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Intervenção inédita reduz pressão arterial em pacientes
 
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05/03/2014

Intervenção inédita reduz pressão arterial em pacientes

Hipertensão atinge cerca de 42 milhões de brasileiros. Desses, 15% são casos severos que resistem ao tratamento medicamentoso

A equipe médica de cardiologistas intervencionistas do Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre (RS), comemora os resultados do uso da técnica denominada denervação renal com cateter dedicado. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo que tem por objetivo reduzir a pressão arterial de pacientes, doença que atinge 24,3% dos brasileiros. A técnica é indicada para casos de hipertensão resistente ao tratamento com medicamentos, ou seja, nos casos de pressão muito elevada em que o uso de três ou mais fármacos são insuficientes para o controle da pressão – 15% da população hipertensa no país.

Desde novembro do ano passado, foram realizadas três cirurgias do tipo no Hospital Mãe de Deus - segunda instituição do país a adotar a técnica. “Em menos de 24 horas, os pacientes submetidos ao procedimento já apresentavam redução da pressão arterial”, informa o médico cardiologista Alexandre do Canto Zago, coordenador da equipe responsável. O procedimento consiste na introdução de um cateter pela artéria da perna do paciente (virilha), similar ao método empregado para o implante de stents para a desobstrução das artérias do coração. Mas, ao contrário deste, na denervação renal o cateter é conduzido até a artéria do rim, um dos principais órgãos responsáveis pela regulação da pressão no corpo humano.

Ao atingir o local desejado na artéria, o cateter é aberto e através de eletrodos em sua ponta libera pequenas descargas elétricas na parede do vaso, realizando uma espécie de cauterização. Com isso é interrompida a comunicação entre o rim e o cérebro. Uma das causas da pressão alta é justamente o erro de comunicação entre os dois órgãos, onde o primeiro informa equivocadamente que o nível da pressão arterial está baixa, quando na verdade é o contrário. “Neste quadro, o cérebro manda um comando aos rins para reter mais água com o objetivo de aumentar o volume de sangue, assim como produzir uma substância que causa estreitamento das artérias do corpo – estes são os principais mecanismos de elevação da pressão arterial. O bloqueio desse fluxo de informações entre rim e cérebro promove a redução dos níveis pressóricos”, explica Dr. Zago.

A recuperação do paciente costuma ser rápida. Ele pode receber alta em 48 a 72 horas, retornando então às suas atividades normais. Já os resultados positivos podem ser notados logo após a intervenção. “Em um dos casos atendidos no Mãe de Deus, a pressão arterial do paciente que variava de 17/11 a 19/11, considerada altíssima, imediatamente caiu para valores entre 15/10 e 17/10. A pressão continuou alta, no entanto em níveis onde já se podia utilizar medicamentos menos potentes e com menos efeitos colaterais ao paciente, para o qual até então nenhum medicamento possibilitava tamanha redução da pressão arterial”. Segundo Dr. Zago, a queda dos níveis pressóricos pode continuar gradativamente, atingindo neste paciente as possíveis marcas de 14/9 ou 15/9.

O cateter utilizado para denervação renal, chamado de cateter dedicado, é diferente do utilizado para em eletrofisiologia para a cauterização do sistema elétrico do coração. O aparelho possui quatro eletrodos de baixa potência, ideal para a cauterização do sistema elétrico das artérias renais, o que promove maior segurança e precisão à intervenção. Somente no final do ano passado, em novembro, que a utilização desse novo dispositivo foi autorizada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Conforme o Dr. Zago, a nova técnica está no momento indicada para casos severos de pressão alta, onde os medicamentos prescritos pelo médico não são suficientes para o controle adequado da doença. “Trata-se de um importante avanço no tratamento da hipertensão arterial, contribuindo com os medicamentos em uso corrente ou mesmo substituindo medicamentos que ocasionam efeitos colaterais intoleráveis ao paciente. Acredito que logo adiante teremos a técnica difundida no país e capaz de atender a um número cada vez maior de pacientes”.

Saiba Mais:


A equipe do HMD realizou três procedimentos, com tempo médio de 30 minutos, que tem como objetivo reduzir a pressão arterial em pacientes com hipertensão arterial sistêmica que não respondem adequadamente ao tratamento medicamentoso. Antes de realizar o procedimento, a equipe passou por treinamento em simulador durante congressos em Paris, na França, e em São Francisco, nos Estados Unidos.

Números:

A hipertensão arterial sistêmica atinge atualmente 24,3% da população brasileira. A informação é parte da pesquisa do Ministério da Saúde realizada em 2012. Porto Alegre apresenta uma prevalência um pouco acima da média brasileira, ou seja, de 26,2% de pessoas hipertensas.


Autor: Tiago Ritter
Fonte: Moglia

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