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Sexo e exercícios contra a dor de cabeça
 
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17/06/2009

Sexo e exercícios contra a dor de cabeça

Os dois recursos ganham espaço na lista de recomendações para a prevenção de crises

Quando as coisas não vão lá muito bem no relacionamento amoroso, uma das desculpas femininas clássicas para não fazer sexo com o parceiro é alegar uma dorzinha de cabeça. Se depender da recomendação de especialistas no tratamento da doença, o argumento vai perder qualquer relevância. Manter uma boa vida sexual, ativa e prazerosa, é uma ótima maneira de melhorar a estratégia de prevenção da ocorrência de crises de enxaqueca, um dos tipos mais sérios de cefaleia (o nome científico da dor de cabeça). Por isso, a orientação começa a se tornar mais frequente na lista de atitudes que podem ajudar no controle da dor.

O sexo, de fato, propicia benefícios para o organismo que vão além do prazer. A prática regular, por exemplo, diminui o stress, fortalecendo o sistema de defesa do corpo. Sabe-se, afinal, que quanto menos tensão, menor a liberação de hormônios que prejudicam o funcionamento das células integrantes do sistema imunológico.

Em relação à enxaqueca, o processo é outro. O sexo estimula a liberação de serotonina e dopamina, duas substâncias que fazem a comunicação entre os neurônios do sistema do cérebro responsável pela modulação da resposta do corpo à dor. É ele, por exemplo, que determina a produção das endorfinas, um grupo de compostos que contribui para a sensação de bemestar e também para o alívio da dor. Portanto, a maior presença de serotonina e dopamina significa que as células nervosas presentes nessa área cumprem melhor sua função, o que resulta em uma disponibilidade mais abundante de endorfinas. Mas, para que esses efeitos sejam sentidos, é preciso regularidade e prazer. "É preciso fazer sexo, com orgasmo, no mínimo quatro dias por semana", afirma o neurologista Abouch Krymchantowski, especialista no tratamento da dor de cabeça.

Nas suas prescrições, o médico sempre inclui a prática do sexo. "Digo para meus pacientes que isso é crucial", conta. A especialista Carla Jevoux, do Rio de Janeiro, é outra que orienta seus pacientes neste sentido. "Uma vida sexual ativa contribui para a prevenção de crises", diz. Não se sabe ainda se o sexo promove os mesmos benefícios quando a dor se insinua. "Há relatos de pacientes que melhoram, se mantiverem relações, e outros que pioram", explica Abouch.

A indicação para que os pacientes mantenham a qualidade de seus relacionamentos sexuais faz parte de uma linha de controle da doença que ganha força nos consultórios médicos. Ela é baseada na troca de hábitos prejudiciais, como horários irregulares para dormir, por outros, mais saudáveis - sabe-se, por exemplo, que evitar o consumo de alimentos gordurosos, como chocolates e queijos muito amarelos, é uma boa medida preventiva.

Um estudo publicado recentemente na revista científica Headache - uma das mais importantes na especialidade - fortalece a convicção de que se está no caminho certo. De acordo com o trabalho, a prática regrada de exercícios diminui o número de crises de enxaqueca. A constatação, inclusive, derruba um senso comum entre pacientes de que a atividade física agravaria os quadros. No estudo, os pesquisadores da University of Gothenburg, na Suécia, acompanharam 20 pacientes submetidos a um programa especial de treinamento. Ao longo de três meses, eles participaram de três sessões semanais de exercícios aeróbios em bicicleta ergométrica - pedalavam por 40 minutos.

diminui o número de crises de enxaqueca. A constatação, inclusive, derruba um senso comum entre pacientes de que a atividade física agravaria os quadros. No estudo, os pesquisadores da University of Gothenburg, na Suécia, acompanharam 20 pacientes submetidos a um programa especial de treinamento. Ao longo de três meses, eles participaram de três sessões semanais de exercícios aeróbios em bicicleta ergométrica - pedalavam por 40 minutos.

No Brasil, a designer Catalina Baeza, 33 anos, experimenta esses benefícios.

"Tinha crises toda semana", conta. "Depois que passei a me exercitar, passaram a ser uma ou duas por mês."

As razões que levam a esses efeitos serão investigadas mais profundamente em outros trabalhos. Mas o que se sabe é que, a exemplo do sexo, os exercícios aeróbios também têm impacto positivo sobre o sistema responsável pela reação do corpo ao estímulo de dor.

Um dos ganhos de se investir em alternativas como essa é reduzir a dependência de remédios. Quanto mais numerosas forem as chamadas opções não medicamentosas de prevenção e tratamento, melhor para os pacientes. "O tratamento das cefaleias pode ser um desafio para os médicos", afirma o neurologista Peter Goadsby, do Centro de Dor de Cabeça da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. "Nem todos os pacientes toleram bem as medicações e os efeitos colaterais podem colocar os especialistas na difícil situação de dispor de poucas alternativas", diz.

O especialista está conduzindo um estudo sobre uma possibilidade de tratamento interessante. Ele e sua equipe estão testando a eficácia da implantação, no cérebro, de um neuroestimulador - um chip que regula a emissão de sinais elétricos pelos neurônios. Sabe-se que o desequilíbrio na produção desses sinais está associado à dor. Chamado Bion, o recurso é colocado perto do nervo occipital (atrás do pescoço) e alivia a dor por meio de pulsos recebidos pelo canal nervoso. Foram selecionados seis pacientes. Ao término de 21 meses, quatro reportaram redução substancial da dor - em torno de 80% a 95%. Um teve diminuição de 30% e o outro, 20%.

Na mesma linha, pesquisadores da Universidade de Ohio estão verificando a eficácia da estimulação magnética transcraniana. O recurso, já usado para tratamento de outras patologias, como a depressão, também tem por objetivo interromper a emissão desordenada dos sinais elétricos. Os resultados dos testes feitos até agora apontam melhora da dor.

Na Austrália, médicos fizeram uma revisão de estudos que haviam sido realizados sobre a oxigenoterapia - método que consiste na inalação de oxigênio puro em condições distintas de pressão. Eles concluíram que o recurso também é útil. "Pode ser uma boa opção para pacientes que não respondem mais a outros tratamentos", afirmou Michel Bennett, da Divisão de Medicina Hiperbárica do Prince of Wales Hospital, em Sydney, na Austrália.


Autor: Redação
Fonte: Isto É

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