telas fez crescer a chamada Síndrome Visual Relacionada a Computadores (SVRC), que inclui uma série de sintomas, como cansaço, sensação de corpo estranho, ardência, dor, irritação, vermelhidão, ressecamento e turvação visual. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), estima-se que 90% dos usuários que permanecem em frente às telas - por mais de três horas diárias - apresentam algum tipo de sintoma relacionados à SRVC.
Os alertas da SBO têm sido comprovados no dia-a-dia dos consultórios. De acordo com o oftalmologista, Dr. Cesar Silveira, ao longo de 2020 houve um aumento expressivo de queixas como cansaço visual, dor de cabeça e visão embaçada. “Embora esta realidade venha acometendo todas as faixas etárias, os pais têm relatado preocupação com o fato das crianças permanecerem um tempo ainda maior em frente às telas, o que significou um número crescente de consultas no ano passado”, revela o médico. Como medida preventiva, ele recomenda que - a cada uma hora de uso de telas - seja dado um intervalo de 10 minutos, aproximadamente. “O que acontece é que com o home office e aulas on-line as pessoas saem da frente do computador e pegam o celular para acompanhar redes sociais e outras formas de lazer, ou seja, não há descanso”, alerta.
Com a volta às aulas – seja no formato presencial ou a distância - o oftalmologista reforça a importância de revisões e consultas de rotina, para que qualquer problema possa ser detectado precocemente.