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Torres de celulares e risco de câncer
 
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24/05/2013

Torres de celulares e risco de câncer

Artigo de Stephen Stefani e Fernando Obst

Os celulares tornaram-se amplamente disponíveis em todos locais desde os anos 90, em consequência, houve o aumento do número das torres que transmitem as suas ondas, ou seja, os sinais de radiofrequência (RF), que são uma forma de energia eletromagnética. Essas ondas são formadas por radiação não ionizante, possuem uma frequência igual ou menor que a da luz e situam-se entre as ondas do rádio e microondas domésticos.

Os sinais de radiofrequência são incapazes de causar dano direto ao DNA celular. São diferentes de outros tipos mais fortes de radiação, como Rx, raios gama e ultravioleta (UV), que podem causar quebras e mutações no DNA, sendo carcinogênicos.

Em meio ao debate sobre os riscos de viver, trabalhar ou estudar próximo a torres de celular, não existem evidências clínicas – obtidas sob o olhar crítico de medicina baseada em evidência científica - que sustentem uma preocupação maior. A American Câncer Society (ACS), uma das principais organizações mundiais de combate ao câncer, assinala alguns argumentos sobre o risco de câncer atribuído às torres de celulares.

1. O nível de energia de radiofrequência é baixo, especialmente quando comparado a outros tipos de radiação que trazem riscos conhecidos. A energia não é capaz sequer de causar quebra na molécula do DNA, princípio para iniciar alguma mutação que possa levar a doença.

2. O comprimento de onda é longo, de forma que é improvável que se consiga uma concentração suficiente que possa afetar o tecido do corpo.

3. Mesmo que fosse, de alguma forma, possível se atingir concentrações elevadíssimas de radiofrequência, não é factível que possam chegar ao ser humano, mesmo vivendo próximo a torres.

Esses fatores, portanto, fazem com que a maioria dos cientistas não defina as torres de celulares como fatores de risco para câncer.

Estudos em laboratório com tecido humano ou com camundongos tampouco conseguiram relacionar a RF com a carcinogênese. Já estudos clínicos em seres humanos são raros. Mas, uma grande análise - realizada por pesquisadores britânicos com mais de 1000 crianças que tiveram câncer - comparou a exposição materna durante a gravidez (com base na distância e energia emitida pela torre mais próxima) contra um grupo controle sem história de doença. Não foi possível identificar uma relação entre a RF e o câncer.

Outro estudo comparou mais de 2600 crianças com câncer a um grupo similar sem a doença. Os dados sugeriram haver um discreto aumento no risco se a criança vivesse em cidade com maior número de torres, mas não ocorreu maior risco de leucemia ou tumor cerebral. Porém, esse estudo apresentou limitações. Individualmente, as crianças com câncer não tiveram maior exposição, bem como não foi avaliada a distancia entre o local da torre e onde a criança vivia.

Outra análise buscou encontrar dano no DNA de células sanguíneas –potencialmente preditivo de câncer. Mas não encontrou evidências maiores em quem vivia próximo a torres.

Por conseguinte, mesmo que esses estudos tenham limitações no delineamento do método científico e possam não encerrar a polêmica, atualmente, a presença de torres de celulares não é classificada como fator de risco para o desenvolvimento de câncer.

Stephen Stefani: Médico Oncologista do Instituto do Câncer Mãe de Deus (ICMD)
Fernando Obst: Médico Radioterapeuta do Centro de Oncologia Radioterápica (COR) 


Autor: Stephen Stefani e Fernando Obst
Fonte: Stephen Stefani e Fernando Obst

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