Nos casos, como do técnico Ricardo Gomes, que sofreu um AVC, o acompanhamento fisioterápico auxilia na recuperação motora e neurológica
As doenças cardiovasculares estão cada vez mais frequentes na vida dos brasileiros. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a hipertensão arterial, principal causa do AVC, é o maior fator de risco para este tipo de lesão e atinge 25% da população. A cada 15 minutos, morre no Brasil uma pessoa por doença cardiovascular (infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral). O tratamento inclui medidas de modificação do estilo de vida: redução do estresse, dieta com menor consumo de sal, redução da obesidade, atividade física e controle da pressão.
No caso do técnico do Vasco da Gama, Ricardo Gomes, que foi vítima de um AVC hemorrágico, na semana passada, e permanece com o quadro clínico e neurológico estável, a fisioterapia motora e respiratória nessa fase é decisiva. Segundo o fisioterapeuta Christian Coronel, professor do Centro Interfisio, recém inaugurado em Porto Alegre, e coordenador do 14° Fórum de Fisioterapia em Cardiologia em Porto Alegre, que acontece em setembro, durante o trabalho de recuperação, a equipe médica estimula a mobilização dos dedos, dos membros inferiores e superiores para que não haja atrofia muscular, além de cuidar da função ventilatória, pois na maioria dos casos nesse período inicial permanecem sedados e com respiração artificial, o que pode causar efeitos prejudiciais à função pulmonar e até pneumonia associada à ventilação mecânica.
Estimulação precoce
O especialista explica, que nesses casos, os cuidados com a função ventilatória, mobilização precoce e ganho de força muscular reduzem o tempo de internação em UTI e melhoram a capacidade funcional do paciente. “No pós-operatório cuida-se principalmente da função ventilatória, pois os pacientes (em decorrência da cirurgia) tem uma diminuição de 40 a 60% do volume e capacidade respiratória. O que previne as complicações pulmonares, consideradas as maiores causas de mortalidade no pós-operatório”, ressalta.
A parte da função motora quanto mais precoce receber atenção, mais rápida será reestabelecida. Além de reduzir o tempo de internação do paciente, diminui o risco de infecção hospitalar e outras complicações. “Hoje um paciente estimulado caminha sozinho no terceiro dia após cirurgia cardíaca”, afirma Christian Coronel.
Novos cursos e a rotina na UTI
O Centro Interfisio (www.interfisio.com.br), recém inaugurado em Porto Alegre (Rua dos Andradas 1001/conj 1104/Ed. GBOEX) direciona cursos para a rotina dos fisioterapeutas e demais áreas da saúde nas UTIS. Os dez primeiros inscritos terão descontos de 10% e 30%, respectivamente, na matrícula dos cursos de Ventilação Mecânica – Fundamentos e Aplicação Clínica e Pós-Graduação em Fisioterapia na UTI.
O curso de Ventilação Mecânica será realizado nos próximos dias 10 e 11 de setembro, com aulas das 8h às 18h, e é direcionado para profissionais que irão trabalhar com ventilação mecânica. Tópicos como aplicabilidade da ventilação mecânica, cuidados com o paciente, desmame e treinamento muscular, serão abordados de forma expositiva e com discussão de casos clínicos.
A Interfisio também oferece pela primeira vez em Porto Alegre, o Pós-Graduação em Fisioterapia na UTI. As aulas iniciam em outubro e tem por objetivo capacitar, atualizar e aperfeiçoar fisioterapeutas nos aspectos teóricos e práticos da rotina nas UTIs. A coordenação geral do curso é da diretora de Fisioterapia do Hospital Rios D’Or (RJ), Patrícia Fernandes, e o corpo docente é formado por profissionais do Centro do País e Rio Grande do Sul. Informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3225-0202 e cursosul@interfisio.com.br.
