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Aspectos psicológicos do câncer de mama
 
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18/06/2009

Aspectos psicológicos do câncer de mama

O câncer ainda continua sendo uma doença bastante estigmatizada, carregada de preconceitos e mistérios

Atualmente, o prognóstico de vários tumores é bastante diferente do que se via uns tempos atrás. O câncer é hoje considerado uma doença crônica e absolutamente tratável e, em muitos casos, a cura já é uma realidade – principalmente quando diagnosticado precocemente. De qualquer forma, o câncer ainda continua sendo uma doença bastante estigmatizada, carregada de preconceitos e mistérios; estimuladora de fantasias, desencadeante de rupturas na forma habitual de vida e, não raras vezes, determinante da configuração de um estado de crise.

Neste contexto, o impacto do diagnóstico pode definir diferentes sentimentos de difícil elaboração que variam de acordo com a história de cada paciente, de seu momento de vida, de suas experiências anteriores e das informações que recebeu no convívio familiar, social e cultural que nasceu e cresceu. Medo, angústia, raiva, culpa, ressentimento, revolta, em geral, permeados pela incerteza e insegurança de futuro, são sentimentos comuns e podem gerar quadros de ansiedade e depressão.

Pensando específicamente no câncer de mama, além das questões abordadas anteriomente, aparece o valor simbólico que a mama tem para cada mulher. Para muitas delas, a mama carrega consigo aspectos relacionados à feminilidade, à sexualidade e à maternidade. A mama confere à mulher sua identidade feminina. Ao se receber o diagnóstico, estes valores ficam em suspenso, sem falar do medo da morte que permeia todo este processo. Pode ocorrer uma diminuição da auto-estima, sentimentos de vergonha e inferioridade, medo da rejeição do parceiro e evitação de relacionamentos, e, quando da retirada parcial ou total da mama, é comum a imagem corporal atual não coencidir com a imagem sentida e lembrada.

A família do paciente também vivencia este momento com incerteza e insegurança, impotência e culpa. Sofre, se angustia, se anima, se deprime, sente pena, e pode funcionar tanto como um elemento de auxílio como um elemento que exalta a condição de deficiência e dependência. Em geral, famílias mais coesas se renovam e tendem a se unir para atender as necessidades imediatas: elaborar a aceitação da doença e enfrentar as dúvidas quanto ao futuro incerto. Famílias mais vuneráveis costumam se fragmentar.

Uma vez doente, o paciente passa a se deparar com sentimentos de impotência e dependência, além das alterações em sua imagem corporal decorrentes do tratamento. Em geral, as condutas terapêuticas são tomadas por outro que não o paciente. As limitações físicas acarretam a necessidade de ajuda quase constante de familiares e amigos. Com frequência, os efeitos colaterais prejudicam ou impedem o paciente de desempenhar seu papel no âmbito familiar e profissional, como também geram importantes mudanças no aspecto físico. Além disso, a incerteza relacionada à eficácia do tratamento proposto está presente o tempo todo.

A notícia do final do tratamento evoca no paciente sentimentos de ambiguidade. A felicidade e o alívio vêm junto com o medo e insegurança. É neste momento que o paciente se depara com a volta a suas atividades familiares, sociais e profissionais anteriores. A possibilidade de fazer planos e ter expectativas em relação ao futuro ressurge. Paralelamente surgem sentimentos de vulnerabilidade – os menores sintomas físicos podem ser interpretados como sinais de retorno ou progressão da doença –, e abandono – imaginariamente, não necessitar mais de medicação passa a ter o significado de estar desprotegido.

É fundamental que durante todo este processo pelo qual a paciente passa ela seja respeitada e acolhida pela família, amigos e profissionais. É necessário que se desmistifique o câncer, deixando de tomar seu diagnóstico como sentença de morte. O avanço da medicina e a precocidade dos diagnósticos são responsáveis por um considerável aumento na sobrevida e cura dos pacientes, bem como na diminuição dos efeitos colaterais dos tratamentos. É de extrema importância que as pacientes participem ativamente do seu tratamento, estabelecendo uma relação de confiança com seu médico, procurando tirar todas as suas dúvidas, e dentro do que for possível, fazer escolhas na direção de atender os seus desejos. 

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Autor: Cláudia Ferrão
Fonte: Associação Brasileira do Câncer

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