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Sindihospa promoveu Fórum Sobre Resíduos Químicos
 
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16/11/2012

Sindihospa promoveu Fórum Sobre Resíduos Químicos

A iniciativa do Comitê de Resíduos do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre reuniu cerca de 100 pessoas no HCPA

 

O SINDIHOSPA realizou a terceira edição do Fórum Regional de Resíduos dos Serviços de Saúde, visando expor situações que hoje são impasses para o segmento. O auditório José Baldi, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre – HCPA recepcionou os participantes da atividade, que ocorreu durante toda a quinta-feira (08/11). O objetivo foi de abordar questões referentes ao gerenciamento dos resíduos químicos perigosos, pertencentes ao Grupo B, segundo resoluções da ANVISA e do CONAMA, e de buscar ainda caminhos e soluções que levem às destinações corretas e que não acarretem prejuízo ao meio ambiente.

No período da manhã, o público presente foi recepcionado pela enfermeira e coordenadora do Comitê de Resíduos do SINDIHOSPA, Elisabete Reinehr. Ela acompanhou a apresentação da primeira mesa, presidida por José Volnei Lapis Lopes - engenheiro e responsável técnico da área ambiental e também integrante do comitê - que tratou do tema: Resíduos Químicos e o Desafio em seu Gerenciamento. Elisabete destacou, em seu discurso de abertura do evento, que há dez anos – quando foi criado o comitê - o grande problema enfrentado era o tratamento e a destinação correta dos resíduos biológicos e que hoje o foco está voltado à gestão adequada dos resíduos químicos, buscando a verdadeira sustentabilidade oriunda da preservação do meio ambiente.

Para falar sobre a situação atual dos hospitais e suas dificuldades no gerenciamento dos resíduos químicos, Bruna Trolli Vieira - química e representante do Comitê de Resíduos do SINDIHOSPA – falou sobre a dificuldade de orientação por não haver regras específicas para a gestão dos resíduos químicos dos serviços de saúde. Segundo ela, os resíduos oriundos dos hospitais precisam ser armazenados e destinados de forma específica e diferenciada do modo utilizado pela indústria. “O resíduo oriundo de hospital precisa quebrar paradigmas para que ele possa ser gerenciado de uma melhor forma”, explicou.

Referente à Toxicidade dos Efluentes Hospitalares, Nade Janara Del Sacramento Coimbra – bióloga mestra em Ecologia e pesquisadora na área de Ecotoxicologia – mostrou exemplos de ensaios de toxicidade e explicou, ainda, que existe a toxicidade aguda, que traz um efeito imediato em um curto período, e a toxicidade crônica, que diz respeito ao efeito deletério, correspondente à sobrevivência, crescimento, reprodução ou comportamento. Nade Janara alertou também que os critérios de toxicidade são estabelecidos pelos órgãos competentes.

Para falar sobre o Gerenciamento dos Resíduos Químicos do Instituto de Química da USP, Patricia Di Vitta – química do Instituto de Química da USP – relacionou gerenciamento com uma responsabilidade objetiva. “Quem gera os resíduos é responsável por ele, o que implica em realizar o tratamento adequado ou contratar serviços especializados para esse fim”, afirma. Patrícia apresentou o trabalho realizado no Instituto de Química da USP com foco em recuperação de resíduos; infraestrutura seguida de acondicionamento e rotulagem; tratamento e armazenamento; dentre outras atividades. Diante disso, os principais resultados apontados foram: redução do passivo e de descartes irregulares, liberação de espaço físico, segurança, racionalização do tempo, conscientização de pessoas no ambiente de trabalho, mecanismo de controle/punição, atendimento externo, ampliação do laboratório, e diminuição de custos.

Já na palestra sobre a Experiência de Minas Gerais no Monitoramento de Efluentes Hospitalares, ministrada por Elci de Souza Santos - psicóloga ambiental do Hospital de Clínicas de Belo Horizonte – o foco foi direcionado à geração de efluentes em onze hospitais públicos de grande porte. Segundo ela, as normas técnicas do Estado de Minas Gerais colaboram com a realização desse trabalho. Elci explicou as principais funcionalidades do PRECEND, realizado pela COPASA - órgão pertencente ao Estado de MG, e também como ingressar nesse programa. A palestrante falou, ainda, sobre a tipologia hospitalar de 53 hospitais, retratando as principais simplificações e exigências para ingresso no programa. E finalizou apresentando as ações de melhorias dos parâmetros de lançamento de efluentes.

Comitê de Resíduos do SINDIHOSPA

Na sequência, o debate versou sobre Hospitais Livre de Mercúrio, coordenado pelo Administrador e Presidente do Conselho da ONG Projeto Hospitais Saudáveis, Vital Filho. Ele inicialmente apresentou um panorama mundial sobre os impactos das mudanças climáticas nos indicadores de saúde. “Estamos passando por um período no qual a interação saúde x ambiente eleva-se à uma potência extrema, sendo que os impactos mais severos são observados em países pobres”, disse o especialista. Em adição, Filho destacou que no contexto internacional há um movimento, liderado pela Organização Mundial da Saúde – OMS – que defende práticas de saúde sem o uso do mercúrio. “É preciso buscar alternativas para o uso da substância, uma vez que esta não é degradável, acumula-se paulatinamente no ambiente e causa efeitos adversos significativos”, completou.

