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Pelo menos 23 pessoas morreram em acidentes envolvendo ambulancioterapia nos últimos cinco anos
 
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17/04/2014

Pelo menos 23 pessoas morreram em acidentes envolvendo ambulancioterapia nos últimos cinco anos

Seis acidentes com morte foram registrados em rodovias federais e estaduais do RS

A necessidade de empreender um longo trajeto em busca de tratamento médico está relacionada à morte de pelo menos 23 pessoas nas estradas gaúchas desde 2009.

Dezoito das vítimas de acidentes envolvendo ambulâncias ou microonibus de prefeituras do Interior eram pacientes: pessoas que buscavam longe de casa a cura para suas doenças e perderam a vida no lugar menos provável, o caminho de ida ou de volta do hospital.

O levantamento de Zero Hora apurou que os seis acidentes com morte registrados no período estão igualitariamente divididos entre rodovias estaduais e federais. As colisões em rodovias estaduais, contudo, foram mais trágicas, somam 14 mortes.

Comandante do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), o coronel Fernando Alberto Grillo Moreira reforça que cada acidente de trânsito tem causas específicas, mas que todos são marcados pela desobediência a uma regra de trânsito. Uma equipe do CRBM faz a reconstrução de cada acidente nas rodovias estaduais.

— Via de regra, o que a gente observa é que as ambulâncias, dependendo da situação do paciente, passam do limite de velocidade. Não é regra, mas acontece — afirma o coronel.

O diretor técnico do Detran-RS, Ildo Mário Szinvelski, explica que todo condutor de ambulância realiza um exame psicotécnico e um curso de 50 horas que o habilita em questões como direção defensiva para prevenir acidentes.

— O motorista de ambulância precisa ter uma capacitação física e mental diferenciada, mais qualificada que a dos demais condutores. O curso ocorre para que, na ânsia de ele aumentar a velocidade para salvar uma vida, ele não acabe perdendo a vida — explica Szinvelski.

No caso mais recente, seis pessoas morreram na manhã desta quarta-feira, em São Vicente do Sul. Um micro-ônibus da Secretaria de Saúde do município e um caminhão colidiram lateralmente na altura do km 328,3. No momento do acidente, o micro levava 30 pacientes em busca de atendimento em Faxinal do Soturno. Com o impacto, o veículo saiu da pista e tombou à direita da rodovia.

Em março de 2009, oito pessoas morreram em Venâncio Aires - o motorista e sete passageiros. Foi o pior acidente registrado nos últimos anos. O micro-ônibus transportava 14 passageiros de Sobradinho, no Vale do Rio Pardo, em direção a Porto Alegre, onde fariam consultas, exames e cirurgias em hospitais e clínicas.

O diretor do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (Daha) da Secretaria Estadual da Saúde, Marcos Antônio Lobato, explica que o governo está trabalhando na regionalização do atendimento no Interior para evitar que os pacientes tenham que viajar para longe em busca de atendimento médico:

— Não há como garantir todas as especialidades em todas as cidades, sobretudo nas muito pequenas. Mesmo nas médias, alguma especialidades são muito raras e não tem como manter. O que estamos fazendo é a regionalização do atendimento. Aproveitamos as estruturas que já existem e ampliamos o atendimento nestes locais, ao mesmo tempo em que criamos novos serviços.

Segundo Lobato, o número de consultas médicas especializadas realizadas no Rio Grande do Sul cresceu de 4.480.000, em 2011, para 5.350.000, em 2013. Das novas consultas realizadas, cerca de 500 mil delas ocorreram em cidades do Interior.

— Esse crescimento fez com que milhares de pessoas evitassem se deslocar para fora da sua região. Apenas coisas raras e muito complexas foram trazidas para a Capital — afirma Lobato.

Rotina de mortes

4/03/2009 - Venâncio Aires
Micro-ônibus que levava pacientes de Sobradinho para Porto Alegre bateu em caminhões, matando oito pessoas. O acidente aconteceu durante a madrugada na rodovia Santa Cruz do Sul-Tabaí (RSC-287), em Venâncio Aires.

18/12/2009 - Sarandi
Três pessoas morreram na colisão de uma ambulância com uma Saveiro no km 1 da estrada Sarandi-Rondinha (RS-404). A colisão frontal causou a morte do condutor da Saveiro, Volmir Rodrigues de Morais, e de Maria Rita Maciel, passageira da ambulância.

19/01/2011 - Santana da Boa Vista
Um acidente envolvendo uma ambulância e um caminhão resultou na morte de duas pessoas em Santana da Boa Vista. A ambulância do município do sul do Estado retornava de Pelotas, após levar um paciente para consulta, quando chocou-se com um caminhão na rodovia Pelotas-Santana da Boa Vista (BR-392).

09/11/2012 - Soledade
Três moradores de Ubiretama que viajavam em busca de tratamento médico morreram em um acidente envolvendo a ambulância em que estavam e um caminhão. A colisão aconteceu na rodovi a Soledade - Espumoso (ERS-332), em Soledade.

08/12/2012 - Três de Maio
Um acidente entre um caminhão e uma ambulância que retornava da Capital para o município de Três de Maio, no noroeste do Estado, matou uma das passageiras do veículo de saúde. A ambulância da prefeitura de Três de Maio transportava 10 pessoas que tinham feito consultas de saúde na Capital. O choque aconteceu na rodovia Palmeira da Missões - Três Passos (BR-468).

16/04/2014 - São Vicente do Sul
Seis pessoas morreram em um acidente na BR-287, próximo ao trevo de acesso a São Vicente do Sul. Um micro-ônibus da Secretaria de Saúde do município e um caminhão colidiram lateralmente na altura do km 328,3.


Autor: Rossana Silva
Fonte: Zero Hora

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