As atividades da 4ª Semana do Farmacêutico começaram na manhã desta segunda-feira, 21, com intensa presença de público no auditório do prédio 9 da PUCRS, que concentrou as ações do dia. Estas tiveram início com a exposição “Perspectiva da Formação Farmacêutica: Desafios e Oportunidades”, ministrada pelos palestrantes Júlio César Mendes e Silva, Viviany Nicolau de Paula Dias Coelho e José Ricardo dos Santos Vieira, e coordenada pela farmacêutica gaúcha Zilamar Costa Fernandes. Integrantes da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica (CAEF) do Conselho Federal de Farmácia (CFF), os expositores apresentaram ao público dados e reflexões a respeito da relação farmacêuticos/postos de trabalho e do perfil dos cursos de Farmácia do país, tratando da natureza jurídica dos mesmos, da distribuição por região, estado e de professores por titulação acadêmica, assim como da evolução do número destes cursos no Brasil nos últimos 40 anos.
Dialogando com os espectadores sobre o desafio da educação farmacêutica nacional, a palestra levantou perguntas, possíveis respostas e ações para questões como a quantidade de cursos no país, de quem é este problema, como serão alinhadas as DCN com as exigências da sociedade, o que fazer e como fazer para qualificar a formação dos farmacêuticos brasileiros. Além disso, foi destacado o trabalho desenvolvido pela CAEF na revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Farmácia; levantado o tópico “o que a comunidade espera do farmacêutico”, com indicadores de uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, e examinada a importância da farmácia universitária para a melhoria da formação profissional farmacêutica.
Na sequência, o farmacêutico Gabriel Freitas, presidente da Comissão de Farmácia Clínica do CRF-RS, apresentou a palestra “Busca de Informação – Indo além do Google”, na qual frisou aos presentes a necessidade de uma análise crítica das fontes de informação consultadas pelos profissionais farmacêuticos em suas rotinas de trabalho. Valorizando a relevância de se comprovar os dados em mais de uma fonte, o palestrante discutiu com o público pontos como eventuais interesses das fontes em promover produtos ou tratamentos, a identificação da autoria do conteúdo consultado, o detalhamento da informação e aspectos que facilitam ou inibem decisões bem informadas pelos médicos, pacientes e outros profissionais de saúde.
Freitas ainda reiterou as vantagens das revisões sistemáticas e exibiu exemplos de sites, livros, revistas e aplicativos confiáveis disponíveis tanto em inglês como em português, gratuitos ou não. Também integrante da Comissão de Farmácia Clínica do CRF-RS, o farmacêutico Leonel Almeida complementou esta exposição, através do relato “Como utilizar a busca de informações como forma de me valorizar?”, enfatizando a utilidade de o farmacêutico documentar suas ações para a valorização da profissão.
Valorização dos serviços farmacêuticos
No início da tarde, a oficina de trabalho “Construindo Serviços Farmacêuticos Focados em Resultados” teve como facilitador o farmacêutico Rodrigo Silveira Pinto, que atua com o diagnóstico de comunidade e a adaptação da atenção primária orientada à comunidade para os serviços farmacêuticos. Durante a atividade, o profissional conduziu duas dinâmicas com a plateia, dividida em grupos de até 20 integrantes. As oficinas “Montando uma farmácia voltada para serviços farmacêuticos” e “Construindo um serviço farmacêutico diferenciado” mobilizaram os participantes para a elaboração de projetos que implementassem serviços farmacêuticos clínicos em uma farmácia fictícia, no intuito de obter um banco de serviços farmacêuticos. Registradas com os nomes dos farmacêuticos presentes, as propostas serão, inclusive, disponibilizadas em breve virtualmente.
No período da noite, a mesa-redonda “Serviços Farmacêuticos em Cenários Internacionais” marcou a abertura oficial da 4ª Semana do Farmacêutico, contando a presença de profissionais farmacêuticos que relataram suas experiências de trabalho nos Estados Unidos, Canadá e Espanha. Mediada pelo secretário-geral do CRF-RS, Maurício Schuler Nin, a atividade possibilitou a criação de um paralelo e de um oportuno debate sobre a situação dos serviços farmacêuticos no Brasil e no mundo.
Inicialmente, Nin contextualizou o cenário farmacêutico em terras verde-amarelas, com indicadores sobre a formação, remuneração, os estabelecimentos e a relação destes locais com os profissionais. Em seguida, Diogo Miron apresentou a situação dos serviços farmacêuticos nos Estados Unidos; Patrícia Huber discorreu sobre a situação destes no Canadá e Henrique Thomé explanou a respeito dos serviços na Espanha, com foco na Catalunha.
“Tivemos um dia bastante proveitoso, sem dúvidas”, sentenciou Nin. “Conseguimos abordar uma série de tópicos importantes aos farmacêuticos, em segmentos que apresentam diversos pontos que precisam ser debatidos pelos profissionais. Além disso, pudemos encerrar de forma muito interessante este primeiro momento da 4ª Semana do Farmacêutico, que seguirá nos próximos dias tratando de temas relevantes para os profissionais de Farmácia”, avaliou o secretário-geral do CRF-RS.
