De acordo com estudos do Ministério da Saúde, o acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Cerca de 80% dos casos de AVC são isquêmicos, ou seja, ocorrem devido a obstrução dos vasos cerebrais pela formação de coágulos ou placas de gordura, que são ocasionados pela doença aterosclerótica carotídea. “Esta doença causa aproximadamente 25% dos internamentos no Instituto de Neurologia de Curitiba, um número considerado alto”, explica a neurologista do INC, Dra. Vanessa Rizielio.

Por esse motivo, a instituição promove no dia 28 de abril, o curso de Investigação Invasiva e Não-Invasiva da Doença Carotídea. “Existem diversas técnicas de diagnóstico da doença. O nosso objetivo é discutir com profissionais experientes em cada técnica quais são as indicações, suas vantagens e desvantagens, comparando os métodos entre si”, salienta a neurologista.

O curso acontece no Auditório do INC e é voltado para neurocirurgiões, neurologistas, cardiologistas e médicos de outras especialidades interessados no assunto. O evento tem a coordenação do neurocirurgião Dr. André Giacomelli Leal e da neurologista Dra. Vanessa Rizelio. As vagas são limitadas. Mais informações e inscrições pelo e-mail marisam@inc-neuro.com.br ou pelo telefone (41) 3028-8580, com Marisa, das 8h às 17h30.

Conheça a doença aterosclerótica carotídea

A doença aterosclerótica carotídea é o resultado do acúmulo de gordura nas artérias carótidas, responsáveis por levar o sangue do coração ao cérebro, produzindo uma placa aterosclerótica ou aterosclerose. A doença inicia na infância, mas os primeiros sintomas surgem apenas na vida adulta. “Os sintomas aparecem quando ocorre a formação de coágulos sobre a placa aterosclerótica ou o desprendimento de pedaços da placa, que obstruem os vasos e interrompem o fluxo sanguíneo para o cérebro, provocando a isquemia cerebral ou AVC”, detalha a Dra. Vanessa Rizelio. Entre os sintomas estão perdas ou dificuldades visuais, de fala, memória, de coordenação motora e força nos braços ou pernas.

A causa exata da aterosclerose ainda é desconhecida, porém doenças como hipertensão arterial, colesterol alto, diabetes e tabagismo estão relacionadas ao seu aumento. “As artérias carótidas podem ainda sofrer processo de inflamação (arterite), dissecção (separação de suas camadas) e formação de aneurismas”, conta a Dra. Vanessa Rizielio.

O tratamento consiste em controlar as doenças que possam causar o problema e usar medicações que reduzam a formação de coágulos sobre a placa aterosclerótica. Em casos mais graves, de obstrução acima de 70% do vaso, a médica explica que a indicação é fazer cirurgia para remoção da placa (endarterectomia) ou angioplastia com stent (intervenção por cateterismo, com dilatação da artéria no local da placa aterosclerótica).