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III Jornada de Estudos sobre Processamento de Produtos para a Saúde
 
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03/11/2012

III Jornada de Estudos sobre Processamento de Produtos para a Saúde

Evento promovido pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre foi um sucesso

A cidade de Porto Alegre sediou a terceira edição da Jornada de Estudos sobre Processamento de Produtos para a Saúde, que debateu, na última sexta-feira (26), os avanços, desafios e perspectivas no tocante ao tema. Promovida pelo Comitê de Processamento do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa), a jornada reuniu mais de 200 participantes no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael.

Durante a abertura oficial do evento, a Coordenadora do Comitê de Processamento de Produtos para a Saúde do Sindihospa, Enfª Carmen Pozzer, destacou que o controle de infecções e o Centro de Materiais e de Esterilização (CME) são fundamentais na redução de riscos nos serviços hospitalares. Assim, “como profissionais da saúde, devemos ampliar nossas ações com base em conhecimento científico para contribuir positivamente com a saúde das pessoas”, afirmou. Com efeito, o Diretor Executivo do Sindihospa, Sr. Tibiriçá Rodrigues, lembrou que uma das principais atribuições do Comitê é a de estudar assuntos pertinentes relacionados ao tema, e, do mesmo modo, disseminar saberes. Ele disse que “uma das formas encontradas para que essa transmissão de conhecimentos ocorra passa pela realização de jornadas periódicas”.

Abertura oficial do evento. Foto: Olga Produções

O Dr. Luis Carlos Fonseca e Silva, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) também prestigiou a abertura oficial do evento, juntamente da Enfª Laura Farah, da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC), e do Presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul, Ricardo Rivero. Rivero saudou os participantes e declarou que as ações correlatas ao processamento de produtos para a saúde são complexas por envolverem assuntos de âmbito jurídico, tecnológico e ocupacional. Ele colocou-se à disposição do Comitê de Processamento para a reinvindicação, junto das esferas federais, de demandas e outras solicitações pertinentes para o avanço da área.

Na sequência, iniciaram-se as diversas atividades de atualização e capacitação sobre a temática. Ao todo, realizaram-se quatro mesas-redonda e dois simpósios satélite, além da feira tecnológica de produtos para a saúde. A primeira mesa-redonda abordou os aspectos relacionados à sustentabilidade e também à acreditação hospitalar, sendo coordenada pela Enfª Elenara Missel, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). As palestrantes desta atividade foram as enfermeiras Laura Farah e Seméia Corral.

Farah lembrou que os processos de esterilização têm uma história recente no contexto médico-assistencial. Porém, a partir dos avanços científicos, surgiu a necessidade do aperfeiçoamento de técnicas e processos que ocorrem nas Centrais de Materiais e Esterilização (CME’s). “Do mesmo modo, na contemporaneidade, um apelo especial diz respeito à sustentabilidade também nas CME’s”, frisou a enfermeira.

Ela afirmou ainda que “atualmente, é preciso levar em consideração o fato de estarmos experenciando, no Brasil, um período intenso de transformações sociais e demográficas, com reflexos diretos na assistência à saúde”. Nesse sentido, projeta-se um aumento do número de idosos e, por consequência, de uma maior demanda por procedimentos em instituições de saúde. Assim, é preciso que seja planejado e devidamente analisado, o quanto antes, o modo ideal para prover assistência sustentável em um período de mudanças contínuas.

No que tange às CME’s, a especialista comentou que é fundamental que sejam delimitadas estratégias que visem à uma escolha adequada de equipamentos, processos e insumos. “É preciso criar a cultura da educação para a sustentabilidade, englobando a prática do planejamento, da análise de custos e da eficácia de nossas práticas. A busca por tecnologias limpas e alternativas para reciclagem e processamento de produtos também entram no rol de ações sustentáveis que devem ser fomentadas no cotidiano de nossos hospitais”, finalizou.

Já a Enfª Seméia Corral anunciou que os Centros Cirúrgicos (CC’s), assim como os de Controle de Infecção e as CME’s ocupam a agenda do dia das principais certificadoras nacionais e internacionais. A melhoria contínua no desempenho dos serviços prestados pela instituição deve visar a garantia de critérios e padrões de segurança e também preventivos. “Isso decorre uma vez que a avaliação da segurança ao paciente é peça-chave para a conquista de uma certificação”, complementou. Assim, Corral expôs acerca do papel do enfermeiro que atua nessas áreas, de modo que as práticas desempenhadas por esse profissional aumentem a probabilidade de resultados positivos, sempre à luz dos mais recentes achados da ciência e de maneira sistematizada.

Logo, quando da execução de um processo de certificação, os elementos são avaliados de modo sistêmico, implicando que “todas as normas de segurança devem estar presentes em todas as áreas da instituição. Em especial no que diz respeito às CME’s, a ênfase é na disponibilidade de recursos humanos altamente treinados, que trabalhem em cima de métodos adequados para, proativamente, identificarem riscos e disporem de soluções”, disse a especialista.

Evento foi marcado por recorde de público. Foto: Olga Produções

Os aspectos legais que normatizam os processos nos hospitais e garantem as boas práticas foram os temas em discussão na mesa-redonda seguinte, coordenada por Maria de Lourdes Ravanello, enfermeira do Hospital Moinhos de Vento. A atividade contou com as exposições da Enfª Ana Luiza Roxo Rammé e da Advogada Dora Barlem, ambas do Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Rammé sublinhou que as legislações que versam sobre o controle de infecções dedicam especial atenção às CME’s. “Isso decorre uma vez que esse espaço é encarregado de distribuir materiais para a instituição como um todo e, portanto, uma falha na origem irá repercutir no destinatário final”, enfatizou. Assim, a enfermeira explanou as resoluções, normas e portarias editadas pela ANVISA, pelo Ministério da Saúde e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que abordam o tópico em discussão.

