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Obesidade e desnutrição
 
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26/11/2008

Obesidade e desnutrição

Estudo sobre as condições nutricionais no Estado do Rio Grande do Sul

A obesidade é entendida como o resultado da interação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Está associada a um número crescente de doenças, adquirindo o status de problema de saúde pública (USDHHS, 1996), sendo possível afirmar que sua incidência está ocorrendo, cada vez mais, em idade precoce (RIBEIRO JUNIOR, 2007). Diante desse fato, a comunidade científica vem abordando as inúmeras variáveis envolvidas na obesidade, bem como métodos eficazes de controle e prevenção, haja vista que é entendida como a segunda forma de causa de morte possível de ser prevenida, ficando apenas atrás do tabagismo.

Por outro lado, o fato que se opõe a isto, a desnutrição, também causa danos significativos, como retardo no crescimento e desenvolvimento psicomotor em crianças (MONTEIRO e CONDE, 2000), e aumento de severidades infecciosas em todas as idades.
 
O presente estudo objetiva, então, uma análise desta temática no estado do Rio Grande do Sul, com base no estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), intitulado “Pesquisa de Orçamentos Familiares”, que apresenta uma seção sobre o estado nutricional da população, através de dados de medidas antropométricas em pessoas com 20 anos ou mais (2002-2003).
 
Dessa forma, através de indicações da Organização Mundial da Saúde, o estado nutricional pode ser inferido através da relação entre altura e peso (Índice de Massa Corpórea – IMC). Para a caracterização de déficit de peso, o IMC deve ser menor de 18,5kg/m²; para excesso de peso, o IMC deve ser igual a 25kg/m²; e para classificação como obesidade, o IMC deve ser igual ou superior à 30kg/m².
 
Gráfico 1: Prevalência de déficit de peso, excesso de peso e obesidade no Brasil (2002-2003)
 
 
Em termos de Brasil, em ambos os gêneros, a prevalência de alguma alteração no peso é superior ao montante da população que se classifica na zona de peso normal (47,2% do sexo masculino e 41,7% do sexo feminino). O excesso de peso atinge de forma similar homens e mulheres, sendo a obesidade mais freqüente nas mulheres. Do mesmo modo, o índice de déficit de peso é consideravelmente superior no sexo feminino, sendo indicativo, conforme aponta o IBGE na análise de seus resultados, de baixa exposição à desnutrição (IBGE, Pesquisa dos Orçamentos Familiares 2002-2003, p.17).
 
Gráfico 2: Prevalência de déficit de peso, excesso de peso e obesidade no Rio Grande do Sul (2002-2003)
 
 
Analisando os dados do Rio Grande do Sul, é possível perceber um índice inferior ao encontrado na média nacional, em ambos os gêneros, da prevalência de déficit de peso. Em relação ao excesso de peso, homens (7,9%) e mulheres (8,3%) apresentaram resultados acima da média nacional. Na avaliação dos índices de obesidade, observa-se a mesma tendência: homens (2,3%) e mulheres (5,4%) do Rio Grande do Sul têm índices superiores, na comparação com a média nacional. O gráfico abaixo permite a análise na Capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
 
Gráfico 3: Prevalência de déficit de peso, excesso de peso e obesidade na cidade de Porto Alegre (2002-2003)
 
 
Na capital dos gaúchos, homens e mulheres apresentaram escores inferiores à média estadual e nacional de déficit de peso. Homens de Porto Alegre com excesso de peso estão em maior proporção em relação à média nacional e estadual. Em relação à obesidade, verificou-se uma menor proporção de homens obesos do que na média nacional e estadual.
 
Em relação às mulheres, percebe-se que as gaúchas residentes na capital estão em um meio termo entre a proporção de mulheres com excesso de peso e também com obesidade, no Brasil e no Estado do RS. Ou seja, acima da média nacional, porém abaixo da média estadual.
 
Considerações Finais
 
O estudo e pesquisa da obesidade, bem como seus temas correlatos, permitem não somente o entendimento descritivo do problema, como fornece dados para ações intervencionistas.
 
É fato que não compete somente às entidades de saúde ou ao governo o uso de campanhas e estratégias de conscientização, pois os hábitos alimentares variam de acordo com a cultura e condições de acesso a alimentos.
 
Tal fato pode explicar, em parte, diferenças identificadas neste estudo. Por exemplo, o viés econômico e geográfico é, provavelmente, o maior causador de desnutrição nas mulheres do Nordeste, assim como as diferenças entre interior do estado e capitais podem se refletir no estado nutricional dos indivíduos.
 
Referências
 
MONTEIRO, Carlos Augusto, e CONDE, Wolney Lisboa. Tendência secular da desnutrição e da obesidade na infância na cidade de São Paulo (1974-1996). Revista de Saúde Pública, Dez. 2000, v. 34, n. 6, p. 52-61.
 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2002analise/
comentario.pdf, acesso em 10 de novembro de 2008
 
RIBEIRO JUNIOR, Hugo da Costa. A pandemia de obesidade entre os jovens. Rev. paul. pediatr., Dez 2007, v. 25, n. 4, p.304-304.
 
U.S. Department of Health and Human Services. Physical Activity and Health: A Report of the Surgeon General. Atlanta, GA: Center for Disease Control and Prevention, National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion, The President's Council on Physical Fitness and Sports; 1996.
 
Revisão e edição: Renata Appel

Autor: Gulherme Wendt - Equipe Sis.Saúde
Fonte: Vide Referências

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