.
 
 
Uma alternativa para que os Hospitais e Operadoras de Saúde atinjam a convivência harmônica
 
Artigos
 
     
   

Tamanho da fonte:


06/06/2014

Uma alternativa para que os Hospitais e Operadoras de Saúde atinjam a convivência harmônica

Artigo do Diretor Executivo da XHL Consultoria em Saúde, Eduardo Regonha

De acordo com os índices, divulgados pela ANS, em 31 de dezembro de 2013, os planos de assistência médica atingiram o número de 50,27 milhões de beneficiários, alcançando um crescimento de 4,6% em relação a 31 de dezembro de 2012. Na opinião de Marcio Coriolano (Presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar – FenaSaúde) “o crescimento deve continuar com uma expectativa um pouco menor (mais ainda superior à projeção de crescimento da economia), entre 3,5 a 4% para 2014.

Os índices abordados demonstram que o segmento saúde vem crescendo e com tendências a continuar evoluindo. Todavia, ainda temos muitos aspectos a serem corrigidos para uma convivência harmônica entre todos os “players”, que compõem a cadeia de assistência médica hospitalar, e um dos tópicos de grande relevância, e que há muitos anos vem sendo alvo de discussão entre hospitais e operadoras é o formato de remuneração das “Diárias e Taxas Hospitalares”, em relação aos materiais e medicamentos.

É notório em todo território nacional que a remuneração oferecida pelas operadoras de planos de saúde para as diárias e taxas de sala cirúrgica, raramente cobre os custos incorridos na prestação destes serviços hospitalares, e para compensar a perda na venda das diárias e taxas, consideráveis margens de rentabilidade são adicionadas na comercialização dos materiais e medicamentos.

“Quando desenvolvemos uma demonstração de resultados, em um Hospital, sem envolver a comercialização dos materiais e medicamentos, regularmente apontam altos índices de prejuízos, e quando adicionamos os ganhos obtidos na comercialização dos insumos, a situação melhora consideravelmente, e uma parte dos hospitais passa a apresentar lucro e outros reduzem bem prejuízos apresentados”.

Somente agrupando todos os itens que compõem as receitas dos hospitais: diárias, taxas, insumos (materiais, medicamentos, OPME) serviços diagnósticos, honorários e outros, é possível avaliar o resultado. Porém, todos os produtos e serviços deveriam gerar resultados positivos, (alguns com alta rentabilidade e outros com resultados reduzidos, como regularmente acontece em muitos segmentos). E considerando a lógica financeira, os serviços com um giro maior (alta rotatividade) deveriam proporcionar menores margens, enquanto que os de menor giro ofereceriam maiores margens de lucro, a fim de gerar um retorno de investimento em um prazo adequado. Porém, acontece exatamente ao contrário nas atuais negociações.

O que é quase consenso entre os “atores” envolvidos nesta operação, é que o Hospital deveria receber valores justos (com margens de lucro adequadas) pelos serviços prestados (diárias e taxas) e reduzir a margem sobre a comercialização de materiais e medicamentos, pois tem muito mais lógica uma instituição prestadora de serviços receber valores adequados pelo serviço prestado, do que pela venda de insumos, que são os ingredientes necessários para a prestação dos serviços.

Vale ressaltar que muitas tentativas foram e estão sendo feitas no sentido de melhorar esta situação através de cálculos chamados de “migração”, que consiste em “migrar” a margem de um item para outro, levando a um resultado total para o Hospital que seja justo. Mas é muito difícil mudar uma cultura que vem sem sendo praticada há alguns anos. Os dois lados avaliam, mas não chegam a um consenso, que atenda de forma satisfatória ambas as partes, a operadora aceita em aumentar o valor da diária e reduzir a margem dos materiais e medicamentos, porém os percentuais não fecham, enquanto seriam necessários altos índices de reajustes para cobrir a defasagem acumulada há muitos anos, (que cubra efetivamente os custos incorridos) e uma redução condizente na comercialização dos insumos, muitas vezes são oferecidos índices, que não chegam sequer a cobrir os custos, por isso, do lado dos Hospitais existe uma resistência em reduzir a margem de comercialização dos materiais e medicamentos.

A ANS, desde 2010 vem reunindo representantes de Hospitais e Operadoras no intuito de alterar os modelos de remuneração, adotando as “Diárias Globais”, “Procedimentos Gerenciados” e “Conta Aberta Aprimorada”, modalidades que exigem uma remuneração adequada dos serviços hospitalares, pois os insumos (materiais e medicamentos) estão inseridos nestes eventos. E neste cenário, o Hospital tem de conhecer muito bem seus custos e negociar de forma que sejam cobertos e gerem resultados, a fim de remunerar o investimento e manter o Hospital com as instalações adequadas e sempre atualizado em tecnologia e com alta qualificação. Temos um longo caminho pela frente, muita negociação e muitos controles e informações devem ser adotados para termos sucesso e avançarmos com um sistema de remuneração adequado e condizente para todos os envolvidos.

Eduardo Regonha é Diretor Executivo da XHL Consultoria em Saúde
Doutor em Ciências pela UNIFESP EPM (Custos em Oftalmologia), Pós Graduado em Adm Hospitalar pela FGV, Bacharel em Ciências Contábeis
Atividades Acadêmicas Desenvolvidas:
Professor do Centro Universitário São Camilo, Fundação Unimed, FMUSP e UNIFESP.


Autor: Eduardo Cegonha
Fonte: Vanessa Pirolo

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581