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Qual a idade máxima para que uma mulher faça o congelamento de seus óvulos?
 
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05/11/2011

Qual a idade máxima para que uma mulher faça o congelamento de seus óvulos?

O assunto que causou polêmica durante a reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), em Orlando, será tema de curso em São Paulo

Mulheres que congelam os seus óvulos para realizar, posteriormente, o sonho de ser mãe podem estar atrasando muito esta decisão, alertaram os especialistas em fertilidade reunidos durante a reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), em Orlando, EUA.

O congelamento oferece às mulheres a possibilidade de armazenar seus óvulos enquanto eles ainda estão em boas condições de serem fertilizados, futuramente. Por boas condições, os especialistas em fertilidade entendem “30 anos de idade” para as mulheres. Após os trinta, a qualidade dos óvulos começa a diminuir.

Mas, segundo os profissionais que trabalham com reprodução humana, a maioria das mulheres que decide congelar seus óvulos por razões não médicas (como a espera por um parceiro, por exemplo) estão entre 37-39 anos, período em que já há uma diminuição da fertilidade natural e da qualidade dos óvulos.

Uma equipe realizada por Aylin Pelin Cil, da Reproductive Medicine Associates, em Nova York,  realizou uma meta-análise de 26 estudos sobre o congelamento de óvulos e  deparou-se  com o seguinte resultado:  as mulheres mais propensas a engravidar foram as que congelaram os seus óvulos quando tinham menos de 30 anos. A análise incluiu 1.990 ciclos de tratamento de fertilidade com óvulos que foram congelados convencionalmente e 291 ciclos de tratamento com óvulos que haviam sido congelados rapidamente através de uma técnica chamada de vitrificação.

A probabilidade de um embrião criado a partir de um óvulo congelado convencionalmente implantar-se no útero caiu de 10,4% para as mulheres que tinham menos de 30, quando congelaram seus óvulos,para 4,7%  para as que tinham mais de 40 anos quando fizeram o congelamento. 

As taxas de implantação de embriões obtidos de ovos vitrificados foram maiores, mas sofreram um declínio semelhante com a idade, de 18,8% na década dos 30 para 10,3%, acima dos 40 anos.

Para Roger Lobo, presidente da ASRM, as mulheres não devem deixar para muito tarde a decisão de congelarem seus óvulos. Lobo observou que apesar do número crescente de clínicas que oferecem este procedimento médico, no mundo, e a significativa atenção da mídia para este tema, nos últimos anos, as mulheres estão buscando o congelamento de seus óvulos em uma idade em que este procedimento já não é tão seguro para ajudá-las a realizar seus objetivos de preservação da fertilidade futura.

A polêmica 

Durante o mesmo evento, a pesquisadora britânica, Gillian Lockwood, diretora médica da Midland Fertility Services, defendeu que o congelamento de óvulos pode ser feito até os 42 anos.

Segundo Lockwood, embora seja verdade que o congelamento de óvulos não é uma opção para muitas mulheres com mais de 30 anos, é preciso examinar melhor qual a condição de saúde de cada mulher que deseja realizar o congelamento de seus óvulos. “Em que condições de saúde estão as mulheres que produzem seus próprios óvulos aos 40 anos? Óvulos de uma mulher de 39 anos, quando congelados, têm maior índice de fertilização in vitro do que óvulos de outra com 42 anos de idade? Há uma queda acentuada de produção entre uma idade e outra, mas ainda assim a avaliação clínica se faz necessária", defende a pesquisadora.

O envelhecimento dos óvulos

Para compreender a polêmica levantada durante o congresso, é preciso saber que a mulher nasce com um a dois milhões de óvulos, mas só cerca de 500 amadurecem. Os demais regridem e são absorvidos pelo organismo, a partir da puberdade. Não sendo fecundados, são mensalmente expelidos. O período fértil de cada mulher é bastante variável, mas, em média, inicia-se por volta dos 12 ou 14 anos de idade, terminando em torno dos 45 ou 50 anos. “Porém, é comum que por volta dos 35 anos, a produção de óvulos comece a declinar, bem como a qualidade dos mesmos. Esta é a principal razão para que os médicos alertem as pacientes para os riscos de uma gestação tardia”, diz Joji Ueno, que também coordena o Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo.

Como a perda da capacidade de ovular é uma conseqüência natural do envelhecimento, os especialistas em Reprodução Humana dispõem de meios para avaliar a produção hormonal e os órgãos reprodutivos femininos: ovários, útero e trompas. Um dos exames mais conhecidos é o teste que mede, pelo exame de sangue, o hormônio folículo-estimulante (FSH). “Altas taxas de FSH, em dias específicos do ciclo menstrual, podem indicar que ocorreu um declínio na quantidade dos óvulos produzidos”, explica médico, que também dirige a Clínica GERA.

