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Insatisfação constante com o corpo pode ser sinal de doenças psiquiátricas
 
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22/07/2014

Insatisfação constante com o corpo pode ser sinal de doenças psiquiátricas

Psicólogo acrescenta que estes transtornos dificilmente aparecem sozinhos, geralmente vêm acompanhados de outras doenças

Cuidar do corpo, se preocupar com os quilinhos extras ou ser adepto do exercício físico para deixar a silhueta definida e com curvas não traz nenhum prejuízo à saúde, “desde que estes cuidados pessoais façam parte de uma rotina de vida saudável e sem exageros”. O alerta é do psicólogo Niraldo de Oliveira Santos, da Divisão de Psicologia do HC (Hospital das Clínicas).

— O cuidado com o corpo proporciona bem-estar e eleva a autoestima. No entanto, o exagero pode prejudicar o cotidiano, comprometer a saúde mental e desencadear algumas doenças.

Segundo o especialista, o primeiro sinal de alerta é quando há o descontentamento constante com a imagem e a busca pelo corpo perfeito (e da moda) passa a ser prioridade e ocupar a maior parte do tempo da pessoa.

— Gastar boa parte do dia observando o corpo em superfícies refletoras, não necessariamente apenas espelhos, transformar a vida em contagem de calorias, usar somente roupas apertadas ou largas, como moletons, e beliscar a pele para checar se tem gordura são alguns sinais que demonstram preocupação extrema com a imagem.

A insatisfação com o corpo pode levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares, de acordo com o psicólogo. Entre os mais comuns, estão compulsão alimentar, bulimia, anorexia e vigorexia (viciados em academia e anabolizantes).

— Os problemas não são específicos do universo feminino. Muitos homens também podem apresentar os transtornos, que costumam começar na infância ou adolescência e se estende para a vida adulta.

Segundo ele, a bulimia e anorexia são mais identificadas em mulheres jovens, “embora nos últimos anos tenha se observado uma tendência em crianças e homens”. Já a vigorexia é mais comum em homens e a compulsão alimentar acomete ambos os sexos.

O psicólogo acrescenta que estes transtornos dificilmente aparecem sozinhos, geralmente vêm acompanhados de outras doenças, sendo a depressão a mais frequente.

— No caso de anorexia e bulimia, destaca-se também o alcoolismo e o uso de drogas, assim como a vigorexia está associada aos anabolizantes.

O especialista do HC alerta que a anorexia é o transtorno psiquiátrico que mais mata no Brasil e o índice de mortalidade é maior do que todas as doenças psiquiátricas. A boa notícia é que todos os transtornos têm tratamento, que vai desde psicoterapia e uso de medicação até internação, nos casos mais graves.

Corpo artificial

Para alcançar o objetivo de um corpo sarado e cheio de curvas, homens e mulheres recorrem não só aos exercícios físicos como também as cirurgias plásticas e ao uso de suplementos e anabolizantes. Segundo a endocrinologista Andressa Heimbecher, da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), há limites para o corpo “crescer”.

— O corpo cresce até certo limite porque existe um fator genético que deixa o músculo ir até aquele ponto. Depois disso, não adianta anabolizante nem suplemento.

O excesso de malhação pode causar um estado de over training — ruptura de fibras musculares que pode temporariamente sobrecarregar os rins, explica a médica. Além disso, o exagero impede a recuperação do músculo e, consequentemente, o resultado almejado.

— Sem falar que pode causar cansaço excessivo e fadiga crônica.

O educador físico André Roberto Grigoletto, acrescenta que "ao longo do tempo alguns exercícios podem provocar problemas nas articulações e nos músculos".

— A pessoa pode viciar no exercício, cada vez mais aumentar o peso e fazer mais musculação sem dar o tempo necessário para o músculo descansar e crescer. Para ter o resultado mais rápido, muitas vezes a pessoa começa a utilizar anabolizantes.

Quando apenas o treino de musculação não é suficiente, muitas pessoas lançam mão da suplementação de proteína, que “em excesso pode sobrecarregar os rins, aumentando o risco de cálculos renais”. No caso dos anabolizantes, as consequências para a saúde são ainda mais drásticas, adverte Andressa.

— Além de câncer de fígado em ambos os sexos, as mulheres ainda podem apresentar acne, queda de cabelo, crescimento de pelos pelo corpo e diminuição da ovulação. Já os homens podem desenvolver atrofia nos testículos, infertilidade e ginecomastia (aparecimento das mamas).

Outra consequência é que com a interrupção do consumo de anabolizante o músculo para de se desenvolver e acaba “murchando”. Por isso, para evitar todos estes problemas, os especialistas ouvidos pelo R7 concordam que recorrer aos hábitos saudáveis é fundamental para atingir a meta do corpo perfeito. O psicólogo do HC reforça que “investir na dieta da moda ou definir um padrão que não é compatível com a sua constituição física são saídas equivocadas”. 


Autor: Fabiana Grillo - Colaborou Luiz Guilherme Sanfins, estagiário R7
Fonte: R7 - Saúde

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