
A diversão das crianças no carnaval é procurar fantasias de seus personagens favoritos e festejar. Os pequenos aproveitam o período para usar adereços que não fazem parte do dia a dia. No entanto, os adultos precisam estar atentos para que os produtos e tecidos não causem problemas para a pele.
Para as fantasias, o recomendado é procurar tecidos de algodão. Eles aquecem menos e absorvem parte do suor, o que é muito importante, pois as crianças costumam sentir mais calor por terem metabolismo acelerado e serem muito ativas.
- Os tecidos sintéticos podem causar dermatite de contato irritativa, uma reação inflamatória na pele, e podem contribuir para o surgimento de miliária (brotoeja), pois não absorvem o suor e costumam esquentar mais que os tecidos de algodão - explica a presidente do comitê de dermatologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Ana Elisa Bau.
A maquiagem só é permitida se for infantil. Os itens para adultos são contra-indicados e estão relacionados com o surgimento de dermatites de contato irritativa e alérgica.
- A maquiagem infantil apresenta menor poder de fixação, por isso dura menos, e deve sair facilmente com água e sabonete. A ANVISA exige testes que comprovem a segurança destes produtos para o uso infantil, por isso, é fundamental verificar se o produto tem o selo da Agência- ressalta a pediatra.
Para maquiagem infantil, como batom, brilho labial e blush e fixador de cabelos infantil, o uso é adequado a partir dos 3 anos, desde que seja aplicado por um adulto. Para fazer a maquiagem sozinha, a criança deve ter pelo menos 5 anos e contar com a supervisão de um adulto.
- A maquiagem para adultos só pode ser utilizada a partir dos 13 anos. Também é importante lembrar que maquiagem de boneca não é maquiagem infantil, e seus ingredientes podem ser nocivos para a pele das crianças - destaca Ana Elisa.
Existem tintas e lápis especiais para a pintura do corpo e rosto, que podem ser utilizadas desde que o produto apresente o selo da ANVISA. Ainda assim, deve-se analisar os componentes da fórmula para verificar se a criança não é alérgica a algum deles. Se houver coceira ou vermelhidão, o uso deve ser suspenso.
Outros produtos que exigem atenção são os esmaltes de uso adulto, que não deve ser utilizado nos filhos. A presença de formol e outros solventes que podem ser tóxicos produzem dermatites de contato. O esmalte infantil, com o selo da ANVISA, é permitido a partir dos 5 anos de idade.
- Caso a pele da criança esteja previamente irritada ou inflamada, não aplicar maquiagem infantil, tintas ou lápis de rosto e corpo. Neste caso, a criança deve receber tratamento específico e a festa deve ser feita sem as pinturas - afirma a pediatra.
Produtos em aerossol também devem ser evitados. Eles apresentam risco de aspiração, irritação e toxicidade.
Sobre a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul
A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul foi fundada em 25 de junho de 1936 com o nome de Sociedade de Pediatria e Puericultura do Rio Grande do Sul pelo Prof. Raul Moreira e um grupo de médicos precursores da formação pediátrica no Estado. A entidade cresceu e se desenvolveu com o espírito de seus idealizadores, que, preocupados com os avanços da área médica e da própria especialidade, uniram esforços na construção de uma entidade que congregasse os colegas que a cada ano se multiplicavam no atendimento específico da população infantil. Atualmente conta com cerca de 1.750 sócios, e se constitui em orgulho para a classe médica brasileira e, em especial, para a família pediátrica.