Ela comunicou aos participantes que, nos referidos documentos, há menção a aspectos diversos, que envolvem desde listas de produtos de uso único e aqueles passíveis de processamento até padrões de potabilidade da água utilizada nos CME’s. Em adição, a advogada Dora Barlem apresentou as perspectivas legais e consequências jurídicas que decorrem do não cumprimento da legislação vigente e aplicável.

“As ações da Vigilância Sanitária são norteadas, do início ao fim, por questões de ordem pública e riscos sanitários. A atitude de verificar as condições dos estabelecimentos assistenciais tem previsão constitucional uma vez que a saúde é um direito fundamental de todo cidadão. Assim, compete aos órgãos responsáveis a condução de procedimentos de interdição parcial ou total, instauração de processos administrativos sanitários, autuação e apreensão de produtos, expedição de advertências e multas, entre outros. Ela lembrou também que é possível, aos agentes sanitários, utilizar do poder de polícia, garantindo que exigências legais sejam cumpridas e garantam a qualidade assistencial desejada para a promoção da saúde.

Na sequência, ocorreu a mesa-redonda coordenada pela Enfª Márcia Arsego (Santa Casa de Misericórdia), que contou com as exposições do Sr. Ronaldo Torma Bernardo, da Enfª Heloisa Helena Karnas Hoefel e da Enfª Suzana Casa da Silva. Suzana apresentou aos participantes algumas proposições relacionadas a aspectos importantes de serem observados quando da aquisição de equipamentos para CME’s.

“Nos últimos anos, as técnicas cirúrgicas, de exames e processos avançaram drasticamente, o que indica para a necessidade de criarmos uma sequência técnica para a compra de equipamentos e reforma da área física da Central”, explicou Casa. Assim, a especialista destacou que uma análise complexa de custos deve ser feita, em conjunto com observações como iluminação do ambiente, climatização, mobiliário, espaço para deslocamento dos equipamentos, capacidade de vazão e a qualidade da água, etc. “É imperativo que, além dos gestores, também estejam envolvidos nesse processo engenheiros, arquitetos e demais profissionais que possam garantir o sucesso da instalação e o consequente bom uso do novo equipamento”, finalizou.

Já o Sr. Ronaldo Torma Bernardo explicou que a validação de processos de esterilização figura como uma evidência documentada, conforme a legislação vigente. Ele explicou que “as regulamentações dos órgãos competentes, em conjunto com a crescente busca por qualidade e a conformidade com as demandas de mercado impulsionam a busca por processos seguros e validados”. Desse modo, o Comitê de Processamento de cada instituição fica imbuído de criar um Plano Mestre de Validação, que, de modo claro e objetivo, indicará o fluxo dos processos e os colaboradores responsáveis.

Complementando a discussão, a Enfª Heloisa Helena Karnas Hoefel debateu os riscos ocupacionais presentes nas atividades de processamento de produtos para a saúde (PPS). Hoefel lembrou que, tradicionalmente, os temas dos riscos relacionados às ações de PPS foram avaliados sob a ótica dos danos ao paciente. “Todavia, pouca atenção tem sido dedicada ao cuidado com o profissional. Desse modo, é preciso que seja realizada uma reflexão ampliada, visando minimizar os riscos aos quais estamos expostos cotidianamente durante a execução de nossas atividades”, lembrou. O conforto térmico, aspectos de ergonomia, o adequado desenho de processos e o uso de EPI’s foram alguns exemplos debatidos pela especialista para a prevenção de riscos e garantia de bem-estar físico e psicológico ao colaborador.

A última atividade da jornada, coordenada pela Enfª Suzana Casa da Silva, teve como foco a observância de rótulos e registros, bem como a importância da CME para a qualidade e segurança da assistência. A Enfª Kátia de Almeida defendeu que o profissional que atua na CME deve possuir identificação com a função, agindo com comprometimento e atento às leis e demais instruções que normatizam a atividade. Ela disse que para assegurar maior segurança ao paciente, o treinamento constante de colaboradores torna-se fundamental, de modo que estes estejam instrumentalizados com boas práticas difundidas internacionalmente. O Dr. Luis Carlos Fonseca e Silva, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), discutiu algumas resoluções da Agência que versam sobre a temática. Ele frisou que compete à ANVISA a decisão sobre produtos de uso único, assim como é ela que deve recomendar o processamento de determinados materiais.

Do mesmo modo, no que tange aos rótulos, Fonseca e Silva foi enfático, afirmando que “produtos nos quais as informações presentes não estão redigidas em Língua Portuguesa não podem ser utilizados no país”. Outra importante observação feita pelo especialista diz respeito ao aspecto de que os artigos que não suportam processamento devem trazer tal informação de modo explícita e clara, objetivando não induzir ao erro.

Sobre o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa) - O Sindihospa foi fundado em 12 de novembro de 1962, por proprietários de Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e similares. Apresenta como missão fortalecer os serviços de saúde de Porto Alegre, estimulando a sua competitividade e promovendo a livre iniciativa, a economia de mercado, a integração de empregados e o respeito aos princípios éticos, em cooperação com o governo e a sociedade, visando o desenvolvimento do setor de saúde. Atualmente, o Sindicato é presidido pelo Adm. Leomar Bammann (Hospital São Lucas da PUC), conta como Vice-Presidente o Adm. Alceu Alves da Silva (Sistema de Saúde Mãe de Deus). Acesse aqui o site do Sindihospa.


Autor: Redação
Fonte: SIS.Saúde

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