Há a possibilidade de avaliar, também por meio do exame de sangue, as taxas de outros hormônios, como o estradiol, o LH e a inibina B. Alterações nas marcas dessas substâncias correspondem a quedas na quantidade dos óvulos. “Porém, os exames que  melhor expressam a reserva ovariana são  a dosagem sanguínea do hormônio anti-mulleriano (AMH) e a contagem ultrassonográfica do folículos antrais (AFC)”, conta Joji Ueno.

“Entretanto, é bom destacar que nenhum dos exames citados isoladamente determina a reserva folicular da mulher, ou seja, o número de anos férteis que ela ainda tem. São apenas ferramentas importantes que utilizamos para proporcionar à paciente uma espécie de panorama da fertilidade dela”, explica Ueno.

Como é feito o congelamento? 

O procedimento para congelar o óvulo é usual, mas exige profissionais especializados e ambiente adequado para o armazenamento. Após exames de rotina, como o ultrassom e a dosagem hormonal, o especialista em Reprodução Humana vai avaliar se a mulher tem condições de, futuramente, ser indicada para a fertilização in vitro (FIV). Após ser aprovada nesses testes preliminares, a futura mãe é submetida a um processo de estimulação feito com hormônios. “A paciente passa por um estímulo ovariano, produzindo um número maior de oócitos – óvulos – se comparado a um ciclo natural”, explica Joji Ueno, Doutor em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da USP.

Depois destes dias estimulação é preciso impedir a ovulação precoce. Para que isso não aconteça, a paciente recebe medicamento que inibe a liberação dos óvulos. Só depois disso é que um outro medicamento será injetado para estimular maturação final dos óvulos. A paciente é monitorada pelo médico que a acompanha. Definida a data da coleta, a paciente passa por uma aspiração do maior número possível de óvulos via vaginal, que serão congelados em nitrogênio líquido.

E o descongelamento?

“A técnica de congelamento de óvulos apresentava resultados pobres até poucos anos atrás, mas estes vêm melhorando muito, nos últimos anos,  atingindo taxas de gravidez semelhantes aos óvulos frescos.  No entanto, ainda não contamos com a certeza absoluta de que o óvulo congelado estará viável para a fertilização após o descongelamento. É preciso cuidado ao oferecer o serviço, o médico deve informar à paciente que a técnica é experimental e que não é possível garantir que ela vá engravidar no futuro. Este é um dos temas que discutiremos durante o Curso Novas Tecnologias Incorporadas à Prática Diária do Laboratório de Reprodução Assistida”, diz Joji Ueno.

Sobre o Curso

Curso Novas Tecnologias Incorporadas à Prática Diária do Laboratório de Reprodução Assistida

1)     Promoção:

§  Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo.

2)     Coordenação Acadêmica:

§  Prof° Dr° Joji Ueno –  Doutor em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), diretor da Clínica GERA e do Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo;

§  Luciana Semião Francisco – Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), embriologista da Clínica GERA e professora do Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo;

§  Dr. Ciro Martinhago – Doutor pela UNESP e Médico geneticista da RDO Diagnósticos.

3)    Data, horário e local:

§  10 de novembro;

§  19:00 às 21:00;

§  Rua Peixoto Gomide, 515, cjs. 11 e 12. São Paulo.

4)    Público-alvo:

§  Ginecologistas,obstetras, embriologistas e biomédicos.

5)    Investimento:

§  Gratuito.

6 ) Conteúdo programático:

§  Primo Vision: quais são as vantagens da filmagem 24 horas de embriões dentro da incubadora?;

§  Vitrificação de óvulos de mulheres jovens para preservação da fertilidade futura: por que os resultados desta técnica melhoraram muito e qual o seu impacto na reprodução assistida?;

§  Hibridização Genômica Comparativa (CGH): indicações e resultados;

§  Influência das novas tecnologias em reprodução assistida na transferência única de embriões e na conduta médica.

7)    Inscrições:

§  Mais informações  e inscrições sobre o  Curso Novas Tecnologias Incorporadas à Prática Diária do Laboratório de Reprodução Assistida podem ser obtidas pelo telefone 11-32895209, pelo e-mail: faleconosco@medicinareprodutiva.org ou pelo site:  http://medicinareprodutiva.wordpress.com/nossos-cursos/

CONTATO:

O Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo está localizado na cidade de São Paulo, capital:

Endereço: Rua Peixoto Gomide, 515

cjs. 11 e 12

São Paulo – SP

CEP: 01409-001

Telefone: (55 11) 32895209

E-mail: instituto@medicinareprodutiva.org


Autor: Márcia Wirth
Fonte: MW Consultoria

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