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Estudo clínico brasileiro usa células-tronco para tratar enfisema pulmonar
 
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09/11/2011

Estudo clínico brasileiro usa células-tronco para tratar enfisema pulmonar

Técnica experimental melhorou condição de 75% dos testados. Doença afeta 210 milhões de pessoas no mundo

O enfisema pulmonar, uma doença que afeta 210 milhões de pessoas no mundo, pode receber, no futuro, um tratamento a base de células-tronco desenvolvido no Brasil. Testes iniciais da técnica feitos por pesquisadores paulistas revelam uma eficiência de 75% em pacientes com o problema.

O primeiro estudo com humanos foi conduzido por uma equipe de cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e de um laboratório especializado em células-tronco entre 2009 e 2010, com apenas quatro participantes - todos com enfisema pulmonar em estágio avançado.

No teste, os pacientes tiveram seus pulmões regenerados com células-tronco obtidas na medula óssea.

A doença compromete a respiração, trazendo dificuldades até mesmo para a locomoção. Antes do estudo, os quatro participantes precisavam usar cilindros de oxigênio para andar. Após a aplicação das células, três deles puderam se livrar dos equipamentos.

"Foi feito um trabalho de segurança, para ver quão seguro é o método, que só pode utilizar células colhidas da própria pessoa beneficiada", explica Elíseo Sekiya, médico hematologista que participou da pesquisa, em entrevista ao G1.

 

Os dados do trabalho foram publicados em 2011 na revista científica "International Journal of Chronic Obstructive Pulmonary Disease", publicação voltada para a área de doenças crônicas no pulmão.

'Tapando' buracos
As células-tronco foram injetadas na corrente sanguínea dos participantes e se alojaram na região pulmonar. Lá elas diminuíram os espaços entre as paredes das células que formam o tecido onde o oxigênio é aproveitado pelo corpo. Conhecido como "parênquima", essa parte dos pulmões pode ser comparada com uma esponja. Buracos grandes ali indicam a existência de enfisema e fazem o paciente respirar pior.

"Essas cavidades maiores não trocam oxigênio", explica o especialista.

Modelos animais já haviam sido testados pelos pesquisadores da Unesp para provar o efeito das células-tronco no combate à doença. Eles provocaram enfisema pulmonar em ratos usando uma substância chamada pataína.

As cobaias depois receberam células-tronco, que se concentraram nos pulmões e regeneraram o parênquima dos animais. A medição das cavidades no tecido, que ficaram menores após o tratamento, mostrou o sucesso da técnica.

Da bancada ao leito
O próximo passo dos cientistas é testar a eficiência do tratamento quando são usadas células-tronco retiradas de outra região do corpo, conhecida como "mesênquima". Este segundo trabalho também teria um número limitado de participantes, o que o classificaria como estudo clínico de fase 1. A aprovação de comitês de ética para a nova pesquisa poderá sair em breve, segundo Sekiya.

 

Com o tempo, aplicações das células-tronco em grupos maiores de pessoas (estudos de fase 2 e 3) poderão dar origem a um tratamento, algo inédito para esta doença.

"O enfisema pulmonar ainda é muito pouco conhecido, não existe forma de tratamento. Uma solução seria o transplante de pulmão, mas isso depende do doador e existe sempre o risco de rejeição, o que obriga o paciente a tomar remédios", diz o especialista.

"Antes, todo esse processo de pesquisa levava entre 10 e 15 anos. Hoje estima-se que a distância entre a pesquisa na bancada do laboratório e o tratamento no leito do hospital seja, em média, de 8 anos."

Fumo
Outra pesquisa já está sendo conduzida por cientistas da Unesp, coordenados pelo pesquisador João Tadeu Ribeiro Paes, novamente em animais para verificar se o tratamento com células-tronco também é eficiente quando o enfisema é gerado não por uma enzima, mas por fumaça de cigarro.

Segundo a OMS, o tabagismo é a principal causa de enfisema pulmonar.

De acordo com Sekiya, só no Brasil existem 100 mil pessoas com dificuldades respiratórias por conta da doença.

"As doenças crônicas do pulmão são graves porque pegam a pessoa na fase produtiva, enquanto elas ainda trabalham."

 

 


Autor: Mário Barra
Fonte: G1

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