O imenso coração de um elefante, o fortíssimo coração da girafa, que precisa ter força para bombear o sangue até o alto do longo pescoço, o minúsculo coração do beija-flor, o coração de um homem que morreu devido a um infarto, com as coronárias entupidas bem definidas e até uma viagem dentro de um coração, feita com óculos especiais, poderão ser apreciados em Curitiba, de 18 a 21 de setembro, no Museu do Coração, que já está sendo montado no Expotrade Convention Center.
A iniciativa, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é a mais importante ferramenta dos especialistas para conscientizarem a sociedade dos fatores de risco para o coração e, assim, reverterem as estatísticas que indicam as doenças cardiovasculares como a maior causa de morte no Brasil, responsáveis por 350 mil óbitos a cada ano.
“O que nos entristece nesse número, é que grande parte dessas mortes são evitáveis”, diz o cardiologista Emílio Cesar Zilli, que desenvolveu o Museu itinerante com o objetivo de educar principalmente as crianças no sentido de terem uma vida saudável.
Apesar do Museu se voltar principalmente para a prevenção, tem uma sessão inteira dedicada ao tratamento e mesmo à ressuscitação após parada cardiorrespiratória. Monitores especialmente treinados farão demonstração do atendimento que o leigo pode prestar durante uma emergência. Bonecos especiais estarão no Museu, recebendo massagem cardíaca, que pode ser a salvação de um infartado, mantendo sua vida, enquanto o socorro especializado não chega.
E é para atrair a garotada que o Museu fez convênio com a Secretaria da Educação para que leve os alunos das escolas municipais para visitar a mostra. O que não impede que escolas particulares e grupos interessados visitem por conta própria ou se programem pelo telefone da Sociedade Brasileira de Cardiologia, (11) 3411-5500, com Carolina ou Juliana.
O Coração Cidadão
O tema deste ano do Museu é ‘O Coração Cidadão’, muito evoluído em relação aos anos anteriores, quando foi levado a Porto Alegre, Salvador, Brasília, e bem diverso de uma das suas primeiras edições, em 2008, na própria Curitiba. Emílio Zilli conta que ao longo dos anos o Museu cresceu muito e desta vez presta também uma homenagem especial, na forma de uma sessão dedicada à História da Cardiologia do Paraná.
Zilli conta também que como se destina primordialmente ao público infanto-juvenil, o Museu do Coração é bastante lúdico. O exemplo é o quadro ‘O Prato Saudável’, brincadeira na qual a criança escolhe e vai tocando numa tela os alimentos cujas imagens se sucedem. No final das escolhas, o programa informa se o prato é saudável do ponto de vista cardiológico e se há verduras, legumes e frutas suficientes na refeição escolhida.
Ainda segundo o responsável pelo Museu, o brasileiro já conhece suficientemente os fatores de risco para o coração, obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial, colesterol elevado e tabagismo, mas ainda não introjetou o combate a esses fatores em sua vida diária. Tanto é assim que a criançada passa tempo demais no computador e no celular, deixando de se exercitar. A população brasileira continua engordando, a obesidade já é registrada até na primeira infância.
Com os jogos educativos, o folder que será distribuído aos visitantes e os painéis mostrando outros problemas para o coração, os cardiologistas esperam ajudar a formar uma sociedade que tenha mais cuidados com seu coração. É que afinal, diz ele, embora a Medicina tenha muitas armas para ajudar quem sofreu um infarto, um derrame, ou tem uma arritmia ou insuficiência cardíaca, o melhor caminho é e continuará sendo a prevenção.
Serviço:
70º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Museu do Coração
Local: Expotrade Convention Center
Endereço: Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel, nº 10.454 - Vila Amélia Pinhais/PR
Datas: 18 a 21 de setembro de 2015
Informações: http://congresso.cardiol.br/70.