A Gestão de Resíduos Químicos na Assistência à Saúde e suas Perspectivas foi o tema da primeira palestra da tarde, que contou com a exposição de Vânia Schneider - Bióloga e Professora da UCS – e de Isalmar Brustolin - Engenheira Química e Responsável Técnica pela Operacionalização do Plano de Gerenciamento de Resíduos Químicos da UCS. A atividade foi coordenada pela Enfª Elisabete Reinehr. Schneider enfatizou que há uma heterogeneidade significativa de substâncias com potencial tóxico decorrentes das atividades de saúde. Dessa maneira, compartilhou com o público alguns pontos fundamentais para a elaboração de projetos sustentáveis que visem reduzir o impacto no ambiente. Segundo ela, o primeiro passo é diagnosticar as condições de geração de resíduos nas instituições; na sequência, é fundamental buscar compreender as propriedades das substâncias presentes, disseminando esse conhecimento por meio de capacitações constantes. “Além disso, na atualidade é fundamental que pensemos em formas de minimizar as quantidades utilizadas de produtos químicos ou, por outro lado, que busquemos alternativas para o uso, selecionando aquelas substâncias de menor toxicidade”, afirmou. Já Isalmar Brustolin expôs a trajetória e as atitudes tomadas pela UCS no tocante à adequação ambiental. Ela explicou que as ações, iniciadas no ano de 1995, envolveram mudanças amplas, desde transformações comportamentais até atividades como o tratamento de resíduos laboratoriais, construção de centrais de armazenamento de efluentes, uso racional da água, gerenciamento de passivos ambientais, dentre outros.

A atividade seguinte, coordenada pela Enfª Alba La Rosa, analisou o tema dos Resíduos de Medicamentos. Como palestrantes, a discussão contou com a presença da Presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul, Débora Raymundo Melecchi, e do Diretor da empresa BHS Brasil Health Service, José Francisco Agostini Roxo. Melecchi frisou que a Política Nacional de Resíduos – PNR – traz em sua essência a concepção de Redução, Reutilização e Reciclagem (3R’s). “Ou seja, diz respeito à uma mudança comportamental que envolve toda a cadeia, passando pelo fornecedor de medicamentos e atingindo o usuário final”, afirmou. Ela deteve-se em debater peculiaridades referentes aos fármacos, enfatizando que um dos desafios atuais é o de convencer o usuário de entregar medicamentos vencidos ou fora de uso nos respectivos pontos de coleta. Nesse sentido, José Francisco Agostini Roxo complementou o painel apresentando um modelo de coleta que alia segurança para a coleta ao mesmo tempo em que confere rastreabilidade ao processo. A estação de coleta automatizada, inserida no programa Descarte Consciente, é um projeto que encontra-se presente em 10 estados do Brasil. A estação conta com um leitor de código de barras que identifica, antes do descarte de embalagens e produtos farmacêuticos, o produto e seu respectivo fabricante. Em tempo real, os dados são transmitidos a uma central informatizada que gera relatórios gerenciais e produz informações relacionadas ao montante de água não contaminada em decorrência de descarte irregular.

Encerrando o evento, duas Alternativas para o Gerenciamento de Resíduos foram apresentadas aos participantes. A empresa Aborgama do Brasil, por meio de seu gerente comercial, Jorge Nestor Moreira Techera, expôs sua logística de trabalho no estado e também antecipou novos serviços a serem ofertados em 2013. Já a empresa Stericycle, em dois anos de atuação no país, mostrou seu projeto para a coleta de perfurocortantes. A gerente comercial da instituição, Priscila Nogueira Junqueira, disse que o uso de coletores adequados para esses materiais foi capaz de reduzir 100% os acidentes com perfurocortantes nos Estados Unidos, o que motivou a expansão de negócios para o mercado brasileiro.

Confira as fotos

Sobre o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA) - O SINDIHOSPA foi fundado em 12 de novembro de 1962, por proprietários de Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e similares. Apresenta como missão fortalecer os serviços de saúde de Porto Alegre, estimulando a sua competitividade e promovendo a livre iniciativa, a economia de mercado, a integração de empregados e o respeito aos princípios éticos, em cooperação com o governo e a sociedade, visando o desenvolvimento do setor de saúde. Atualmente, o Sindicato é presidido pelo Adm. Leomar Bammann (Hospital São Lucas da PUC), conta como Vice-Presidente o Adm. Alceu Alves da Silva (Sistema de Saúde Mãe de Deus). Acesse aqui o site do SINDIHOSPA.

 


Autor: Redação
Fonte: SIS.Saúde

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