Depois de mais de 48 horas de atualização e capacitação em neonatologia, que discutiram cerca de 40 temas, chegou ao fim a XIX Jornada Sul-Rio-Grandense de Neonatologia e o III Encontro Sul-Rio-Grandense de Enfermagem Neonatal. Organizado pela Sociedade de Pediatria do RS, o evento atraiu mais de 300 pessoas interessadas, desde médicos, estudantes de Medicina e residentes, além de enfermeiros e estudantes de Enfermagem. O objetivo da Jornada é discutir a melhoria no atendimento de recém-nascidos.

- A Jornada foi um sucesso e fico muito feliz de ver tantas pessoas inscritas e presentes no evento. Nosso objetivo é capacitar e melhorar constantemente o atendimento aos recém-nascidos - destacou a presidente da Sociedade de Pediatria do RS, Patrícia Miranda do Lago.

Em 2015, a Sociedade de Pediatria do RS vai organizar a 20ª edição da Jornada Sul-Rio-Grandense de Neonatologia. O evento será em Pelotas, em data ainda não definida e será uma comemoração aos 20 anos do projeto.

- Será a 20ª edição da Jornada e nós queremos que seja uma linda e grandiosa comemoração. Ainda não temos datas definidas, mas já estamos organizando palestras com profissionais de fora do estado e homenagens aos profissionais gaúchos, que são referência em neonatologia em todo país - afirmou Patrícia Miranda do Lago.

Último dia dos eventos de neonatologia, o sábado (16.08) teve palestras conjuntas entre pediatras e enfermeiros na Unisc, em Santa Cruz do Sul. A pediatra Andrea Lucia Corso e a enfermeira Patrícia Ponce de Camargo falaram sobre a dor sentida pelos recém-nascidos.

- Alguns procedimentos fazem com que a criança sinta muita dor, e essa dor pode causar muitos efeitos nos recém-nascidos. Estudos mostram que a dor poderá ser lembrada pelas crianças, depois que crescem. A grande dificuldade que temos é que não conseguimos mensurar a dor em crianças tão pequenas. Para diminuir a dor, precisamos conhecer muito bem cada medicação - ressaltou Andrea Lucia Corso.

Uma mesa redonda entre Andrea Lucia Corso, Patrícia Ponce de Camargo e Patrícia Miranda do Lago debateu com os presentes sobre como proceder para amenizar a dor dos pequenos.

- Quando a criança apresenta quadro terminal, acredito que é muito importante aproximar o bebê da família, para que o recém-nascido possa ter um fim de vida próximo dos pais. É importante tanto para o bebê como para a mãe. Dependendo da fase do quadro terminal, acabamos aumentando a dose de analgésicos fortes, mas devemos aproximar a família - afirmou Patrícia Miranda do Lago.

Presidente do Comitê de Neonatologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Rita de Cássia Silveira falou sobre o neurodesenvolvimento de recém-nascidos prematuros. Já o obstetra Leandro Luis Assmann, a enfermeira Eliane Krummenauer, a infectologista Cristiane Hernandes Machado e o pediatra Eduardo Jaeger falaram sobre manejo e cuidados com mães e bebês que tenham sífilis. Outros assuntos de sábado foram os problemas que o uso do crack pode causar em neonatais.

- Um dos principais problemas do uso do crack na gestação é a negação da mãe, que normalmente não admite o uso da droga. Os médicos precisam ficar atentos aos sintomas que essa paciente apresenta, como a ausência no consultório e a mudança nos comportamentos - disse Leandro Luis Assmann.

A XIX Jornada Sul-Rio-Grandense de Neonatologia e o III Encontro Sul-Rio-Grandense de Enfermagem Neonatal ocorreram de 14 a 16 de agosto na Unisc, em Santa Cruz do Sul.