O cirurgião Richard Gurski, acompanhado do neurologista Francisco Rotta ,viajará para Colômbia neste final de semana a fim de realizar a implantação de alguns casos do marca-passo diafragmático para tratamento de incapacidade ventilatória decorrente de trauma de medula, outra indicação da técnica que, em setembro, foi aplicada no Hospital Moinhos de Vento, de forma pioneira na América Latina, para tratamento de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa, progressiva e incurável.

Na Colômbia, o procedimento ocorrerá no Hospital Universitario de San Rafael e no Hospital Cardiovascular del Niño de Cundinamarca. A equipe do Hospital Moinhos de Vento é pioneira no uso dessa tecnologia, desenvolvida nos Estados Unidos pelo médico Raymond Onders, da Case Western Reserve University. Atualmente, é a única equipe na América Latina capacitada para realizar o implante cirúrgico e com esse projeto na Colômbia inicia uma outra fase deste programa pioneiro, levando sua capacitação técnica aos demais países da América Latina.

No caso da ELA, como os sintomas resultam na perda de ativação de músculos voluntários — envolvidos nos movimentos dos braços ou das pernas, músculos da respiração ou músculos responsáveis pela fala e pela deglutição — a cirurgia com marca-passo auxilia na manutenção da qualidade de vida do paciente apesar do progresso da doença à medida que a doença progride. Nos pacientes com trauma medular, que estão dependentes de ventiladores artificiais, o marcapasso permite a retirada destes aparelhos e em consequência uma diminuição das complicações decorrentes do uso destes equipamentos a longo prazo.

O impacto desta retirada dos ventiladores ocorre tanto na qualidade de vida dos indivíduos, bem como dos custos hospitalares que são drasticamente reduzidos.

Sobre o Hospital Moinhos de Vento

O Hospital Moinhos de Vento afiliou-se, recentemente, ao Johns Hopkins Medicine International, de Baltimore (Estados Unidos). A afiliação vai contribuir para a troca de conhecimentos e pesquisa entre os dois países e incluirá a implementação de programas inovadores de segurança do paciente e enfermagem, como o renomado CUSP (Comprehensive Unit-based Safety Program, criado pela Hopkins, que prevê o desenvolvimento universal de práticas de segurança a partir de unidades específicas.

As duas instituições irão ainda explorar oportunidades para estabelecer um Centro de Pesquisa que apoiará especialistas brasileiros no desenvolvimento de estudos e pesquisas e facilitará o intercâmbio de informações entre os dois países.