O agente da Polícia Federal e coordenador do grupo de Prevenção ao Uso de Drogas e Delitos do RS, Osmar de Moraes, foi enfático ao dizer, no Café com Informação desta quinta-feira (27) na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), que a família é a instituição mais importante no combate às drogas. “O que podemos fazer? Educar com valores”, enfatizou. Moraes foi o convidado da edição de maio do evento, uma realização do Conselho da Mulher Empresária/Executiva da CC, que tinha como tema “Um alerta à família: drogas, a árvore de muitos problemas”. Segundo ele, a grande parte dos pais espera que a escola tenha a tarefa de educar sobre o assunto, mas os professores não estão capacitados para isso. “Neste projeto, além de trabalhar as crianças e os adolescentes, estamos investindo com maior atenção na formação dos professores porque eles são os nossos multiplicadores. Lamentavelmente a família não participa”, explicou.
Tema amplamente discutido no país, o crack também foi abordado pelo agente da Polícia Federal. Moraes explicou que o tratamento é extremamente difícil e praticamente não tem cura, por se tratar de uma droga que contém fortes componentes químicos. “O crack é epidemia no Rio Grande do Sul. Ele tem matado seis pessoas por dia. É por causa dele que tem aumentado a violência nas ruas. O crack está em todas as camadas sociais, ele saiu da periferia porque é uma droga barata e muitos a usam por curiosidade, sem conhecer os riscos”, salientou.
O grupo de Prevenção ao Uso de Drogas e Delitos do RS da Polícia Federal atua em parceria com a Secretaria Municipal da Educação, por meio das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipaves). Apesar dos esforços de ambos, Moraes destaca que os pais são a chave da prevenção deste problema. “Os pais devem educar seus filhos por meio de seus exemplos, afastando-os inclusive das chamadas drogas lícitas, como o álcool e o cigarro”, opinou.
O presidente da Pastoral de Apoio ao Toxicômano Nova Aurora (Patna) de Caxias do Sul, João Roberto Baldasso Bossa, complementou que esta é uma tarefa difícil, especialmente com relação ao álcool, por ele estar presente em vários momentos do cotidiano das pessoas. “Temos uma cultura na nossa cidade do vinho, da bebida, e isso começa dentro da casa da gente”, alertou.