Estudos científicos comprovam que as substâncias quimioterápicas e radioterápicas utilizadas nos tratamentos oncológicos são prejudiciais às funções reprodutivas de homens e mulheres em idade fértil, pois alteram progressivamente, por exemplo, a qualidade da produção ovular. Para auxiliar os pacientes, a área de Medicina Reprodutiva tem registrado avanços significativos na preservação da fertilidade. “É importante esclarecer que as quimioterapias mais agressivas podem causar infertilidade em 30% a 90% dos casos dependendo do tratamento”, informam os Drs. PAULO SERAFINI e EDUARDO MOTTA, do GRUPO HUNTINGTON. Para desmistificar o tema os especialistas participam do XV Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, que acontece entre os dias 2 e 4 de setembro, no Expo Transamérica, em São Paulo.
Técnicas
Criopreservação de óocitos e tecido ovariano
O primeiro passo deste procedimento consiste na estimulação ovariana, com a aplicação de hormônios. Depois, os óvulos são coletados e congelados através do processo de vitrificação. Essa técnica será defendida pelo Dr. Paulo Serafini, na palestra Estado atual da criopreservação de oócitos e tecido ovariano, que acontece no dia 03/09, das 8h40 às 9h00, no XV Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, pois possibilita uma taxa de sucesso no descongelamento bastante alta. “O maior problema enfrentado na técnica anterior era a formação de cristais de gelo, que danificavam o óvulo no processo de descongelamento. Cerca de 50% do total de óvulos congelados eram perdidos. A vitrificação mostrou-se a melhor opção para o congelamento. As taxas de sucesso com o novo método aumentaram 90%”.
Outra opção para pacientes com câncer que não podem esperar pelo tempo de tratamento para indução da ovulação, coleta e congelamento do óvulo é o congelamento do tecido ovariano, que pode ser aplicada também em adolescentes e em pacientes que os hormônios podem piorar a doença. Ela consiste na retirada de um dos ovários ou parte dele, que será fragmentado e congelado em pequenos grupos e reimplantado após a cura.
Criopreservação de embriões
Os embriões resultantes de técnicas de FIV (Fertilização in Vitro) podem ser criopreservados para implantação no útero materno após a realização do tratamento contra o câncer. A FIV consiste na união, em laboratório, de óvulos e espermatozóides para a formação do embrião.
Abordagem e indicações no tratamento oncológico
Para o Dr. Eduardo Motta, “é cada vez mais importante a atuação conjunta da área de reprodução humana com o oncologista, sempre visando preservar e restaurar a fertilidade do paciente.” Para detalhar mais sobre o assunto Dr. Motta falará durante o congresso sobre a Abordagem da mulher jovem com câncer, no dia 03/09, das 8h00 às 8h20. Além de mostrar um panorama da doença no mundo, o especialista apresentará os principais desafios e medos que a mulher enfrenta no diagnóstico: morte, comprometimento da fertilidade e baixa auto-estima. “As pacientes precisam ser informadas sobre os riscos de infertilidade ao se submeterem a um tratamento oncológico e saber que existem protocolos de atuação seguros”, completa. Dados apontam que 50% das pacientes das doentes estudadas não ficaram satisfeitos com as informações que receberam.
A prática clínica indica que muitos pacientes conseguem gerar um filho, mesmo depois do tratamento, de maneira natural ou assistida. Em casos de esterilidade, existem opções como a utilização de óvulos ou embriões doados (para casos de produção ovular afetada), ou da obtenção de esperma em bancos de sêmen (quando o problema for relacionado à produção espermática). “A adoção também deve ser considerada como uma excelente maneira de constituir família”, lembra o especialista. Em todos os casos, é fundamental que o paciente seja acompanhado por uma equipe especializada em Reprodução Humana para suporte às decisões mais adequadas.
Serviço:
XV Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
De: 2 e 4 de setembro
Local: Expo Transamérica, em São Paulo
Palestras do GRUPO HUNTINGTON:
02/09
Sala 4
10h20 às 10h40 – Fertilização Assistida: indicações e fatores prognósticos
Dr. Eduardo Motta
03/09
Sala 10
8h00 às 8h20 – Abordagem da mulher jovem com câncer
Dr. Eduardo Motta
8h40 às 9h00 – Estado atual da criopreservação de oócitos e tecido ovariano
Dr. Paulo Serafini
04/09
Sala 6
16h30 às 17h40 - Abscesso tuboovarianos fator cirúrgico
Dr. Eduardo Motta
Sobre o Grupo Huntington
Criada em 1995, a Huntington Medicina Reprodutiva é um dos maiores grupos do Brasil, com seis unidades instaladas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Sob a direção de Paulo Serafini e Eduardo Motta, em São Paulo, e Isaac Yadid e Marcio Coslovsky, no Rio de Janeiro, renomados especialistas na área, o grupo é referência nacional e internacional em tratamentos para fertilidade. A Huntington possui corpo médico e técnico-científico altamente capacitado, que se destaca na prática clínica, cirúrgica e tecnológica. Os principais tratamentos utilizados atualmente são: Inseminação Artificial, Fertilização in Vitro, além de técnicas de reversão de vasectomia e de laqueadura, entre outras.