Não é novidade alguma o terrível bombardeio que os médicos vêm sofrendo do Governo Federal, mas também do Estadual e Municipal. O que é menos novidade ainda é o terrível descaso com a saúde como um todo. Falta de verbas, falta de repasse, gestão descuidada, mau gerenciamento de parcos recursos e que geram falta de leitos, falta de hospitais, falta de material, pronto-socorros sucateados e abarrotados de pacientes, etc.

Não parece que os governantes e governantas não saibam desta calamidade. Sabem sim e sabem com resolver este caos. Mas é claro o mais fácil e muito mais barato é... culpar os médicos, culpar a formação médica, culpar os médicos que não querem ir para regiões periféricas, etc.

A medicina é muito cara, não porque os médicos ganhem muito mas porque a “tecnologia embarcada” é muito cara. Ah! Isto ocorre porque os médicos são especialistas (caros!) e necessitamos de generalistas (baratos?, eficientes?). Estou convicto que o barato sai caro e em medicina mais ainda.

Ensinar que deve-se lavar as mãos antes de alimentar-se ou usar calçados em lugar dos pés descalços é muito importante para a população desassistida, mas não é necessariamente um serviço médico. Isto é assistência social e educação. Ops! Outro problema para governantas e governantes educação é muito caro.

Há que se gastar em outras áreas: Copa do Mundo, usinas elétricas, refinarias, estradas, transposição de rios tudo superfaturado. Não sobra para a educação.

O que podemos nós fazer? Em primeiro lugar pensar muito no nosso voto. Em segundo lugar nos associarmos e mantermos as sociedades de especialidades vivas e fortes para que lutem pela medicina e pela saúde que a maioria do povo trabalhador merece, inclusive nós médicos.

Esta luta é cansativa e muitas vezes inglória. Entretanto a resistência e a persistência na defesa de nosso princípios acabará nos levando à vitória. Fortaleça o Colégio Brasileiro de Cirurgiões e todos ficarão fortalecidos!